O que podemos aprender com o bestseller “A geração ansiosa”?

Bebê com celular na mão

Talvez você já tenha ouvido falar nele: o livro A Geração Ansiosa, um dos bestsellers do momento no Brasil. A obra é escrita por Jonathan Haidt, psicólogo social e professor da Universidade de Nova York, e ganhou projeção internacional ao propor uma análise contundente sobre os impactos da tecnologia na saúde mental das novas gerações. Sua repercussão no país se intensificou após entrevistas em programas de grande audiência como o Fantástico e o Roda Viva, além de debates que atravessam escolas, famílias e redes sociais.

Capa do livro A geração ansiosa, de Jonathan Haidt

Haidt, conhecido por obras como A Mente Moralista, mergulha em pesquisas de longa duração para embasar suas teses. Em A Geração Ansiosa, ele se debruça sobre dados globais que mostram um crescimento de transtornos mentais entre crianças e adolescentes a partir da década de 2010.

E o livro se torna ainda mais relevante ao oferecer não apenas um diagnóstico alarmante, mas caminhos possíveis para uma reversão social, educacional e familiar diante desse cenário.

Do que se trata o livro A Geração Ansiosa?

O livro parte de uma pergunta inquietante: por que os jovens de hoje estão mais ansiosos, deprimidos e socialmente fragilizados do que as gerações anteriores? A resposta, segundo Haidt, está ligada à introdução precoce e massiva das tecnologias digitais na vida das crianças. Ele identifica o período entre 2010 e 2015 como um marco da transição para uma “infância baseada em telas”, marcada por menos interação presencial, sono prejudicado, comparações constantes nas redes sociais e um excesso de vigilância parental.

Sua tese central é que a combinação entre smartphones, redes sociais e uma cultura de superproteção gerou um ambiente tóxico para o desenvolvimento emocional infantil. Haidt diz que houve uma “reconfiguração” da infância, com crianças que não vivem mais experiências fundamentais para o amadurecimento – tipo brincar livremente, conviver sem adultos e tomar riscos.

Essa mudança já impacta a saúde mental dos jovens que estão hoje nas universidades e no mercado, e que enfrentam dificuldades na hora de conviver socialmente. “A geração Z [nascidos entre 1995 e 2010] provavelmente ganhou um smartphone com 12 anos, entrou no Facebook e passou a ser bombardeada por estímulos. O jovem virou o produto e está sendo vendido por publicitários”, disse Haidt em palestra no Brasil.

O que aprender com o livro A Geração Ansiosa?

Haidt várias ações para reverter a crise de saúde mental nas novas gerações. Em suas entrevistas, ele enfatiza a importância de:

  • Limitar o uso de celulares e o acesso a redes sociais até a adolescência
  • Repensar as estruturas escolar e familiar que reforçam o uso compulsivo de tecnologia
  • Políticas de ambientes livres de celular nas escolas
  • Resgatar práticas educativas que deem mais autonomia e liberdade às crianças

 Segundo Haidt, o tempo excessivo nas telas rouba das crianças a oportunidade de desenvolver habilidades sociais fundamentais, como lidar com conflitos, se entediar, se comunicar pessoalmente e construir autoestima fora da lógica da curtida. “As crianças precisam de brincadeiras reais com outras crianças, sem supervisão constante”, afirmou ao Fantástico, defendendo o retorno de uma infância mais espontânea e menos controlada.

 A Geração Ansiosa deixa uma reflexão importante no ar: é preciso combater os efeitos nocivos de um modelo digital sem freios – e lidar com as consequências que já batem na porta.

Saiba mais: Como não deixar a ansiedade impactar seu desempenho profissional

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