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Conheça a história de dois vereadores de SP e por que decidiram seguir carreira política

Os vereadores Mario Corochel e Marisa de Sá

Com apenas 23 anos, Mário Corochel foi o vereador mais votado em sua cidade natal, Araras, no interior de São Paulo, em 2012. Com pouco mais de 118 mil habitantes, o município é um importante centro do agronegócio paulista e está entre os 65 maiores IDHs do estado. Tratava-se da primeira candidatura de Mário, mas que já lhe rendeu a segunda maior votação da história local. A vitória também teve um significado pessoal e pôs fim a uma antiga frustração familiar. “Meus pais foram candidatos, mas nunca foram eleitos. Fui o primeiro da família que conseguiu”, confessa. Seu principal papel hoje é defender os interesses da população de Araras, elaborar leis municipais e propor projetos que melhorem a vida na cidade.

A vontade política vem desde criança e se reflete em uma sucessão de cargos que começaram com representante de sala e culminaram na presidência da Câmara Jovem de Araras – um projeto que incentiva o protagonismo juvenil na política. Aos 18 anos, quis lançar sua candidatura oficial, mas encontrou resistência familiar. Os pais queriam que ele fosse para a faculdade e foi o que acabou fazendo: ingressou no curso de Gestão de Políticas Públicas da Universidade de São Paulo (USP) e se mudou para a capital. Logo depois de formado, voltou para Araras e disputou um lugar na Câmara de Vereadores.

A educadora Marisa de Sá, por sua vez, já era vereadora de Guarulhos em 2012, quando reelegeu-se para um segundo mandato. Antes de ocupar o cargo na Câmara, foi professora da rede pública durante 13 anos e diretora da Secretaria de Educação municipal. Guarulhos, embora possua um dos maiores PIBs do estado, apresenta vários desafios na área pública. Com a construção de rodovias nos anos 1950 e do aeroporto na década de 1980, por exemplo, a cidade cresceu rapidamente e sem grande preocupação com urbanização, infraestrutura ou serviços públicos.

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Desafios

Embora em contextos bastante diferentes, Mário e Marisa enfrentaram dificuldades parecidas durante a campanha e depois de eleitos. Muito mais jovem do que os demais candidatos, Mário teve que lidar com o preconceito dos eleitores em relação à sua pouca idade. De forma espontânea, sua campanha passou a adotar a estratégia de contrapor sua inexperiência à formação acadêmica focada em administração pública, algo raro na cidade.

“As pessoas começaram a comentar entre elas: ‘Vou votar no menino que estudou’. E a gente viu que isso era de fato um diferencial”, conta. Mas destaca que fazer campanha não é fácil e que precisou trabalhar muito em cima da sua candidatura. A questão financeira foi outro obstáculo. Filiado ao Partido Progressista (PP), Mário utilizou 20 mil reais do fundo partidário e 10 mil reais de recursos próprios, preferindo não receber doações de empresários.

Marisa, filiada ao Partido dos Trabalhadores (PT), também enfrentou o desafio de realizar uma campanha com recursos limitados e apostou no seu histórico de militância para alavancar a candidatura. “Eu vim de baixo, de uma origem simples e de um contexto militante. Procurei então maximizar um ponto forte meu, que é saber mobilizar as pessoas”, conta. “Normalmente, faço campanha na porta das escolas, falo com a diretora, a cozinheira e os pais, faço dali o meu espaço de diálogo”, complementa.

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Atuação

Ao longo dos seus dois mandatos, Marisa afirma ter emplacado 21 projetos de lei, a maioria deles ligada às escolas. Ela acredita que sua formação em educação – tem graduação e mestrado na área – e a vivência em sala de aula ajudam muito na atuação como vereadora. Em seu mandato, Marisa defende a capacitação do professor e o uso cada vez maior de ferramentas tecnológicas no ensino. “É preciso modernizar a escola, mudar o currículo e inserir novas tecnologias”, diz.

Ao contrário de Marisa, que faz parte da base de apoio do prefeito, Mário é oposição e acredita ter mais liberdade em suas posições dessa maneira. “Não tenho rabo preso com ninguém, não sofro pressão na hora de votar os projetos e posso fiscalizar a atuação da prefeitura”, diz. A contrapartida é uma dificuldade maior de conseguir a aprovação de seus próprios projetos.

Sobre o curso na USP, Mário diz ter dado mais embasamento para as ideias que defende. “Não me ensinou tudo, mas me mostrou onde buscar, além de ter dado firmeza política para eu ter posições mais fortes”, diz. Contudo, não esconde a pretensão de crescer na política: “Se eu conseguir ser prefeito, aí sim vou poder implementar mais do que aprendi na faculdade”.

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