Você se interessou por uma vaga de emprego que parece perfeita, mas ao ver “inglês fluente” entre os requisitos, bateu aquela dúvida: vale a pena tentar mesmo sem dominar o idioma?
A resposta é: depende.
Cada vez mais empresas estão repensando essa exigência, e entender o contexto pode ajudar você a tomar a melhor decisão.
O que significa ter inglês fluente no mercado de trabalho?
O termo “inglês fluente” pode variar bastante entre as empresas. Para algumas, significa conseguir manter conversas técnicas ou participar de reuniões internacionais com naturalidade. Para outras, pode ser suficiente entender e-mails ou fazer apresentações simples. Ainda assim, é comum que o termo seja usado como um filtro automático de candidatos — o que, muitas vezes, acaba excluindo bons profissionais por um critério subjetivo.
Muitas empresas não definem claramente se o inglês é pré-requisito (obrigatório), desejável (um diferencial) ou apenas uma referência para candidatos mais preparados. Isso cria uma zona cinzenta, em que muitos deixam de se candidatar por insegurança, mesmo quando têm chances reais de avançar no processo.
Leia mais: 3 apps para quem vai fazer uma entrevista em inglês
É realmente necessário?
Nem sempre. Apesar da globalização ter aumentado a demanda por profissionais com proficiência em inglês, a realidade é que poucos brasileiros têm esse nível de domínio, e ele parece ter caído nos últimos anos.
Um dado preocupante revelado pela coluna Radar Econômico, da Veja, aponta que apenas 5% dos brasileiros são fluentes em inglês, e 95% não passam do nível intermediário ou básico. Nosso país ficou na 81ª posição entre 116 países no ranking da EF de 2024, uma das quatro piores da América Latina, e caiu 21 posições em relação à edição de 2023 do ranking.
Ou seja: se exigirem fluência, as empresas restringem muito seu funil de talentos.
É por isso que muitas organizações têm revisto seus critérios para favorecer a inclusão, flexibilizando o inglês como requisito para não excluir bons candidatos de perfis diversos, principalmente em programas de trainee ou iniciativas voltadas à diversidade.
Além disso, alguns recrutadores estão mais abertos a avaliar o conjunto de competências do candidato em vez de se prenderem a exigências rígidas do edital da vaga. Ter domínio técnico, boas habilidades interpessoais e vontade de aprender muitas vezes pesam mais do que o inglês perfeito. Muitas empresas oferecem ate parcerias e bolsas para tentar reduzir esse gap e desenvolver o inglês das equipes.
Saiba também: Requisitos de vaga de emprego: é preciso preencher todos ou ter a formação pedida?
Alternativas para não desistir da vaga de cara
Se a vaga pede inglês fluente e você ainda não chegou lá, existem alguns caminhos possíveis:
-
Seja transparente no currículo: em vez de escrever “fluente” por pressão, indique seu nível real — como “intermediário” ou “avançado em leitura”. Isso mostra honestidade e ajuda a alinhar expectativas.
-
Mostre outras forças: destaque experiências relevantes, resultados concretos e habilidades comportamentais. Se você tem um bom perfil para a vaga, o inglês pode ser flexibilizado ou até trabalhado internamente.
-
Demonstre disposição para aprender: mostrar que você está estudando, que já começou um curso ou que pratica com frequência pode sinalizar comprometimento e proatividade.
-
Busque ambientes que valorizam a inclusão: empresas que promovem diversidade costumam estar mais abertas a capacitar talentos em vez de apenas buscar o perfil pronto.
-
Aposte em processos seletivos mais amplos: programas de estágio, trainee e iniciativas afirmativas costumam ter critérios mais flexíveis — e são ótimos pontos de entrada.
Contornando lacunas nas entrevistas
Você pode não ter todas as skills exigidas em uma entrevista ou processo seletivo, e ainda assim se sair bem e conquistar a vaga que tanto quer. O importante é demonstrar outras aptidões que estão em alta no mercado – e talvez sejam até mais raras e valorizadas que o inglês fluente.
Algumas delas, como inteligência emocional e comunicação assertiva, você pode aprender de graça com os cursos online do Na Prática. Venha fazer parte da comunidade de mais de 30 mil pessoas para a qual as empresas olham com atenção há mais de dez anos.