Redação, do Na Prática
Publicado em 5 de abril de 2016 às 13:21h.
A figura do estagiário nas empresas é cercada por um imenso folclore. Quem nunca ouviu a piada de que ele só cumpre funções como “tirar xerox” ou “trazer o cafezinho”? Ou de que a culpa por qualquer erro cometido pela equipe pode ser atribuída a ele? Essas são só algumas das tiradas humorísticas mais comuns sobre os jovens no ambiente de trabalho.
Mas, para além das brincadeiras, o fato é que o estágio cumpre uma função muito valiosa para a carreira de qualquer pessoa.
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De acordo com Felipe Maluf, sócio da YCoach, empresa especializada em coaching para jovens, a experiência serve como um importante laboratório para a vida profissional.
“Você vai poder errar, até uma certa medida, por ser estagiário”, diz ele. “Ao mesmo tempo, terá a oportunidade de ver como funciona o mercado de trabalho e como se articulam as relações de poder numa organização”.
Greta Munhoz, gerente da consultoria Companhia de Estágios, diz que um estágio bem aproveitado é aquele em que o estudante tem o máximo de contato possível com diferentes departamentos e projetos de uma empresa.
Quanto maior essa exposição, continua ela, mais fácil será testar sua própria satisfação com sua escolha de curso universitário – e direcionar a sua carreira para a área com a qual você descobriu ter mais afinidade. Desperdiçar o potencial de aprendizado dessa fase é, portanto, um erro grave.
O problema é que, por causa da remuneração e da carga horária reduzidas, alguns estudantes acreditam que o estágio é um vínculo menos importante do que um emprego registrado.
Assim, diz Greta, muitos demonstram falta de compromisso com a empresa. Esquivar-se de um problema com desculpas como “Eu sou só o estagiário” é um tiro no pé. “Você não pode agir como se estivesse fora do barco, a não ser que não queira continuar no barco, isto é, ser efetivado”, afirma a psicóloga.
Quer aproveitar ao máximo a sua experiência de estágio? Veja a seguir os 7 “pecados capitais” a evitar, segundo os especialistas consultados por EXAME.com:
Segundo a psicóloga Greta Munhoz, gerente da consultoria Companhia de Estágios, a acomodação é uma das piores posturas que um estagiário pode adotar no trabalho.
“Ele não pode ficar sempre aguardando ordens, ou achando que a sua função é só operacional”, diz ela. “É importante que ele tome iniciativa às vezes, traga ideias, proponha mudanças, e não apenas responda ao que lhe é solicitado”.
Kimberly A. Whitler, professora da Universidade da Virgínia, em um recente artigo da Forbes, acrescenta que os gestores valorizam estagiários que não apenas executam, mas pensam criticamente e sugerem melhorias. Esperar que o trabalho venha pronto para ser feito é um erro comum – e prejudicial.
O receio de parecer inexperiente ou despreparado nunca pode ser maior do que a curiosidade de aprender, diz Felipe Maluf.
É comum o medo de “incomodar” os superiores com questionamentos, mas esse temor costuma ser infundado: a curiosidade é uma qualidade bem-vinda em um estagiário. Segundo Whitler, não fazer perguntas quando algo não está claro é um dos erros mais citados por empregadores.
O mesmo acanhamento que impede muitos estagiários de expor suas dúvidas também leva ao empobrecimento da relação com seu superior.
O gestor está ali justamente para desenvolver o jovem e cultivar essa relação é uma das melhores maneiras de crescer. Interaja, peça feedbacks, e não subestime o poder de uma conversa sincera e respeitosa com seu líder.
Lembrar que você está numa posição iniciante na empresa também é fundamental para calibrar a sua postura diante da equipe.
Segundo Greta, muitos jovens acham que “sabem tudo” sobre suas profissões, justamente por ainda estarem muito próximos dos livros da faculdade. Mas a arrogância pode afastar colegas e líderes.
Reconhecer suas limitações e demonstrar humildade são atitudes que geram respeito – e abertura para o aprendizado.
Em função da idade e posição hierárquica, não é raro que o estagiário se sinta um “cidadão de segunda classe” em relação aos demais. Essa visão está equivocada, diz Greta.
O jovem pode – e deve – participar das interações sociais e profissionais do time. Para Kimberly Whitler, não aproveitar essas oportunidades de networking interno é um erro grave. São esses relacionamentos que podem abrir portas no futuro.
Felipe destaca que muitos estagiários têm dificuldade em se desconectar do celular durante o expediente.
Acessar o smartphone no trabalho não é necessariamente um problema, mas a distração constante prejudica tanto a produtividade quanto a percepção que os outros têm do seu comprometimento.
Muitos gestores se incomodam com estagiários que parecem mais focados nas redes sociais do que nas tarefas do estágio.
Todo estagiário será cobrado pelas suas entregas, mas as funções operacionais não podem ser sua única preocupação.
De acordo com Felipe, o estagiário que se foca só no técnico perde a chance de mostrar sua maturidade emocional e sua capacidade de trabalhar em equipe – traços que são decisivos na hora da efetivação.
Whitler reforça: os melhores estagiários se preocupam com o impacto do seu trabalho, entendem como suas atividades se conectam aos objetivos maiores da empresa, e demonstram um senso de propósito.
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