Formada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV-SP), a paulistana Camila Cardoso, de 29 anos, sempre quis atuar na área de consultoria estratégica. Trabalhou por sete anos na Bain & Company, uma das líderes mundiais em consultoria de negócios. Como consultora, atendeu a vários setores (finanças, varejo, e-commerce, dentre outros), e teve a oportunidade de morar nos Estados Unidos, Chile e Canadá. A certa altura da carreira, começou a ficar insatisfeita com a pura visão de negócios – matéria bruta do trabalho do consultor. Sentia necessidade de estar mais próxima da geração de desenvolvimento econômico-social a partir de sua atuação profissional direta.
Leia também: Veja as inovações que prometem remodelar o mercado de educação
Em 2011, ainda na Bain, chegou a experimentar a atuação numa ONG, em Moçambique, durante um externship de três meses, quando elaborou o plano de negócios para uma associação de avicultores. Mas, mesmo atuando por uma causa, não foi possível vislumbrar os resultados que queria. “Entendi que aquele também não era meu caminho quando percebi que todo o esforço de visitar as granjas, planilhar o quanto cada frango comia, e montar o business plan não traria mudanças concretas porque não existia um foco em resultados por parte de toda a equipe”, conta.
Dois anos depois dessa experiência, numa conversa informal com um colega, Camila soube que a Kroton Educacional, uma das maiores instituições de ensino do mundo e a maior empresa privada de educação no Brasil – com clientela de 1 milhão de estudantes – estava com ambições de oferecer serviços ao Pronatec, programa do governo federal de acesso ao ensino técnico e que acabara de abrir-se ao mercado do ensino superior privado.
Conseguiu, então, fazer a transição que tanto buscava, oferecendo sua visão de negócios num ramo de atividade com impacto social. “Entrei muito empolgada para criar os cursos para o Pronatec dentro da Kroton. Eu mesma tive formação técnica, antes da faculdade, e acredito muito na necessidade do ensino profissionalizante para o Brasil”, diz.
Camila conta que programa foi construído do zero e ela se sentiu atuando numa startup, mesmo que dentro de um grupo empresarial grandioso. “Entrei para criar um produto totalmente novo, sem saber que cursos seriam oferecidos, a que preço, em quais unidades de ensino, para quantos alunos e com que material didático”, conta.
Leia também: Cinco dicas para quem quer trabalhar no setor educacional
Recentemente, assumiu a diretoria acadêmica da empresa, tornando-se responsável por gerenciar a produção de todo o material didático digital e impresso utilizado pelos alunos da Kroton e fornecer material de apoio aos professores da rede. Ela está animada com a nova função, cujo desafio maior é colaborar para tornar as formas de ensino-aprendizagem mais eficientes e adequadas aos novos perfis de estudantes.
“Para quem gosta de inovação, o mundo da educação é um campo fértil e que está passando por uma mudança grande. Tenho certeza de que o meu sobrinho de seis anos da idade não vai aprender como eu aprendi, essencialmente com aula expositiva dentro de uma sala. Isso já começa a valer para os estudantes que atendemos hoje e nos obriga, diariamente, a pensar em novas formas de ensinar”.
Quando questionada sobre como será a educação no futuro, Camila responde: “Ninguém sabe. Não existe um caminho pronto, até porque temos que preparar os alunos para problemas que ainda não existem. Mas creio que o modo de ensinar, no futuro, vai estar muito ligado a questões como interatividade, quebras no tempo de aprendizagem, espaços fora da sala de aula, recursos do audiovisual, internet, simuladores e materiais didáticos que tragam sempre provocações a reflexões”.
Assista ao bate-papo do Na Prática com Rodrigo Galindo, CEO da Kroton
Camila Cardoso participou do Imersão Educação, programa de preparação e decisão de carreira promovido pelo Na Prática. Quer conhecer melhor as oportunidades de carreira no mercado de educação que transforma o Brasil? Saiba mais aqui.