4 lições de resiliência de medalhistas brasileiros em Tóquio

Rebeca Andrade é uma mulher jovem, negra, que usa o uniforme do Brasil durante a cerimônia de premiação das Olímpiadas de Tóquio. Ela exibe uma medalha de ouro e carrega um buquê de flores no centro da imagem, em destaque.

Pouco mais de uma semana depois do início das Olímpiadas de Tóquio, os primeiros medalhistas brasileiros começam a surgir nos pódios da capital japonesa. São atletas de skate, judô, ginástica artística e de outros esportes, que têm demonstrado enorme capacidade e amor à bandeira nacional.

Apesar dos altos desempenhos desses atletas, no entanto, uma coisa é certa: nenhum deles chegou ao topo dos rankings de seus esportes sem antes passar por um longo período de preparação.

De modo geral, a capacidade de recuperar o foco e aprender com os erros e as derrotas, que nós conhecemos como resiliência, é um padrão entre esses esportistas.

Mas afinal: como eles desenvolveram essa habilidade e como podem nos ajudar a desenvolver também?

Bom, para tentar responder, nós separamos 4 lições de resiliência que os nossos atletas vencedores deixam como legado para brasileiros de dentro e de fora do esporte.

As lições de resiliência de medalhistas brasileiros

Lição #1: “Tenha um sonho grande”, por Rebeca Andrade

Rebeca Andrade é uma mulher jovem, negra, que usa o uniforme do Brasil durante a cerimônia de premiação das Olímpiadas de Tóquio. Ela exibe uma medalha de prata e carrega um buquê de flores no centro da imagem, em destaque.
Rebeca Andrade é a primeira mulher brasileira a ganhar uma medalha na ginástica artística em Jogos Olímpicos (Imagem: COB)

Rebeca Andrade, 22, foi a Tóquio para bater recordes: se tornou a primeira medalhista brasileira da ginástica artística, a primeira campeã olímpica de sua modalidade e a brasileira com mais medalhas em uma única edição de Olímpiadas.

As premiações no Japão fizeram com que Rebeca escrevesse seu nome na história do esporte brasileiro para a eternidade.

Filha de mãe doméstica e solo, a brasileira chegou a Tóquio após vencer obstáculos dentro e fora dos ginásios. Cresceu na periferia de Guarulhos, ao lado de sete irmãos, e, durante a preparação para os jogos, chegou a passar por três cirurgias no joelho.

Rebeca disse, em diversas oportunidades, que só não desistiu porque tinha um sonho grande. Sem isso, segundo ela, não seria possível vencer as barreiras.

“Mesmo que eu não tivesse ganhado a medalha, eu teria feito história justamente pela minha história, pelo meu processo pra chegar até aqui. Eu gostaria DE dizer pra vocês não desistirem e acreditaram nos sonhos de vocês”. (REBECA ANDRADE)

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Lição #2: “Crie seu próprio destino”, por Ítalo Ferreira

Na imagem, o surfista Ítalo Ferreira, de branco, ergue o punho direito e grita. Ele entrou para a história dos medalhistas brasileiros em jogos Olímpicos e é erguido por pessoas de sua equipe técnica na aria de uma praia no Japão.
Ítalo Ferreira entrou para a história dos medalhistas brasileiros na estreia do surfe no programa Olímpico (Imagem: COB)

Nascido na pequena Baía Formosa, no litoral do Rio Grande do Norte, Ítalo Ferreira, 27, ganhou o primeiro ouro do nosso país em Tóquio e entrou para a história dos medalhistas brasileiros.

No surfe, modalidade que estreou no programa olímpico nesta edição, Ítalo já era uma estrela mundial. Mas, como é comum entre atletas brasileiros, começou sua trajetória de forma humilde, improvisando pranchas de isopor e madeira na cidade em que vivia.

Enquanto a maioria das pessoas da cidade em que nasceu parecia predestinada a viver as mesmas histórias, ele foi além, segundo conta o documentário “The curious tales of Italo Ferreira” (Contos Curiosos de Italo Ferreira, em tradução livre), de Luiza de Moraes.

Italo entendeu que, para conquistar o que desejava, precisava se agarrar às oportunidades que surgiam. Surfava como conseguia, era chamado de “maroleiro” pelas pessoas que não acreditavam no seu potencial, até que um dia foi descoberto por um diretor de marketing de uma grande marca de equipamentos de surfe.

Na areia, minutos depois de ganhar o ouro em 2021, ele chorou ao lembrar dessas origens – inclusive da avó, falecida – e comemorou o fato de ter entrado no hall dos grandes esportistas.

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Lição #3: “Esqueça a pressão”, por Rayssa Leal

No centro da imagem, Rayssa Leal, de apenas 13 anos, posa para foto com sua medalha de prata
Rayssa Leal recebe a medalha de prata após se tornar a mais jovem medalhista olímpica desde 1936 (Imagem: COB)

A skatista Rayssa Leal, de 13 anos de idade, entra para a história do esporte nacional por um feito que parece até mentira: é a mais jovem da história entre os medalhistas brasileiros. Antes dela, a última vez que alguém tão ou mais novo chegou ao pódio foi em 1936.

E para quem imagina que ganhar a medalha de prata é um fardo pesado, nada disso: a garota maranhense levou tudo numa boa e preferiu se divertir ao invés de competir contra suas adversárias pelo lugar mais alto do pódio.

Rayssa disse, em diversas ocasiões, que seu sonho estava realizado por estar nos Jogos Olímpicos e, na pista, dançou, gravou vídeos para as redes sociais e conquistou o coração gigantes do skate mundial como Tony Hawk e Nijah Houston – esse último também era um dos competidores na modalidade.

A brasileirinha mostrou ao mundo que a pressão é algo que as próprias pessoas constroem e que, no limite, é possível realizar feitos grandiosos simplesmente se divertindo.

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Lição #4: “Se cair, levante”, por Mayra Aguiar e Daniel Cargnin

À esquerda, com um uniforme verde e amarelo, Mayra Aguiar, com sua medalha de bronze no peito eum buquê de flores nas mãos. Ela é uma mulher branca, usa tranças no cabelo e olha fixamente para a câmera. À direita, o atleta Daniel Cargnin, branco, com o uniforme da seleção brasileira, exibe sua medalha de bronze enquanto ergue os braços em celebração.
À esquerda, Mayara Aguiar recebe sua terceira medalha olímpica. À direita, o jovem Daniel Cargnin recebe a sua primeira medalha. (Imagens: COB)

O judô é o esporte olímpico que mais vezes levou o Brasil ao pódio na história dos Jogos. Até aqui, já são 24 medalhas conquistadas pelos nossos atletas. Em Tóquio, os judocas Mayra Aguiar, da categoria até 78kg, e Daniel Cargnin, dos lutadores até 66kg, ganharam medalhas de bronze.

A grande lição que esses esportistas deixa é tão única quanto a história de ambos os medalhistas brasileiros: se cair, levante-se.

Daniel, que participa de sua primeira Olímpiada, contou após receber a medalha que sua mãe foi o seu primeiro exemplo de resiliência. Segundo o atleta, ela impediu que ele desistisse do esporte após ter “apanhado” muito no tatame de seus companheiro de treino.

“Não, Dani, vamos sair, comer alguma coisa e a amanhã é um novo dia”, dizia ela, ao garoto de 10 anos, durante os primeiros tombos.

Mayar Aguiar, no mesmo caminho, venceu não só uma, nem duas, mas um total de 7 cirurgias no joelho. Mesmo assim, mesmo sendo derrotada e ficando de fora de diversas lutas, ela não desistiu. Tornou-se a maior medalhista do judô na história do Brasil.

“Não aguentava mais fazer cirurgia, ainda mais no momento que vivemos, tive medo, angústia. Mas continuei. Dar o nosso melhor vale a pena. Estou bem emocionada. Muito importante para mim.” (Mayra aguiar, ao el país)

 

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