Quando era gerente da empresa de consultoria EY (Ernst & Young), Susan Hawkins – que hoje dá aulas para qualificações profissionais internacionais em finanças, contabilidade e valuation na SH Professional Training, empresa da qual é fundadora – coordenava equipes formadas por consultores seniores, consultores e trainees.
“Eu era responsável por vários projetos paralelamente, e o objetivo de muitos deles era avaliar o valor das empresas adquiridas por nossas clientes, ou seja, seu business valuation”, conta. Hoje, a SH está com incrições abertas para seu curso de Business Valuation e Modelagem Financeira, e vai oferecer duas bolsas de estudo aos leitores do Na Prática – os interessados encontram mais informações no final deste texto.
Business Valuation
Quando uma empresa contrata uma consultoria para essa avaliação, o primeiro passo é marcar uma entrevista com o cliente para entender seus planos estratégicos e, depois disso, avaliar indicadores macroeconômicos e pesquisas de mercado.
Parte da equipe fica então responsável pela modelagem de dados para o fluxo de caixa, no Excel, o que inclui a análise dos componentes da empresa e outros fatores como a variação do capital de giro, seus investimentos em ativos fixos, a capacidade real da companhia em relação às projeções etc.
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As premissas usadas para as projeções e a taxa de desconto são o principal desafio para quem trabalha com business valuation. “É preciso ter conhecimentos de macroeconomia, aprender sobre indústrias específicas e a empresa que se vai avaliar. Para facilitar um pouco o trabalho, consultorias costumam ter acesso a indicadores relevantes para o cálculo de taxas de desconto, além de reunir uma base grande com informações sobre indústrias, como sua previsão de crescimento no Brasil, por exemplo, e ter contato com agências que fazem pesquisas de mercado. Relatórios de inflação do Comitê de Política Monetária (Copom) e outros indicadores do Banco Central são muito úteis também”, diz.
Outro desafio é o tempo. Em média, demora-se quatro semanas em um projeto de business valuation, contando os follows com a empresa cliente. Por isso, a divisão de tarefas é tão importante.
Geralmente, quem está começando na função fica responsável por modelagem, cálculo da taxa de desconto e escolha das empresas comparáveis. “Utilizamos os múltiplos do price-earnings das companhias abertas comparáveis – cujo valor está disponível para pesquisa – que têm a ver com o cliente. Elas servem como base para conferirmos se o valor da empresa avaliada faz sentido em relação ao mercado”, diz Susan.
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Perfil do profissional
Para Susan, uma habilidade essencial para quem quer trabalhar com valuation é ter bom senso. “Você precisa conseguir justificar por que usou as premissas que usou. Por isso, é tão importante se basear sempre em pesquisas de mercado, por exemplo, para fazer projeções mais efetivas”, diz. Outras competências importantes são curiosidade, saber pesquisar nos lugares certos, ter conhecimentos de contabilidade, da legislação tributária brasileira e noções de economia.
“Ter estudado Economia me ajudou a entender melhor o contexto por trás do valuation. Olhando para o macro, é possível fazer projeções mais certeiras”, afirma. Para complementar a formação acadêmica, Susan também buscou certificações internacionais em finanças: ela é CFA (Chartered Financial Analyst) Charterholder e já fez os primeiros dois exames (de quatro) para adquirir a certificação da ASA (American Society of Appraisers). “As provas consolidaram meu conhecimento, mas algumas habilidades, como o bom senso, só se aprende na prática.”
Susan Hawkins é fundadora da SHP Training, empresa que oferece cursos presenciais e online, aulas particulares e materiais para qualificações profissionais internacionais nas áreas de finanças, contabilidade e valuation, incluindo os exames do CFA (Chartered Financial Analyst). Antes disso, ela passou pela EY (Ernst & Young) e pelo Bank of England, trabalhando com valuation de empresas e planos de contingência para instituições financeiras em dificuldades.