Inovação, autonomia e flexibilidade. Alguns dos adjetivos que são utilizados, frequentemente, para caracterizar o ambiente de trabalho em startups. No entanto, como em toda as situações, os pontos positivos não vêm sozinhos. Mas a surpresa é que, ainda que tenham um regime tão diferenciado das companhias tradicionais, muitos dos problemas que os colaboradores das startups enfrentam são os mesmos de qualquer empresa centenária- em níveis, talvez, mais graves.
É o que mostrou o minidocumentário de Instagram “Emprego dos Sonhos. Ou Não! (Startups)”. Realizado pela produtora especializada em micromovies Smarty Talks, teve como base uma planilha anônima que circula na internet desde maio de 2018, em que funcionários respondem a pergunta: “Como é trabalhar em uma startup?” Em seis episódios disponíveis no Instagram da produtora, as acusações são divididas em três grandes escopos de críticas ao cotidiano de empresas como Uber, Rappi, Nubank, Enjoei, 99 App, entre muitas outras.
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A planilha anônima: como é trabalhar em startups?
Lançado pelo perfil do Twitter Startupdareal, em maio de 2018, o documento conta com centenas de depoimentos anônimos sobre os bastidores dessas companhias emergentes. Muitos, inclusive, apontam sérias questões sobre preconceito e assédio, além de problemas de administração que prejudicam a rotina dos profissionais e inviabilizam condições justas de trabalho.
“A planilha saiu com a intenção de ser uma pesquisa qualitativa de como funciona o dia a dia de uma startup e o efeito dela foi virar, realmente, um muro das lamentações”, afirma Gabriela Spricigo, responsável por pessoas e cultura na RankMyApp, que também figura entre os depoimentos do documentário. “Não dá para saber o quanto é verdade, mas é chocante de qualquer forma”, completa ela no documentário da Smarty Talks.
No “Emprego dos Sonhos. Ou Não! (Startups)”, Gabriela e o CEO da RankMyApp, Leandro Scalise, discutem os principais problemas apontados pelos profissionais anônimos, “coisas que você não espera encontrar em um ambiente tão inovador, tão disruptivo”, resume a entrevistada. Um balde de gelo para quem pensa que trabalhar em startups se resume a salas de descanso e cerveja no escritório.