Egberto Santana
Publicado em 28 de outubro de 2025 às 19:25h.
A Inteligência Artificial (IA) tem promovid0 verdadeiras transformações no mercado de trabalho, que não se aplicam só a quem domina códigos e linguagens de programação. Cada vez mais, empresas precisam de profissionais capazes de traduzir o potencial da IA em valor de negócio, seja por meio da análise, da gestão ou da ética.
Uma dessas companhias é a McKinsey, a mais tradicional consultora estratégica do mundo. Em recente relatório, a organização projeta que até 30% das funções da agência podem ser completamente automatizadas até 2030.
Atualmente, a empresa conta com pelo menos um agente de IA para cada colaborador, com um deles utilizado por um quadro de 70% dos funcionários. Entretanto, engana-se quem pensa que o componente humano perdeu a força — muito ao contrário!
“Ela é ótima para nos oferecer algumas opções, mas não é um mecanismo para dar respostas ou recomendações. O discernimento humano continua sendo é importante”, destaca Lareina Yee, diretora editorial global da McKinsey Technology Council, sobre o uso da inteligência artificial na rotina de trabalho, em entrevista ao portal da McKinsey.
Pensando nisso, elencamos cinco caminhos de carreira em IA que valorizam habilidades humanas, estratégicas e analíticas — sem exigir que você se torne um programador. Se você tem perfil analítico, criativo ou estratégico, pode encontrar oportunidades promissoras nesse campo.
Você não precisa saber codar para entender e interpretar dados. Profissionais de data analysis podem usar ferramentas “no-code” como Tableau, Power BI e Google Data Studio para transformar informações complexas em insights acionáveis.
O que faz: coleta, organiza e interpreta dados gerados por sistemas de IA, ajudando empresas a tomar decisões baseadas em evidências.
Habilidades essenciais: pensamento crítico, curiosidade, domínio de planilhas e ferramentas de visualização.
Todo projeto de IA precisa de alguém que entenda de planejamento, coordenação e comunicação — mesmo sem escrever uma linha de código. O gestor de projetos de IA garante que as entregas estejam alinhadas com os objetivos do negócio.
O que faz: lidera equipes multidisciplinares (engenheiros, cientistas de dados e designers), define cronogramas e traduz demandas técnicas em metas estratégicas.
Habilidades essenciais: gestão ágil, comunicação eficaz, visão de negócios e empatia com equipes técnicas.
Ferramentas úteis: Trello, Jira, Monday e Notion.
Dica: certificações como PMP, Scrum Master ou cursos de gestão de inovação em IA podem impulsionar essa carreira.
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Com o avanço da automação e da análise de dados, surgem novas questões sobre privacidade, transparência e viés algorítmico. Especialistas em ética e governança da IA ajudam empresas e governos a criar políticas responsáveis.
O que faz: avalia riscos, desenvolve diretrizes éticas e garante conformidade com legislações como a LGPD e a futura regulamentação da IA da União Europeia.
Habilidades essenciais: pensamento crítico, conhecimento jurídico, ética corporativa e comunicação.
A IA está presente em chatbots, assistentes virtuais, recomendações de produtos e ferramentas de produtividade. E todas essas soluções precisam de experiências intuitivas e centradas no usuário — o que torna o UX Design para IA uma das áreas mais criativas e requisitadas.
O que faz: projeta interações entre humanos e sistemas inteligentes, considerando comportamento, linguagem natural e feedbacks automáticos.
Habilidades essenciais: pesquisa com usuários, design thinking, storytelling e prototipagem.
Ferramentas úteis: Figma, Miro, Notion e plataformas de teste de usabilidade.
Diferencial: designers que compreendem como a IA “pensa” conseguem criar interfaces mais empáticas e humanizadas.
Consultores de IA atuam na definição de estratégias de adoção e transformação digital. Eles ajudam empresas a identificar oportunidades, avaliar fornecedores e medir resultados — sem necessariamente criar os algoritmos.
O que faz: conecta tecnologia e negócio, elaborando planos de implementação, métricas de sucesso e roadmaps de inovação.
Habilidades essenciais: análise de mercado, comunicação executiva, visão estratégica e liderança.
Por que é promissora: segundo a McKinsey, “as empresas que integram IA à estratégia de negócio tendem a crescer até 50% mais rápido do que concorrentes que não o fazem”.
Não ter a obrigatoriedade de saber programar, porém, não significa ficar alheio a competências importantes para programadores. Por isso, o domínio de competências complementares é valioso para se destacar em qualquer área da IA. Aqui vão algumas delas:
Pensamento analítico e resolução de problemas
Comunicação e storytelling com dados
Conhecimento básico de ferramentas de IA generativa
Atualização constante sobre tendências tecnológicas
Dica prática: explore cursos introdutórios para desenvolver uma visão de negócios aplicada à IA.
O campo da inteligência artificial oferece múltiplos caminhos para quem não tem formação técnica, mas deseja participar da revolução tecnológica. Seja interpretando dados, liderando projetos, desenhando experiências ou guiando decisões éticas, o importante é entender o potencial humano por trás das máquinas.
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1. Posso trabalhar com IA sem saber programar?
Sim. Áreas como gestão, ética, UX e análise de dados valorizam habilidades estratégicas e interpessoais.
2. Quais habilidades são necessárias?
Comunicação, análise crítica, visão de negócios e curiosidade tecnológica.
3. Quais profissões se encaixam nesse perfil?
Gestor de projetos de IA, consultor estratégico, analista de dados, especialista em ética e designer UX.
4. O mercado é promissor?
Muito. A IA deve gerar milhões de novas funções nos próximos anos, inclusive não técnicas.