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Por que multitasking é um mito (e 3 razões científicas para parar de vez com a prática)

Multitasking

Cumprir várias tarefas ao mesmo tempo, multitasking, não é possível. Na realidade, com exceção dos comportamentos automáticos, como andar e respirar, o que os seres humanos conseguem fazer é apenas alternar atenção entre atividades. Neste caso, a mudança de foco acontece tão rapidamente que cria a ilusão de simultaneidade.

No entanto, de acordo com o médico especialista em concentração, Marcelo Demarzo, para a eficiência, isso é prejudicial. “A mente tem um tempo de latência para estarmos completamente imersos em uma atividade. Quando é interrompido, demoramos até 10 vezes mais para focar novamente”, explica ele.

Leia mais: Técnicas de mindfulness para treinar a concentração

Outra análise da Associação Americana de Psicologia confirma que o multitasking, principalmente quando envolve duas ou mais tarefas complexas, afeta a produtividade. Os “custos de troca” tornam-se maiores quando as pessoas alternam entre afazeres repetidamente. Tentar ser “multitarefa pode parecer eficiente superficialmente, mas, na verdade, leva mais tempo, no final, e causa mais erros”. No total, pode aumentar em 40% o tempo de trabalho, conclui a análise.

A consequência (negativa) na produtividade é um motivo forte o bastante para abolir a prática de vez. No entanto, ainda mais pesquisas científicas comprovaram que são vários os malefícios de tentar realizar várias tarefas simultaneamente. Confira três deles, compilados em artigo da revista Health.

#1 Favorece erros

Ser um adepto do multitasking pode causar mais chances de errar em alguma das atividades, especialmente se envolvem pensamento crítico.

Um estudo francês de 2010 constatou que o cérebro humano consegue lidar com duas tarefas complicadas. Isso porque ele tem dois lóbulos que podem dividir o trabalho. Mas, segundo a pesquisa, adicionar mais tarefas ou se uma delas envolve raciocínio forte, o córtex frontal pode se sobrecarregar, causando mais erros.

#2 Aumenta o estresse

Quando os pesquisadores da Universidade da Califórnia mediram os batimentos cardíacos dos funcionários com e sem acesso ao e-mail, descobriram que os que recebiam um fluxo constante de mensagens fazem diversas atividades – o multitasking – ao mesmo tempo e estavam sempre em estado de “alerta”, com taxas cardíacas mais altas.

E não é apenas o ato de ser multitarefa que causa estresse, são as conseqüências, de acordo com os especialistas. Podem ser gatilhos a diminuição na produtividade e o aumento no número de erros já mencionados, por exemplo.

#3 Prejudica a criatividade

Multitasking exige muito da “memória de trabalho”, como é conhecido o armazenamento temporário de informação, que tem capacidade limitada.

Quando esta “memória” está esgotada, prejudica a capacidade de pensar criativamente, de acordo com uma pesquisa da Universidade de Illinois em Chicago. Com tanta coisa acontecendo em suas cabeças, o estudo sugere que os multitaskers têm mais dificuldade em ter devaneios e criar espontaneamente soluções criativas.

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