Se já é preciso ter coragem para fazer uma transição entre duas carreiras convencionais distintas, imagine a mudança que tem, de um lado, uma opção mais tradicional e, de outro, a música inserida no universo da internet, incerto por natureza? Foi o que aconteceu com a dupla Carol & Vitória. As jovens irmãs catarinenses foram as “super-heroínas da vida real” convidadas para o 4º dia da Super Week, uma semana de encontros exclusiva para participantes dos cursos de novembro da Fundação Estudar. Em um bate-papo com Mariany Arguelho, facilitadora do curso “Liderança na Prática” da instituição, elas discutiram sobre o poder da coragem aplicado na vida artística, mas cujas experiências servem para exercitá-lo seja qual for a profissão.
Ser autêntico pode te levar longe
Apesar da pouca idade, o currículo de Carol Marcilio, de 21 anos, e Vitória Marcilio, de 20, é extenso: vencedoras do prêmio Influency.Me na categoria “Estrela Digital”, as cantoras são também embaixadoras globais da ONU Mulheres e o canal da dupla no YouTube soma quase 6 milhões de inscritos. O embrião do sucesso começou com o primeiro passo que toda pessoa corajosa precisa dar: fazer uma escolha. Apaixonadas por música e já colecionando visualizações nas performances que postavam juntas nas redes sociais, as irmãs de Florianópolis precisaram optar: Carol (que é atriz formada) por deixar a faculdade de Direito; Vitória, a de Nutrição. A coragem, na verdade, já começou a ser exercitada quando precisaram comunicar a decisão para a família. “Nossa mãe deu um mês pra gente pensar e, naquele mês, a gente se dedicou ao canal”, conta a mais velha. O ponto de virada foi quando conquistaram o primeiro milhão de views na plataforma.
No universo digital, o duo ficou conhecido de maneira orgânica, postando covers de canções famosas (porém, misóginas) e respondendo a elas com letras empoderadas. Isso mostrou que a primeira grande lição para ser bem-sucedido num meio em que tanta gente faz tanta coisa é a autenticidade. “Na internet e na música, as pessoas querem te colocar numa caixa”, diz Vitória. “Mas o que fez a gente dar certo é a gente ser o que a gente é e fazer uma coisa diferente”. A cantora reforça que é preciso dar o primeiro passo e relaciona o start a começar uma dieta: não precisa esperar a segunda-feira para colocar em prática. A irmã complementa com um conselho:
“Não queira ser o próximo ‘ninguém’, mas o primeiro ‘você mesmo’”
Desenvolver outras habilidades ajuda muito
Ambas encaram autenticidade como sinônimo de coragem, mas ressaltam que, para um sonho virar realidade, é preciso desenvolver outras características e habilidades, resumidas por Carol como “foco, determinação ‘e um pouco de loucura’”. O apoio de pessoas próximas também é essencial. Além da própria família, elas contam que alguns professores foram peças-chave na trajetória musical, já que incentivaram a veia artística em vez de impor uma formação acadêmica.
Na visão delas, o superpoder da coragem também precisa ser exercido no dia a dia, nos pequenos gestos, como – no caso específico da dupla – buscar forças dentro de si para estar bem no momento de aparecer para o público, no ambiente digital, e se esforçar em passar uma mensagem positiva apesar das dificuldades.
“O medo é revelador”
Outro ponto importante a se considerar é a necessidade de encarar os erros como parte natural de todo o processo, o que passa por não mais temer os próprios medos. Em resumo, trata-se de entender que tudo é aprendizado e autoconhecimento.
Um exemplo de quando algo, inicialmente, saiu do controle mas acabou se transformando em uma situação frutífera foi quando a própria compositora, em 2019, teve uma crise de ansiedade motivada por preocupações com trabalho e, como forma de desabafo, começou a escrever a letra da música Levanta da Cama. A canção faz parte do EP A Vida É, que fala justamente sobre altos e baixos.
Antes mesmo do período complicado, a dupla já tinha dado uma demonstração de coragem ligada a lidar com os próprios fantasmas quando resolveu fazer um clipe (da música Jura Juradinho) sobre relacionamento abusivo, algo pelo que as duas já passaram. “O medo é revelador de coisas que a gente não imagina que existem dentro da gente”, afirma Carol.
Fazer o que ama é a maior recompensa
Se tem uma coisa de que as artistas têm certeza, é de que já estão colhendo os frutos de terem sido corajosas lá atrás. A principal conquista do duo não é financeira, nem medida por status. Muito ao contrário: elas se sentem realizadas pelo simples fato de acordarem sabendo que, ao longo do dia, farão o que mais amam.
Confira as outras masterclasses da Super Week da Fundação Estudar: