Em 2015, centenas de membros da AIESEC estiveram em Gurgaon, na Índia, para participar do Congresso Internacional da organização. Lá, criaram um projeto de intercâmbio cultural entre Rússia e Ucrânia afim de fomentar a paz entre os dois países.
Este é o tipo de trabalho que move os jovens encarregados do Youthspeak, um movimento criado pela AIESEC com o propósito duplo de ouvir a voz da juventude (que hoje soma 1,8 bilhão de pessoas) e colocar em prática ações para moldar o mundo.
O grupo trabalha hoje para reforçar a ideia de um movimento guiado pela AIESEC, mas com uma marca própria e capaz de levar seus resultados para tomadores de decisão.
O que é Dividido entre o Youthspeak Survey e o Youthspeak Forum, o movimento surgiu em 2012 com uma pesquisa mundial voltada para educação e o mercado de trabalho. Mais de 40,000 jovens responderam ao questionário online ao longo de dois anos, 778 brasileiros.
Em 2015, a organização resolveu fazer uma pesquisa relacionada aos novos Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis (ODS) da Organização das Nações Unidas. “O objetivo é ouvir de forma mais abrangente o que o jovem pensa: como o mundo será moldado e quais são seus valores”, explica Amanda Cardoso, gerente de desenvolvimento de negócios da AIESEC Brasil.
Aberto a todos, o questionário fica disponível até março de 2016 e já conta com 55,000 respostas – 9,500 delas brasileiras. A América Latina, inclusive, responde por 14,000 deste total. O survey pode ser preenchido em cinco minutos e pede opiniões sobre o futuro do país, do mundo e objetivos de vida, entre outras.
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Resultados parciais Alguns dados se destacam, segundo ela. De acordo com as respostas mundiais até agora, a maior fonte de influência social é o governo, viajar, ensinar ou construir são desejos de vida e a visão para 2030 é otimista.
Dentro do contexto de crise brasileira, no entanto, a história ganha novos tons. Amanda conta que 33% dos brasileiros participantes acreditam que, em 15 anos, o mundo vai estar pior. “São muitos jovens com uma perspectiva negativa”, fala ela. “É uma situação delicada.”
Encontro Duas vezes ao ano, em julho e dezembro, quinhentos integrantes da AIESEC – há três mil no país – se reúnem em São Paulo para refletir sobre os números. Este ano, Amanda conta que trezentas pessoas de fora da organização também poderão participar.
O primeiro projeto baseado no novo survey a surgir no Brasil veio já no fórum de 2015, quando três dos novos objetivos da ONU foram abordados: educação de qualidade, empregos dignos e crescimento econômico e igualdade de gênero.
Trata-se de um intercâmbio de curta duração, de seis a oito semanas, em que jovens trabalharão em rotatividade nos departamentos de RH de empresas parceiras para diminuir o absenteísmo e motivar funcionários.
No encontro de julho, quando educação, saúde e bem estar e redução de desigualdade estarão na pauta, uma nova ação vai surgir. “A ideia é: se hoje o Brasil tem problemas com educação, como a AIESEC pode agir para melhorar isso?”, reflete Amanda. Acesse o questionário e participe