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Stone: “Expansão do Pix vai demandar novos talentos em serviços financeiros”

Bernardo Carneiro, sócio cofundador da Stone, falou em painel do Conferência Na Prática 2022

Em junho de 2022, o Brasil chegou à marca de 469 milhões de chaves Pix cadastradas, segundo dados do Banco Central. Trata-se do maior patamar de usuários desde o início da operação do método de pagamento, em novembro de 2020.

Desse total, no entanto, apenas 4,3% das chaves são gerenciadas por pessoas jurídicas (empresas). Isso porque, no Brasil, o uso da ferramenta ainda é para pagamentos informais, de pessoa para pessoa, em 70% dos casos.

Na visão de Bernardo Carneiro, sócio cofundador da empresa de serviços financeiros Stone, esse cenário mostra que o mercado ainda deve se expandir  nos próximos anos, e que isso representará oportunidades de trabalho no setor.

“O Pix vai se transformar em uma plataforma que permite outras possibilidades de pagamento e uso dos recursos e não será simplesmente uma forma de pagar substitutiva ao cartão de débito”, analisa o especialista.

Contexto da pandemia antecipou tendências

Segundo Bernardo, o Pix como forma de pagamento vem em um contexto de exceção. Seu sucesso, porém, se dá devido à postura do consumidor, que identificou na ferramenta a resolução de uma série de problemas no dia a dia.

O especialista acredita que a pandemia trouxe mudanças no comportamento das pessoas, que precisaram se proteger mais. “O pagamento por aproximação, por exemplo, cresceu porque as pessoas não podiam tocar as outras por conta do distanciamento social”.

A preocupação com a segurança, porém, ainda freia o uso do Pix e de outros serviços modernos. Pessoas mais velhas, nesse contexto, são mais receosas na hora de utilizar pagamentos não convencionais.

“Algumas instituições estão bloqueando o Pix em alguns horários e já criaram valores máximos para transações como forma de garantir mais segurança”, explica Bernardo.

Essas questões, que impedem que o Pix cresça ainda mais no Brasil, são chamarizes para novos profissionais, novas empresas e talentos. Para Bernardo, haverá espaço para profissionais de tecnologia aplicada ao mercado financeiro e para pessoas críticas que sabem compreender cenários humanos.

“Um dos pontos de atenção é a questão da bancarização e a renda emergencial fez com que muitas pessoas fizessem uma conta pela primeira vez”, contextualiza. “Novos negócios em serviços financeiros, que demandam novas habilidades e novos talentos, devem surgir com força no Brasil nos próximos anos.”

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