Ser brilhante não é a garantia definitiva do sucesso. É comum que muitas pessoas inteligentes não atinjam seus objetivos e, segundo a psicóloga e escritora Alice Boyes, isso frequentemente acontece por elas minarem a si mesmas, sutil porém gradualmente.
Em artigo no site Harvard Business Review, ela destaca cinco fatores que contribuem para o não aproveitamento de todo seu potencial. Entender esses pontos fracos, explica Boyes, é o necessário para contorná-los. Ela inclusive oferece recomendações para quem identifica cada um dos comportamentos em si mesmo.
5 formas com que pessoas inteligentes se sabotam
#1 Desvalorizar outras habilidades
Desvalorizar outras habilidades, como as interpessoais, e se concentrar demais no intelecto é o primeiro fator apontado pela especialista. Pessoas inteligentes às vezes não veem outras competências como importantes.
Isso não é do nada, nem incomum. “A maioria das pessoas tem um viés natural em relação ao desejo de capitalizar seus pontos fortes e, inversamente, prefere evitar pensar em áreas nas quais não são naturalmente tão fortes.”
Na maioria das funções, é preciso mais do que inteligência “crua” para avançar e crescer. Concentrar-se apenas em sua maior força, em vez de também abordar suas fraquezas, tende a ser autossabotativo, segundo Boyes.
Solução proposta:
Utilize pontos fortes para superar suas fraquezas. Aprender com facilidade, por exemplo, pode ser vantajoso para essa etapa. Não precisa transformar completamente sua personalidade, apenas exercitar comportamentos que fortaleçam a competência que não está tão desenvolvida.
#2 Achar o trabalho em equipe frustrante
Quem capta conceitos novos rapidamente pode sentir dificuldades ao trabalhar com outras pessoas que levam mais tempo para processar informações.
As pessoas inteligentes também às vezes acham difícil delegar por sentirem que podem realizar melhor a tarefa – independentemente de isso ser realmente verdadeiro). Tendência bastante provável, de acordo com a psicóloga, para quem tem tendência forte ao perfeccionismo.
Solução proposta:
Identifique suas reações internas e entenda de onde elas vêm, mas também aprenda a apreciar genuinamente as muitas vantagens que a diversidade pode trazer para uma equipe, destaca Boyes.
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#3 Atribuir toda sua autoestima à inteligência
“As pessoas inteligentes muitas vezes atribuem grande parte de sua autoestima a serem inteligentes, o que pode diminuir sua resiliência.” Assim, qualquer situação que desencadeie uma sensação de não ser tão brilhante – como trabalhar com outras pessoas inteligentes – é tida como altamente ameaçadora.
Solução proposta:
Tenha uma visão objetiva dos benefícios de trabalhar com pessoas que, em alguns aspectos, são mais inteligentes do que você. “Se você está se cercando de pessoas inteligentes, você está fazendo algo certo”, afirma a psicóloga, “lembre-se, o ferro afia o ferro.”
Além disso, desenvolva relacionamentos com pessoas em quem confia para fornecerem feedback construtivo. Quanto mais você se acostumar a receber críticas de quem acredita em seu talento e capacidade, mais fácil se tornará.
#4 Entendiar-se facilmente
“Ser inteligente não é exatamente o mesmo que ser curioso, mas se você tem essas duas qualidades, você pode se sentir facilmente entediado com a execução das mesmas atividades várias vezes.” Alguns tipos de sucesso resultam da criatividade, mas outros tipos vêm de se tornar um especialista, o que inclui repetir tarefas.
Solução proposta:
Em vez de tentar mudanças drásticas, decida quando tolerar curtos períodos (alguns minutos ou horas) de tédio pode ter um impacto muito benéfico no seu sucesso. Por exemplo, dedique cinco horas por semana a uma atividade monótona, mas vantajosa, pelo menos a longo prazo. Além disso, certifique-se de ter possibilidade de aprender com frequência nos principais campos da sua vida.
#5 Considerar que refletir profundamente é a chave para qualquer problema
Tão acostumadas a encontrarem soluções a partir da reflexão, as pessoas inteligentes podem ter dificuldade de visualizar quando uma abordagem diferente é mais adequada e benéfica.
Solução proposta:
Considere quando outras estratégias além do pensamento são mais prováveis de resultar em sucesso. “Experimente fazer pausas para soltar-se e permita-se aprender fazendo, em vez de pesquisar exaustivamente”, diz Boyes. Quando perceber que está sem encontrar solução e com reflexões majoritariamente negativas, por sua vez, ela indica realizar uma atividade que utilize toda sua capacidade, como montar um quebra-cabeça.