Até o próximo dia 8 de maio estão abertas as inscrições para o programa de voluntários de vendas da Fundação Estudar. Ao todo, são 6 semanas de imersão em projeto focado em resultados e aprendizados que preparam jovens para o mercado de trabalho.
O programa, que melhora as técnicas de vendas dos participantes, também é fundamental para o desenvolvimento de soft skills, as chamadas habilidades emocionais, ao longo das atividades.
E essa característica, aliás, foi fundamental para o ótimo desempenho do grupo Fênix, um dos participantes do programa, que venceu a disputa e conseguiu bater a meta de vendas quase quatro vezes. Sim, isso mesmo: eles precisavam vender 30 cursos e conseguiram vencer 118 no total.
O Na Prática conversou com os membros do grupo, que contaram suas experiências, seus aprendizados e as dicas que eles deram para as futuras gerações. Confira a seguir!
Inscreva-se no programa de voluntários da Fundação Estudar!
Como funciona o programa de voluntário de vendas?
O programa de voluntariado de vendas da Fundação Estudar coloca os jovens participantes em um projeto real de vendas de cursos da organização.
O objetivo acaba se transformando, muitas vezes, em angariar doações de pessoas que queiram ajudar jovens a se desenvolver e conseguir alocar as bolsas conseguidas para alunos.
Nesse processo, os jovens são divididos em grupos que contam com um mentor, que já tem experiência no voluntariado, para orientar os menos experientes.
No caso da equipe Fênix, que contou com 5 participantes, não havia um mentor designado, e foi preciso alocar um dos membros sem experiência no programa de voluntários. Heittor Inacio, estudante de Engenharia Metalúrgica, foi essa pessoa, que topou o desafio, e se juntaram a ele Clara Ribeiro e João Brandão, ambos do Rio de Janeiro, e Henrique de Lima e Carolina Almeida, ambos de São Paulo.
Durante o processo, um dos maiores desafios do grupo foi designar as doações a bolsistas que de fato fossem usufruir dos cursos, já que uma das estratégias da equipe foi vender para empresas que compraram para ajudar outras pessoas. A escolha desses grupos beneficiados, e a alocação deles nos cursos, foi um fator que demandou muita responsabilidade.
“Doar era muito difícil porque pesquisamos sobre ONGs e tudo era muito burocrático”, conta Carolina, que conseguiu um trabalho após a experiência no programa de voluntários. “Foi aí que a gente conseguiu uma parceria com ma ONG para refugiados [para onde as bolsas foram destinadas]”
Segundo os participantes, o processo de negociação com essa organização, a Educação Sem Fronteiras, os fez perceber que os cursos tinham outros benefícios além dos que já estavam determinados. Isso porque, como o curso era em português, os imigrantes beneficiados com as bolsas podiam aprender a língua enquanto aprendiam os conceitos dos cursos da Estudar.
O que é preciso ter para ser um voluntário de vendas?
Segundo o carioca João Vitor Brandão, de 26 anos, a principal característica de um vendedor é a “cara de pau”. Sim, isso mesmo! Para ele, não é possível ter vergonha, é preciso ser até “chato” às vezes, e a paciência e a persistência são as chaves para obter sucesso.
Essa persistência, segundo Carolina, é importante porque o “não” é algo muito presente no cotidiano dos vendedores. “É preciso aprender a se modificar conforme o que vai se apresentando”, conta. “Nós precisamos nos adaptar a diferentes cenários e desafios porque tudo muda muito rápido.”
Foi essa consciência que permitiu ao grupo converter 30 bolsas, o valor total da meta, já no último dia de voluntariado, de acordo com Clara Ribeiro, de 22 anos, formada em Relações Internacionais. “As principais habilidades para se destacar são adaptabilidade, resiliência e trabalho em equipe”, conta. “Saber que eu tenho uma disponibilidade e que outro colega tem outra, é preciso. Somos pessoas diferentes, com culturas diferentes, e isso tem que ser considerado.”
Parte desse sucesso foi graças ao que o advogado Henrique de Lima, de 30 anos, destaca como a estratégia chave para o sucesso da equipe: a utilização do Limite de Pareto, que consiste em focar nas ações que vão gerar a maior parte do resultado com o menor esforço possível. “Por isso é que tivemos imprevistos e ainda assim conseguimos resultados muito bons”, resumiu ele.
O que o voluntariado ensina aos jovens para o futuro?
Ao fim do bate papo com cada um dos voluntários, o Na Prática perguntou a eles qual foi o maior aprendizado durante o programa. Confira a resposta de cada de um deles, e conheça o rostos dos campeões:
Clara Ribeiro, 22 anos, Rio de Janeiro
“Na minha opinião, uma habilidade que desenvolvi é a adaptabilidade, o jogo de cintura. Sem isso, nada funciona. A experiência do voluntariado nos fez nos adptarmoos sempre. Tentava, dava errado e mudava. Tem que saber como contornar uma situação, por mais complexa, estranha e difícil que ela pareça.”
Henrique de Lima, 30 anos, São Paulo
“Entrei pro voluntariado pra ajudar por acreditar que o Brasil é muito injusto. Isso pra mim foi o principal. E uma habilidade que consegui desenvolver foi esse intercâmbio entre culturas diferentes. Trabalhando em São Paulo lidamos pouco pessoas de outros estados. Foi muito bom ver como cada um pessoa pensa. A questão da empatia foi engrandecedora. Saber me adaptar também. Confiar na equipe foi fantástico. Tinha dias que eu não conseguia olhar o What’s App e eu confiava em todos.”
Carolina Almeida, 23 anos, São Paulo
“Ter muita empatia com os vendedores que me abordam é muito importante. Responder, não deixar no vácuo. Hoje em dia eu tento levar isso pra tudo e olho com muito respeito essas pessoas que atendem, vendem. E outra lição foi sobre o trabalho é a comunicação, poder falar com pessoas diversas. Eu não posso deixar de me comunicar com uma pessoa por nenhum motivo.”
João Vitor Brandão, 26 anos, Rio de Janeiro
“Eu pretendo seguir a área de gestão empresarial em administração, que é minha área de formação, e a persistência é com certeza algo que quero levar [do programa de voluntários]. E o posicionamento também. Se não está dando certo, posso mudar o foco. O trabalho em equipe. Ser ignorado é algo horrível. Controle emocional, também.”
Heittor Inácio, 21 anos, Rio de Janeiro
“Faço parte de uma empresa júnior na faculdade e aprendi muito aqui com liderança. Saber lidar com cada tipo de pessoa. Tem pessoa que é mais quieta, outras que falam mais, e saber reconhecer diferenças é importante. Empatia é muito importante também. Aqui foi muito diferente do que eu já tinha vivido. Nunca tinha parado pra ligar pra alguém pra vender um curso na engenharia. E quando você aprende a negociar, você negocia toda hora. Eu aprendi muito sobre isso e com certeza vou levar pra minha daqui ora frente.”