No mundo todo, e especialmente no Brasil, lideranças de empresas estão sendo cobradas por uma cultura mais transparente e ética, que possibilite o crescimento sustentável das organizações. Uma cultura de integridade viabiliza esta sustentabilidade em diversos sentidos – ecológico, financeiro e humano. As empresas do futuro são aquelas que se sustentam sobre relações sustentáveis, baseadas em confiança e respeito.
“Liderança é bater meta, com o time, fazendo a coisa certa”. Esta é a definição do Professor Falconi, que de tão bem difundida serve como mantra para muitos gestores brasileiros. Mas isso não significa que estes gestores consigam aplicá-las às suas organizações – porque a implementação demanda muito mais esforço do que parece.
Saber o que significa “fazer a coisa certa” é só um aspecto deste desafio. Combinar a tomada de decisão ética de uma forma que apoie times de alta performance é ainda mais complexo. Em geral, metas financeiras ambiciosas de empresas não são contrabalanceadas por um “como” que sirvam como desincentivo às decisões antiéticas. Os fins justificam. E pagam bem.
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O caminho que muitas empresas passaram a adotar é a instituição de departamentos de Compliance, mas esta é uma decisão que tem, como revés, o enrijecimento de processos e do empreendedorismo dentro das suas equipes.
O próprio Falconi explica que “a coisa certa”, ou seja, a rigidez moral deve guiar toda a definição de valores da companhia – pois só através da reafirmação destes valores é que colaboradores poderão guiar suas decisões de processos e de rotina. Não à toa, pesquisas apontam que o estabelecimento de um “código de conduta” ou um treinamento é menos efetivo para a mudança de comportamento do que estabelecimento de exemplos ou feedbacks em tempo real.
Como adotar, para si mesmo, uma cultura de integridade
Enquanto cabe às empresas incorporarem mudanças de atitude que possibilitem uma cultura de integridade – como espaços de reafirmação dos valores organizacionais e abertura das lideranças para receberem e oferecem feedbacks honestos – também há uma boa dose de responsabilidade por parte dos colaboradores.
Mas algumas dicas simples podem ajudar você, como profissional, a encontrar sua própria integridade – e são atitudes que podem inspirar a cultura daqueles com quem você interage:
1. Demonstre honestidade e profissionalismo o tempo todo
Seja nas comunicações ou nas entregas. É importante respeitar prazos, dar visibilidade sobre o andamento de projetos/processos e reportar resultados ao final.
2. Esteja disponível para ajudar
Pelo conceito de integridade da Fundação Estudar, ser íntegro é resolver um problema que você sabe como resolver. Por isso, se você está em uma posição em que pode ajudar com algum aspecto que está dificultando o trabalho de um colega, ou que possa contribuir para o seu desenvolvimento, faça um esforço de apoiá-lo. Isso pode alavancar os resultados da equipe como um todo, além de estimular um ambiente mais colaborativo.
3. Mantenha o locus interno de controle
Aprenda a reconhecer a sua responsabilidade, tanto pelo que deu certo quanto pelo que não deu. Peça desculpas se fez algo de errado, ao invés de culpar outros ou as circunstâncias.
4. Respeite a diversidade
De opiniões, de perspectivas, até mesmo de valores. Em discussões, esteja aberto a ouvir posições diferentes e a dialogar com curiosidade genuína e respeito. Este é um sinal de maturidade.
A nossa integridade pertence à nós, não às organizações para as quais trabalhamos. E é responsabilidade de todos os colaboradores construir um ambiente aberto, de relações sustentáveis, em que departamentos de Compliance não sejam mais necessários.