Por 15 anos, o executivo Fábio Barbosa foi CEO do banco Real e, após sua incorporação, do Santander. Em seguida, foi presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) por quatro anos e CEO do Grupo Abril por outros quatro.
Hoje, é sócio-conselheiro do Gávea Investimentos e membro dos conselhos da Endeavor Brasil, Itaú Unibanco, Insper e Fundação das Nações Unidas. Em resumo, Barbosa sabe bastante sobre o que é necessário para construir uma carreira de enorme sucesso.
É essa grande liderança que estreia o novo formato de vídeos do Na Prática, em estilo ping-pong, dando respostas diretas e muito úteis aos questionamentos frequentes dos jovens: O que chama sua atenção num candidato? Que líder o inspira? Como descobrir seu trabalho ideal?
Trajetória
Formado em Administração de Empresas pela Fundação Getulio Vargas-SP, Barbosa sempre gostou muito de ler sobre economia e o que estava acontecendo no país.
Usando a aptidão para matemática, encaminhou-se para o mundo dos negócios, que unia suas habilidades e paixões. “Vocação é fazer o que gosta”, resumiu em um Bate-Papo anterior com o Na Prática.
Ainda na faculdade, fez um estágio na Nestlé e tomou gosto tanto pela área de finanças quanto pela empresa em si, onde passou mais de uma década, incluindo anos na Suíça. Quando quis se aprofundar no setor financeiro, escolheu os bancos e retornou ao Brasil. “Fui trabalhar em banco meio que por acaso. Gosto de finanças e me pareceu algo natural.” Apaixonado pelo tema, ascendeu constantemente na carreira.
Em 1986, começou sua trajetória no Citibank, que culminaria na presidência do banco ABN AMRO – e, depois da série de aquisições que aconteceram no setor financeiro do país, passaria para presidência do Banco Real e do Santander.
A importância da ética
Hoje, é lembrado por ter realizado o IPO do Santander, que movimentou R$ 14 bilhões em 2009, e também por sua preocupação com sustentabilidade e conduta ética de negócios, que não eram tão frequentes como são hoje no país e lhe renderam o apelido de “banqueiro verde”.
No Banco Real, por exemplo, criou o primeiro Código de Ética da instituição. Na Febraban, que presidiu entre 2007 e 2011, sugeriu que se criasse um código de conduta, que estabelecia obrigações de bancos como avisar seus consumidores sobre as melhores opções de crédito para eles mesmos, não as mais lucrativas para as instituições.
“Não estou aqui para assinar o cheque e passar a borracha na consciência”, explicou em 2016, durante a Reunião Anual da Fundação Estudar.
Barbosa é o primeiro a apontar, entusiasmado, que uma conduta limpa nos negócios não é mais algo pioneiro: trata-se da sobrevivência de instituições em tempos de maior transparência, graças às novas tecnologias e pluralidade de informações, e de novas demandas da sociedade.
E se há pessoas na equipe com boa performance, mas em cima de atalhos ou jeitinhos que não são corretos, o caminho para este executivo é um só: retire-as antes que seja tarde. “Nada mata tanto um empresa quanto essa ideia de ‘ah, ele é um bom profissional então deixa para lá’.”
Para começar a refletir sobre como encontrar o trabalho certo para você, que lhe trará significado, Barbosa sugere que compreenda as estratégias, valores e possibilidade de impacto da empresa que está avaliando. O que ela agrega para a sociedade, para o setor e para você? “Veja se aquilo te satisfaz”, aconselha. A empresa ideal, continua o executivo, é aquela que tem “a forma de trabalhar que mais te encanta. Quando bate isso, você tenderá a se dar bem lá dentro”.