Atual superintendente de inovação da área de Wealth Management & Services no Itaú Unibanco, Ellen Kiss tem no currículo mais de vinte anos de experiência profissional em gigantes como Unilever, Procter&Gamble e Kraft Foods.
Formada em Comunicação na Universidade Mackenzie, ela obteve seu mestrado em Comunicação e Práticas de Consumo na ESPM, onde hoje é professora de Design Thinking na pós-graduação. Entre uma reunião e outra, ainda acha tempo para estudar Liderança Criativa na Berlin School of Creative Leadership e atuar na direção da Associação Brasileira de Empresas de Design (Abedesign).
A busca constante por atualização foi o que a tornou referência quando se trata de design estratégico, experiência do usuário, design de serviços e inovação. São assuntos cada vez mais importantes, conforme as expectativas dos consumidores crescem. “Nunca vivemos um momento de tanta transformação, e as grandes empresas tiveram que acelerar seus processos de inovação como consequência disso”, diz.
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Desafios de inovar “Todo mundo quer ser a Apple do seu segmento”, brinca. Mas gerar as mudanças necessárias muitas vezes esbarra em desafios internos. “O desafio não é só o discurso de inovação, mas sim construir uma cultura de inovação dentro de uma organização com 90 mil funcionários.”
Para Ellen, os três principais entraves são a cultura (é preciso construir um ambiente mais colaborativo e com menos aversão a riscos), as divisões (integrar produtos diversos em uma visão única é o ideal) e os sistemas de tecnologia (é preciso atualizar, dando atenção especial à integração em nuvem).
Startups e grandes empresas Uma ideia que nasceu no século 21 será, naturalmente, muito mais moderna que aquela de 1950. “Brinco que inovar em startup é muito mais fácil porque ela já nasce na nuvem”, diz. Para que uma grande empresa consiga se beneficiar plenamente de ferramentas como análise de dados e sistemas modernos, é necessário não apenas vontade de transformar o modelo anterior, mas abrir espaço e priorizar a transformação. “É preciso montar áreas, trazer equipes e estruturar processos de trabalhos para que as pessoas possam inovar”, fala.
Intraempreendedorismo O termo, cada vez mais popular, simboliza o funcionário que emprega suas habilidades para melhorar a empresa em que trabalha. Alguém que transforma o sistema de dentro, seja amadurecendo um projeto próprio que mude o status quo ou atuando em pequenas soluções – com a vantagem de uma infraestrutura gigante, tanto humana quanto material, à sua disposição.
“As grandes empresas só vão se preparar para esse novo contexto de mercado se conseguirem transformar seus colaboradores em intraempreendedores para que eles possam, no dia a dia, serem inovadores e criativos o suficiente para fazer com que a empresa possa se atualizar”, resume Ellen.
Entre as habilidades valorizadas em um intraempreendedor estão proatividade, disposição a tomar riscos, curiosidade intelectual e mentalidade questionadora.