Vitor Soares
Publicado em 25 de junho de 2024 às 13:12h.
O ambiente corporativo e acadêmico está cada vez mais orientado por ferramentas que ajudam a compreender causas de problemas e pontos de melhoria. Em um mundo competitivo, entender não apenas os efeitos, mas também os fatores que os originam, é essencial para garantir qualidade, eficiência e resultados consistentes.
Nesse contexto, o Diagrama de Ishikawa, também chamado de Diagrama Espinha de Peixe ou Diagrama de Causa e Efeito, tornou-se um dos recursos mais utilizados em diferentes setores.
Ele permite que equipes visualizem, de forma clara e organizada, as variáveis que podem estar influenciando determinado resultado — seja ele positivo ou negativo.
Neste artigo, você vai descobrir como o Diagrama de Ishikawa funciona, suas aplicações práticas e como montar o seu. Vamos explorar em detalhes os famosos 6Ms do método, conhecer sua origem e ainda comparar essa ferramenta com outras metodologias de gestão da qualidade, como Pareto e 5W2H.
Ao final, você vai ter um guia completo para aplicar o diagrama em seus projetos pessoais, acadêmicos ou profissionais.
O Diagrama de Ishikawa, também chamado de diagrama espinha de peixe ou diagrama de causa e efeito, é uma ferramenta visual usada para identificar e organizar causas de um problema.
Ele permite analisar processos em diferentes perspectivas e facilita tanto a identificação de falhas quanto o entendimento de fatores que levam a bons resultados.
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De maneira prática, o diagrama ajuda equipes a:
Essa ferramenta também é amplamente utilizada em gestão da qualidade e pode ser combinada com outras metodologias, como FMEA e Diagrama de Pareto.
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Sim, não é à toa que o modelo é conhecido como espinha de peixe: sua representação lembra o esqueleto de um peixe, com cada “espinha” ligada a um fator de análise.
Ao aplicar o método, analisamos seis grandes áreas que concentram a maior parte das possíveis causas. Esses fatores são conhecidos como os 6Ms:
Por exemplo, em uma confeitaria que enfrenta queda nas vendas, o problema pode estar em materiais de baixa qualidade (chocolate ruim), em máquinas desatualizadas ou até em métodos ineficientes de produção.
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Você pode usar o diagrama de causa e efeito sempre que houver a necessidade de:
O método não se limita a indústrias — também pode ser usado em educação, saúde e projetos pessoais.
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Você pode montar seu diagrama a partir desse passo a passo simples:
Imagine uma fábrica de móveis com queda na qualidade. O diagrama poderia indicar:
Ferramentas como Lucidchart, Miro e Creately oferecem modelos prontos de diagrama de Ishikawa.
O diagrama foi criado em 1943 pelo engenheiro químico japonês Kaoru Ishikawa, mas algumas fontes indicam que ele se tornou popular a partir do ano de 1968.
Aplicações do Diagrama de Ishikawa em diferentes setores
Estudos acadêmicos mostram ainda combinações do Ishikawa com métodos como FAHP e redes bayesianas, ampliando sua eficácia.
Aqui vai uma breve comparação do diagrama de Ishikawa e outras ferramentas populares, para você visualizar quando é melhor aplicar cada uma delas:
Diagrama de Pareto
O Diagrama de Pareto é baseado no princípio 80/20: cerca de 20% das causas são responsáveis por 80% dos problemas. Permite priorizar com base em dados quantitativos ao apresentar causas em um gráfico de barras decrescente
Ele é bastante usado para mapear e focar em causas que têm maior impacto no problema, otimizando foco e recursos. Por outro lado, não explora causas detalhadas como o Ishikawa.
5W2H (ou 5 Porquês)
Trata-se de uma ferramenta para planejamento e execução de ações, respondendo às perguntas What, Why, Where, When, Who, How, e How much/How many (O quê, Por quê, Onde, Quando, Quem, Como e Quanto).
Assim, ela complementa a análise de causas do Ishikawa ao transformar hipóteses e prioridades em um plano estruturado de ação.
FMEA
Essa ferramenta é usada para identificar modos de falha potenciais, seus impactos e formas de mitigação desses erros. Tem um forte foco quantitativo e preventivo em fases de planejamento e projeto.
Quando associada ao Diagrama de Ishikawa, proporciona uma análise mais robusta: o Ishikawa ajuda a estruturar causas possíveis, e o FMEA permite avaliar riscos, priorizar ações preventivas e aperfeiçoar processos de forma mais técnica.
A melhor combinação prática do Diagrama de Ishikawa a outras ferramentas:
Esse artigo científico de 2023, de um pesquisador da Universidade Nova de Lisboa, detalha uma aplicação objetiva do diagrama de Ishikawa.
No estudo, uma equipe multidisciplinar usou o diagrama para listar e priorizar hipóteses relacionadas a uma falha reportada pelo cliente.
A análise estruturada e visual da ferramenta ajudou a identificar que a principal hipótese inicial não estava relacionada ao problema, enquanto duas causas médias, um vazamento em uma conexão devido a desvio de diâmetro em um componente, foram confirmadas como origem do defeito.
O diagrama deu suporte ao líder da equipe para rastrear e priorizar as ações de investigação, sendo adequado para diversas investigações de falhas usando hipóteses listadas no próprio diagrama.
Essa aplicação mostra como o Ishikawa ajuda a organizar a investigação, otimizar recursos e focar em causas reais em um contexto industrial.
O diagrama de Ishikawa pode ser uma ótima ferramenta para analisar processos e identificar problemas. Outras ferramentas igualmente importantes no dia a dia de profissionais são as chamadas soft skills, como inteligência emocional, comunicação assertiva e storytelling, por exemplo.
Você pode acessar e treinar essas habilidades com os cursos online e gratuitos do Na Prática. São aulas dinâmicas, que oferecem certificado e o selo de qualidade Na Prática, valorizado em grandes empresas brasileiras desde 2013.
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Quais variações do Diagrama de Ishikawa existem?
Além dos 6Ms, existem versões com 5M, 8P (voltada para marketing) e 4S (voltada para serviços).
Quando usar Ishikawa vs. Pareto vs. 5W2H?
Use o Ishikawa para mapear causas, o Pareto para priorizar e o 5W2H para estruturar um plano de ação.
Quais são os erros comuns ao montar o diagrama?
Definir mais de um problema princip1al, ignorar uma das áreas (descritas nos 6Ms) e não envolver a equipe na construção.
O Diagrama de Ishikawa é uma ferramenta poderosa para analisar processos, identificar causas de problemas e melhorar resultados. Ao aplicá-lo, você promove uma visão mais estruturada e colaborativa dos desafios da sua equipe ou projeto.