“Eu vejo o Brasil atual como um lugar de muitas oportunidades”, defendeu Jorge Paulo Lemann em evento organizado pela Endeavor nessa quinta-feira (13/8), do qual o Na Prática participou. Falando para uma audiência de cerca de oitocentos empreendedores, além dos que acompanhavam o evento online, o empresário disse acreditar que vão se sobressair aqueles que souberem enxergar oportunidades nos momentos de dificuldade.
Para ele, o contexto econômico atual no Brasil proporciona um aprendizado intenso para o mercado e a indústria. “Dificuldade gera a necessidade de melhorar”, explica. Na sua opinião, são os empreendedores brasileiros que vão salvar o país da crise.
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Como exemplo de dificuldade tornada em oportunidade, ele menciona o Banco Garantia, que por anos foi considerado um dos mais prestigiosos e inovadores bancos de investimentos do país.
A verdade é que, quando ele foi comprado – ainda como uma pequena corretora – a intenção de Jorge Paulo era fazer dela a melhor corretora de bolsa do Brasil. Acontece que, um mês depois da compra, a bolsa brasileira quebrou.
Foi a dificuldade que obrigou o empresário a buscar por novidades. Assim, a empresa se reinventou e acabou aproveitando uma oportunidade surgida pouco depois, com as ORTNs (Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional), tornando-se a maior operadora desse tipo de papel. “A coisa nunca é uma linha reta”, conclui.
Além de ser capaz de aproveitar essas oportunidades, o empreendedor que vai ser bem-sucedido em tempos de crise também precisa ser resiliente. “Vocês não podem desanimar na primeira dificuldade, na primeira volta para trás. Vai se dar bem quem continuar”, disse.
Ele usou a própria trajetória como exemplo de que os altos e baixos fazem parte da carreira de qualquer empresário, e ressaltou a necessidade de aprender e melhorar a cada erro.
Aprendendo com os erros
Com a falência de seu primeiro empreendimento, uma financeira que montou junto com outros egressos de faculdades norte-americanas, aprendeu que o empreendedor deve buscar sócios com perfis diversos e diferentes dele próprio. “A empresa faliu porque não tinha quase nenhuma administração, todos os sócios eram parecidos só queriam saber de fazer negócios, daí ninguém cuidava da retaguarda administrava”, reconheceu.
Com a venda e posterior fechamento do icônico Banco Garantia, ele aprendeu a importância da visão a longo prazo. “No Garantia, estávamos muito focados nos resultados a curto e médio prazo, e então nos meus próximos negócios comecei a mudar essa visão, olhar mais longe”, explica Jorge Paulo, fazendo referência aos empreendimentos que está a frente hoje, como a cervejaria AB Inbev e a Kraft Heinz.
Para ele, setenta por cento do esforço do empreendedor deve estar voltado para o sonho grande, enquanto os trinta por cento restantes devem estar focados em aprender com as decisões erradas e melhoras.
O hábito de esquadrinhar um ou mais aprendizados diante de cada erro ou fracasso é uma herança das quadras de tênis, como ele gosta de dizer. Foi a necessidade de aperfeiçoar sua técnica diante de cada partida perdida que fez o empresário apostar sempre na possibilidade de melhoria e crescimento.
“É simples: sem esforço você não tem resultado”, diz. Ele começou a praticar o esporte desde cedo e, aos nove anos, perdeu para seu principal rival. Aos doze, sofreu uma derrota para um jogador boliviano. “O tênis foi muito importante pra me habituar a não ganhar sempre, me preparou para perder. Toda vez que eu perdia tentava analisar por que, ou o que não tinha dado certo e o que melhorar na próxima vez.”
Foque no essencial
Segundo o empresário, outra habilidade que faz o empreendedor se sobressair é a capacidade de distinguir o que é fundamental daquilo que é secundário – e focar os esforços naquilo que realmente importa.
Quando estudava em Harvard, tinha o objetivo de acabar a graduação no menor tempo possível e, para isso, acabava acumulando diversos cursos em um mesmo semestre. “Eu reduzia cada uma das disciplinas às cinco coisas básicas que eu tinha que aprender com elas, e desenvolvi essa técnica de focar em cinco pontos principais”, explica.
Hoje, suas empresas possuem cinco metas básicas e essenciais, assim como os funcionários.
A seguir, veja depoimento de Jorge Paulo Lemann ao Na Prática, no qual o empresário fala sobre liderança e compartilha algumas das lições que aprendeu em sua carreira:
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