Eles são dois dos maiores e mais respeitados investidores do mundo e que, juntos, valem US$ 103,6 bilhões de dólares, de acordo com a revista Forbes.
Trata-se de Warren Buffett e Jorge Paulo Lemann. No último sábado, eles compartilharam com o reitor da Harvard Business School, Nitin Nohrja, um pouco sobre sua trajetória conjunta.
Buffet está hoje a frente da Berkshire Hathaway, que presta serviços financeiros e também investe em empresas como Coca Cola, Gillette e Wells Fargo. Já Lemann é um dos principais nomes do 3G Capital, que controla empresas como AB Inbev, Burger King e Kraft Heinz.
A conversa aconteceu durante a Brazil Conference 2017, evento apoiado pela Fundação Estudar e que acontece anualmente em Harvard e no Massachusetts Institute of Technology para debater os rumos do país.
O primeiro negócio que fizeram juntos só aconteceu 2013 – a aquisição da Heinz por parte da 3G Capital –, mas os dois se conhecem desde 1998, época em que Lemann vendeu o Banco Garantia ao Credit Suisse First Boston por US$ 675 milhões.
Ambos estavam no conselho da Gillette quando Buffett perguntou se o brasileiro estava feliz com a decisão. Lemann disse que sim, e que preferia ser alguém mais parecido com o americano que com um banqueiro: “Você tem um controle melhor do seu tempo, um senso de humor melhor e é muito mais rico”.
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Após encontros sociais ao longo dos anos, eles enfim resolveram trabalhar juntos durante uma viagem com outros grandes executivos nos EUA. Lemann pediu a opinião de Buffett sobre uma possível compra da Heinz e, diante da reação positiva, enviou pouco depois os contratos para o escritório da Berkshire Hathaway.
“E, como teria acontecido se fosse algo de meu parceiro Charlie Munger, basicamente não mudei uma palavra”, disse o americano, citando um de seus sócios mais admirados.
Com sua adição de US$ 14 bilhões, Lemann conseguiu o dinheiro necessário para avançar com a aquisição. Depois da fusão com a Kraft Foods, também feita em parceria com a Berkshire Hathaway, a Kraft Heinz se tornou a 5ª maior empresa alimentícia do mundo.
“Considero um dos maiores erros da minha vida que não tenhamos feitos parcerias até tão tarde – estamos na mesma sintonia”, resumiu Buffett. “No fim, estamos executando as coisas no longo prazo e construindo empresas que vão durar para sempre, se for possível”, encerrou o brasileiro.