Formatar textos acadêmicos é um pesadelo para muitas pessoas. Pensando nisso, Yguaratã Cerqueira, Bruno Melo e Paulo Silveira criaram, depois de quatro anos de estudos, a ferramenta Fast Format.
Trata-se de uma plataforma que, a partir de templates, ajuda os usuários a formatarem seus textos de acordo com diversas normas, inclusive da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
“Na verdade, o site não faz apenas a formatação nas normas da ABNT. Trata-se de um formatador automatizado de documentos e nós resolvemos focar primeiramente na área acadêmica, que é a nossa área”, afirma Cerqueira, que assim como Silveira é formado em computação, enquanto Melo é engenheiro de computação.
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O trio chama de template os diversos modelos de formatação de documentos disponibilizados no site. Entre eles estão: artigo de conferência, artigo de periódico, trabalhos de conclusão de curso, monografias, dissertações de mestrado, tese de doutorado, entre outros.
Como funciona O uso da ferramenta é bastante intuitivo. Ao criar uma conta de forma gratuita no Fast Format, o usuário será direcionado para uma página com os templates mais utilizados. Quando escolher o modelo de sua preferência, a ferramenta monta um documento. A página seguinte é dividida em duas: na parte da direita fica o documento final, formatado. Na esquerda, a pessoa deve digitar seu texto. Apesar disso, Cerqueira afirma que as pessoas confundem o serviço oferecido. “Muitas pessoas mandam email pra gente perguntando quanto tempo vai levar pra gente formatar o arquivo de word deles. Mas o usuário não manda o arquivo pra ferramenta formatar. Ele tem que inserir o texto dentro da ferramenta”.
Dentro da plataforma, o usuário pode fazer uma busca por sua faculdade e checar a disponibilidade de templates específicos para sua instituição de ensino. Entre aquelas que já estão disponíveis estão a USP (Universidade de São Paulo), UFPE (Universidade Federal de Pernambuco) e UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).
Segundo Cerqueira, uma grande dificuldade do grupo foi conhecer os modelos de documentos de outras áreas além da computação. “Quando nós lançamos a plataforma, entramos em um mundo completamente desconhecido, porque lidamos com documentos de humanas, da parte de saúde e várias outras áreas que não tínhamos conhecimento e experiência”. Ele afirma que várias demandas, funcionalidades e até erros apareceram e que conciliar os interesses dos usuários foi a parte mais desafiadora do projeto. “Imagina: somos três pessoas e milhares de pessoas pedindo coisas diferentes ao mesmo tempo. Decidir o que colocamos ou não na plataforma está sendo o mais difícil”.
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O início Segundo Cerqueira, o Fast Format nem sempre foi uma plataforma fácil de utilizar. “Existem soluções online para formatação de texto, só que elas são muito específicas para quem tem conhecimentos na área de computação. A primeira versão do Fast Format era bem parecida com essas outras ferramentas”. Ele afirma que a ideia do trio era criar uma ferramenta que se aproximasse do usuário e ajudasse quem tinha mais dificuldade. “A gente criou esse aplicativo justamente para contemplar uma área que ainda não tinha uma solução específica”.
Financiamento da plataforma Quando o aplicativo foi lançado, o acesso e uso dos templates era gratuito e irrestrito. Nessa época, a equipe recebeu o feedback das pessoas e doações para o site. Entretanto, a falta de investimento levou o trio a trabalhar com planos. O plano gratuito permite que o usuário escreva até 10 páginas. “Nós mantivemos esse plano gratuito porque, no começo, percebemos que muitas pessoas do ensino médio e do começo da graduação usavam a plataforma para escrever documentos pequenos”.
O plano 20 permite até 20 páginas e custa cerca de dez reais. O plano 60 permite 60 páginas e sai por cerca de 20 reais. O plano PRO dá ao usuário a possibilidade de páginas ilimitadas por aproximadamente 38 reais. Todos os valores são cobrados por cada documento.
Lançada em julho de 2015, a plataforma já conta com 135 mil usuários e, segundo Cerqueira, aproximadamente 150 mil documentos já foram cadastrados.
Este artigo foi originalmente publicado em Porvir