Autoconhecimento e ação são os pontos-chave para um bom coaching

Jovens conversando

No começo de maio o Na Prática organizou a primeira conferência Ene com foco em mercado financeiro, tornando-se o maior evento de carreira e recrutamento do Brasil específico para esse mercado. Durante a conferência, os coaches Felipe Rigoni e Daniela Regina, entre outros, atenderam os participantes para conversar sobre suas dúvidas sobre carreira e escolhas profissionais. De formações diferentes – ele em engenharia de produção, ela em psicologia –, os dois têm em comum a vocação de auxiliar outros em seu autodesenvolvimento.

O processo de coaching, que pode ser utilizado para aprofundar o autoconhecimento e melhorar o desempenho em diversos aspectos da vida, envolve muito diálogo e reflexão, além do estabelecimento de metas e planos de ação para o progresso esperado. Ao longo do dia, ambos os coaches perceberam que os participantes da conferência tinham dúvidas similares, tanto a respeito de si mesmos quanto sobre a melhor maneira de se posicionar no mercado.

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Há três anos atuando como coach, Felipe disse que boa parte de quem lhe procurou trazia questionamentos básicos: Será que o mercado financeiro é minha praia? Se sim, o que preciso fazer pra me preparar para tanta competição?

Foco do evento, o mercado financeiro busca profissionais proativos, com curiosidade analítica e bastante engajamento com o trabalho, resume ele. Para se tornar um bom candidato, é importante entender a demanda das empresas e explorar suas próprias fortalezas. “Foi o que mais fiz em termos de coaching”, diz.

A resposta para as duas perguntas mais frequentes está enraizada no autoconhecimento. “Começamos investigando os valores, o que realmente importa para você e se isso está conectado à cultura e aos valores da empresa”, explica. “Se fosse compatível, a dúvida estava praticamente sanada.”

Caso contrário, era hora de começar a buscar o que faz brilhar os olhos. “Alguns tinham paixão por análise lógica, algo que se encaixa no mercado financeiro, enquanto outros tinham certa paixão mas que poderia ser satisfeita em outras muitas coisas”, explica.

Para começar a reflexão, ele sugere se perguntar três questões: 1. O que eu gosto de fazer? 2. O que faço e não percebo o tempo passar? 3. No que falam que eu sou bom?

“A pergunta de ‘o que eu realmente quero fazer?’ é a mais frequente e todos passamos por isso”, lembra ele, que aconselha que jovens experimentem o que puderem. “Vai aparecer várias vezes ao longo da vida e é bom revisitá-la para fazer possíveis ajustes e inovações.”

coaching ene na pratica
Coahing durante a Conferência Ene [NaPrática]

Ação Quem procurou Daniela não raro trouxe junto o relatório de perfil gerado pelos processos seletivos da Fundação Estudar, um resumo de valores, personalidade e estilo de trabalho (o teste pode ser feito por aqui). “Eles diziam coisas do tipo: ‘O mercado financeiro é agressivo, mas meu perfil diz que não sou’”, conta.

Foi preciso lembrar que a ferramenta é um auxílio, não um obstáculo. E para que os jovens pudessem extrair ao máximo as oportunidades daquele dia, quando podiam interagir com funcionários de empresas importantes em busca de boas vagas de trabalho, Daniela criou planos de ação de curtíssimo prazo.

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“Eu pedia que eles fizessem uma lista de seus gostos e desgostos e procurassem uma empresa de acordo com isso, porque ela também está ganhando você”, conta. Em seguida, criavam uma rota da porta da sala de coaching até a cadeira em frente ao representante da companhia. “O plano começava em ‘vou sair daqui e caminhar até lá!’”

Coach há dez anos, ela diz que também pode enxergar em seus clientes uma espécie de trava. Esse tipo de comportamento – que ela percebeu mais claramente em uma pesquisa sobre empreendedorismo – se dá quando há tanta informação que o jovem nunca se sente de fato preparado para começar, mesmo com anos de estudo debaixo do braço.

“A pessoa sempre procura mais e mais informações e isso pode criar uma paralisia”, diz. “Mas quando a pessoa estuda muito e não age, nada acontece.”

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