“Vivemos em uma era de oportunidades sem precedentes: se você tem ambição, garra e inteligência, consegue chegar ao topo da profissão que escolher – não importa onde começou. Mas com a oportunidade vem a responsabilidade.”
É assim que Peter Drucker, considerado um dos fundadores da administração moderna, começou seu texto especial sobre autoliderança, Managing Oneself, publicado pela Harvard Business Review.
Detalhe: o texto é de 1999.
Parece premonitório, mas não é. Há décadas, as organizações caminham para estruturas mais horizontais, uma transformação que vem se acelerando nos últimos anos.
É uma transição fácil de enxergar.
Novas tecnologias facilitam a execução de grandes ideias e novos negócios, algo antes restrito a quem tinha muitos recursos ou equipes numerosas e que trazem também novos modelos de gestão atraentes para jovens.
Já as companhias tradicionais, que antes administravam a carreira de seus funcionários através de planos de carreira hierárquicos e burocráticos, estão alterando suas culturas para tornar seus profissionais responsáveis por seu próprio desenvolvimento.
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Essa mudança traz consigo uma demanda por um novo comportamento de liderança, mesmo entre pessoas que não possuem uma equipe para gerir.
Não dá mais para depender de um líder outro: hoje em dia, todos precisam aprender a liderar suas próprias vidas.
Além disso, as novas estruturas, que prezam pela autonomia individual, possibilitam que as pessoas acelerem seu crescimento para além dos níveis do século passado. Ou seja, a autoliderança também ajuda a acelerar o crescimento profissional.
“Todos devemos ser nossos próprios CEOs”, continuou Drucker. “É sua responsabilidade manter-se engajado e produtivo durante sua vida profissional, que pode durar 50 anos. E para fazer todas essas coisas bem, você precisa desenvolver autoliderança.”
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A importância da autoliderança
A autoliderança como conceito em alta pode ser novidade, mas sua importância sempre esteve clara para quem estuda o assunto.
A capacidade de liderar a si mesmo – a ir mais longe, a fazer algo novo, a enfrentar um desafio, a ver uma oportunidade no lugar de um problema – é o nível mais básico e essencial da liderança em si.
Afinal, só é possível entender como mobilizar os outros depois de aprender como mobilizar você mesmo.
Na prática, a autoliderança é composta pelo direcionamento de carreira (saber onde você quer chegar e como estabelecer metas e objetivos) e pela mentalidade protagonista (ter a capacidade de executar suas ideias e chegar lá).
Para iniciar este caminho, o autoconhecimento é essencial.
É preciso refletir: você sabe a direção que quer que sua carreira tome ou o que atrapalha sua execução ou desenvolvimento?
Não se trata só de entender o que você quer e então mapear seus objetivos (embora isso seja absolutamente vital), mas também compreender que barreiras estão em seu caminho.
Tais barreiras podem vir de formas variadas – uma habilidade que você ainda não domina ou um obstáculo emocional –, mas são capazes de impedir a execução de seu plano caso não sejam identificadas.
A Fundação Estudar fez uma pesquisa recente entre jovens brasileiros e descobriu que muitos compartilham angústias que os impedem de avançar, como o sentimento de despreparo, a falta de iniciativa e o receio de não ter apoio ou recursos suficientes.
São preocupações válidas, mas que devem ser superadas para chegar onde se almeja.
Além disso, é fundamental compreender onde se quer chegar, e isso funciona como combustível da autoliderança.
Ao ter clareza sobre do seu objetivo, você consegue não só se guiar por ele como também buscá-lo para se inspirar nos momentos que precisar.
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Como aprender autoliderança?
Nos cursos de Liderança Na Prática, este direcionamento de carreira tem um nome: Sonho Grande, um objetivo de carreira que faz sentido para você e que funciona como um norte para seu desenvolvimento profissional.
Uma vida profissional sem planejamento é como um barco a esmo, guiado pelas ondas e pelo vento sem destino. Se você souber onde quer chegar, pode ajustar suas velas e garantir o controle do seu destino.
Ter um direcionamento genuíno e em harmonia com seu perfil e suas ambições é essencial em qualquer tipo de carreira, o que não significa que é preciso enxergar de maneira cristalina aquele porto final.
Muitos fatores externos podem influenciar esse caminho, que pode mudar ao longo da sua vida, e a autoliderança ajuda ao desenvolver uma forma protagonista de olhar para novos problemas e fatores.
Ao desenvolver atitudes protagonistas, você se torna capaz de enfrentar os desafios sem culpar elementos externos ou perder tempo. Foca na solução e aplica seus conhecimentos para torná-la realidade, deixando aquele obstáculo para trás e acumulando novas experiências.
É algo útil em qualquer momento da carreira.
Quem se sente perdido pode experimentar diferentes possibilidades para tentar achar a que mais faz sentido. Quem mudou de ideia pode buscar fazer esta transição com controle. E quem sabe para onde está indo consegue seguir seu caminho de maneira mais assertiva e atingir maiores resultados.
As consequências para um país em que a autoliderança é disseminada vão além do sucesso individual.
Pessoas mais motivadas, que sabem onde querem estar, são mais felizes e tem satisfação maior no trabalho. Isso aumenta seu engajamento e a busca por resultados, transformando a sociedade e o desenvolvimento nacional.
Parece distante, é verdade. Mas acredite: começa com você.