Egberto Santana
Publicado em 8 de setembro de 2025 às 19:40h.
Você já passou por aquele momento tenso na entrevista de emprego quando o recrutador pergunta: “Quais são seus pontos fortes e fracos?” E aí bate aquele branco total?
Se você já viveu isso, pode ficar tranquilo – é mais comum do que imagina! Essa pergunta parece simples, mas na verdade é uma das mais temidas pelos candidatos. E tem motivo: ela exige que você seja honesto sobre si mesmo, sem parecer presunçoso nem se sabotar.
A boa notícia é que, com um pouco de preparo e autoconhecimento, você pode transformar esse momento de tensão numa grande oportunidade de brilhar. Vamos descobrir juntos como fazer isso?
Os recrutadores usam essa questão para avaliar não só o que você sabe sobre si mesmo, mas também como você se comunica sob pressão. O objetivo é verificar se cada candidato tem clareza sobre suas competências e se sabe reconhecer aspectos a melhorar.
Autenticidade: respostas ensaiadas demais podem soar artificiais.
Capacidade de reflexão: mostrar que você analisa suas experiências e aprende com elas.
Aderência ao cargo: pontos fortes alinhados às exigências da vaga.
Resiliência: ao falar de pontos fracos, mostrar como está trabalhando para evoluir em cada um deles.
Muita gente tem dificuldade para falar bem de si mesma. Se você é assim, respira fundo! Reconhecer suas qualidades não é falta de humildade – é necessário.
Quer um exemplo? Esse estudo de pesquisadores das Universidades Federal da Bahia e de Brasília mostrou que os candidatos que usam estratégias de autopromoção (como manter postura ereta e olhar fixo nos olhos) e exemplificação influenciam positivamente a decisão de contratação. Além disso, a experiência do entrevistador aumenta as chances de um candidato que usa autopromoção ser contratado.
Por isso, veja abaixo como você pode identificar e falar dos seus pontos fortes sem parecer arrogante, nem inseguro.
Comece refletindo sobre suas conquistas acadêmicas e profissionais. Vale se perguntar: quais habilidades foram essenciais para alcançar resultados? Feedbacks de colegas, líderes ou professores também te ajudam a identificar padrões.
Não adianta citar qualidades que nem são relevantes para a função. Se a vaga exige trabalho em equipe, destacar que você é colaborativo faz mais sentido do que dizer que tem perfil altamente competitivo.
Organização e foco em prazos (importante em administração e gestão).
Boa comunicação e persuasão (essencial em vendas e atendimento).
Capacidade analítica e resolução de problemas (muito valorizada em tecnologia e engenharia).
Criatividade e inovação (relevante em marketing e design).
Leia também: Os 4 principais erros de candidatos em processos seletivos
Falar sobre pontos fracos pode parecer arriscado, mas, quando bem feito, é uma ótima oportunidade de mostrar maturidade e capacidade de aprendizado.
O segredo está em escolher aspectos que não prejudiquem a função, mas que demonstrem evolução profissional. Veja como você pode ser honesto sem comprometer sua imagem, e transformar limitações em qualidades.
Evite clichês como “sou perfeccionista” ou “trabalho demais”. Prefira mencionar algo real, mas que não comprometa a vaga.
Explique o que tem feito para melhorar. Isso demonstra maturidade e vontade de crescer. Exemplo: “Tinha dificuldade em delegar tarefas, mas passei a confiar mais na equipe e isso tem me ajudado a ser mais produtivo”.
Timidez em apresentações → superada com cursos e prática.
Dificuldade em priorizar tarefas → solucionada com uso de metodologias ágeis.
Insegurança em decisões rápidas → enfrentada por meio de experiências em projetos dinâmicos.
Teoria é importante, mas nada ajuda mais do que exemplos práticos para visualizar como responder na entrevista. Adaptar sua fala ao contexto da vaga e da área de atuação ajuda a transmitir autenticidade.
Veja alguns modelos prontos e também uma estrutura simples para criar suas próprias respostas.
TI:
Ponto forte: “Tenho facilidade em aprender novas linguagens e me adaptar a sistemas complexos”.
Ponto fraco: “Costumava ser muito detalhista, mas hoje aprendi a equilibrar precisão e prazos”.
Vendas:
Ponto forte: “Sou comunicativo e gosto de criar conexões com clientes, o que facilita negociações”.
Ponto fraco: “Antes ficava ansioso com metas agressivas, mas aprendi a dividir objetivos em etapas menores”.
Administração:
Ponto forte: “Tenho boa capacidade de organização e foco em processos eficientes”.
Ponto fraco: “No início, tinha dificuldade em delegar, mas percebi que confiar na equipe gera melhores resultados”.
Cite o ponto forte ou fraco.
Contextualize com uma situação real.
Mostre o impacto (positivo ou de aprendizado).
Termine falando sobre como isso pode contribuir para o cargo.
Saber o que dizer é apenas parte do desafio. A forma como você transmite suas respostas pode impactar diretamente a impressão que causa no recrutador.
Para isso, invista em em técnicas de comunicação verbal e não verbal, além de treinar com antecedência. Veja como aplicar esses recursos para se sentir mais seguro no momento da entrevista.
Mantenha contato visual.
Use exemplos claros, sem se estender demais.
Demonstre entusiasmo sem parecer artificial.
Treinar as respostas em voz alta ajuda a ganhar fluidez. Uma boa estratégia é simular entrevistas com amigos ou mentores.
Além de reduzir a ansiedade, essa prática te ajuda a identificar pontos de melhoria na clareza e na forma de expressão. Ensaiar diferentes cenários também ajuda a se adaptar a perguntas inesperadas, mantendo a naturalidade.
Mesmo candidatos preparados podem cometer deslizes ao abordar seus pontos fortes e fracos em entrevistas.
Seja por falta de clareza ou por exagero, alguns erros podem comprometer sua credibilidade. Destacamos aqui os erros mais comuns e estratégias para responder bem mesmo diante de perguntas difíceis.
Ser genérico: “sou dedicado”, sem nenhum exemplo concreto que deixe clara a sua dedicação, não convence.
Escolher pontos fracos graves demais: como “não sei trabalhar em equipe” em uma vaga colaborativa.
Exagerar nos pontos fortes: arrogância pode soar falta de humildade.
Se o recrutador pedir outro exemplo, tenha mais de uma resposta preparada. E caso seja questionado sobre como já aplicou seu ponto forte, é bom já ter uma situação concreta na ponta da língua.
Responder à pergunta sobre pontos fortes e fracos na entrevista de emprego é uma boa chance de mostrar autoconhecimento e preparo estratégico.
Mais do que listar qualidades ou defeitos, o segredo está em escolher exemplos alinhados à vaga, demonstrar sua evolução e transmitir confiança.
Quanto mais você se conhecer, mais natural e convincente será sua resposta. Use este momento não como um desafio, mas como uma oportunidade de destacar sua trajetória!
Saiba mais: Como treinar para uma entrevista de emprego usando a IA
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1. Posso dizer que não tenho pontos fracos?
Não. Isso transmite falta de autocrítica. Todo profissional tem algo a melhorar, até que já foi longe na carreira.
2. Devo falar a verdade mesmo que seja negativo?
Sim, mas escolha pontos que não prejudiquem suas chances com a vaga e mostre o que faz para melhorar.
3. Quantos pontos fortes e fracos devo citar?
Geralmente um ou dois exemplos de cada já são suficientes, desde que sejam bem contextualizados.
4. Posso usar a mesma resposta em todas as entrevistas?
É recomendado adaptar os exemplos ao cargo e à empresa para aumentar suas chances de sucesso com cada vaga, que tem requisitos e exigências diferentes.