• Home
  • >
  • Decisão de carreira
  • >
  • Por que o modelo de SAF vai ampliar oportunidades em marketing, segundo conselheiro consultivo do Cruzeiro

Por que o modelo de SAF vai ampliar oportunidades em marketing, segundo conselheiro consultivo do Cruzeiro

Segundo Ricardo Dias, conselheiro consultivo do Cruzeiro, as SAF inauguram um momento de revolução no futebol brasileiro (Imagem: Fundação Estudar)

Em 17 de dezembro de 2021, o Cruzeiro Esporte Clube, de Minas Gerais, aprovou uma alteração no Estatuto da instituição para autorizar a venda de até 90% das suas ações. A partir dali, a organização passou a funcionar como uma empresa, chamada de Sociedade Anônima do Futebol (SAF), e abriu as portas para investidores.

No dia seguinte à mudança, Ronaldo Nazário de Lima, o Fenômeno, assinou um contrato de intenção de compra e, mais tarde, se tornou dono da SAF do Cruzeiro. Quase um ano depois, a equipe de futebol do clube se classificou para a primeira divisão do Campeonato Brasileiro após 3 temporadas na “segundona”.

O movimento, que depois inspirou clubes como Botafogo e Vasco, tem sido avaliado por especialistas como uma mudança de perspectiva para o futebol nacional. Com a abertura para investimentos, os clubes tendem a se profissionalizar e a potencializar setores que vão além das quatro linhas do jogo.

Nesta semana, o NaPrática entrevistou Ricardo Dias, membro do Conselho Consultivo do Cruzeiro, para explicar as possibilidades de carreira no setor de marketing esportivo no futebol. Para a série Fora de Campo: Futebol Na Prática, ele explicou o papel do setor nas tomadas de decisão dos clubes e evidenciou as transformações que as Sociedades Anônimas do Futebol (SAF) devem trazer para o futebol brasileiro.

Leia ainda: Como o marketing ajudou a Skol a se tornar tão relevante na cultura brasileira?

“Era mais empolgante para trabalhar com marketing esportivo”

No último ano, o mercado de futebol cresceu cerca de 10% na Europa e clubes do principal campeonato do mundo, a Premier League, receberam 14,6 bilhões de dólares. No Brasil, no entanto, o arrecadamento total dos 20 clubes da Série A chegou apenas a 2 bilhões de dólares em um universo com 160 milhões de consumidores.

Segundo Ricardo Dias, esse cenário evidencia que ainda há muito espaço para que clubes, atletas e entidades futebolísticas cresçam e conquistem novos clientes. Para ele, essa é “a era mais empolgante para quem quer começar uma carreira no mundo esportivo fora dos campos, principalmente no marketing.”

“A grande moeda da comunicação é a atenção e o que o esporte tem de mais valioso é a atenção”, analisou ele. “Qualquer time, entidade ou atleta que tem um canal com grande atenção [do público], tem um grande valor na mão no mundo da comunicação.”

Leia também: Líder na Stone, Felipe Hatab dá 4 dicas de marketing focado na geração Z

Como começar a trabalhar em marketing no futebol

Na opinião de Ricardo Dias, a visão de privilegiar apenas o esporte nos clubes de futebol está ficando para trás. A criação de novos produtos, novos serviços e novas formas de se comunicar com torcedores têm sido cada vez mais determinantes, segundo o especialista, para os clubes.

“Se você quer entrar nesse mundo, é preciso ir atrás das organizações e descobrir quais delas estão criando produtos [que se aproximam dessa nova tendência]”, indica o empresário.

Para essa missão, ele diz que é preciso procurar bons benchmarkings, mesmo que fora do futebol, para entender como o marketing atua nas organizações. A NBA, por exemplo, é uma ótima porta de entrada para esse universo.

Além disso, Ricardo acredita que os profissionais que querem atuar com marketing no futebol devem começar a criar uma rede de contatos no LinkedIn. Entrar em contato, enviar ideias, participar de eventos são pontos de partida para encontrar oportunidades.

“Hoje é muito mais fácil do que era há dez anos porque você tem muito mais investimento no esporte e o marketing está cada vez mais como protagonista e não só com a função de fazer a comunicação do clube ou da liga.”

Continue no tema: 6 lições sobre resiliência de uma medalhista olímpica

O que vem por aí a partir das SAF?

Com a popularização das SAF, que exigem mais estratégias de gestão, transparência e responsabilidade, os clubes de futebol devem passar por um processo de profissionalização nos próximos anos. Esse processo, para Ricardo, deve revolucionar o mercado.

“A SAF vai certamente aumentar e muito o número de oportunidades que temos no marketing esportivo do futebol no Brasil”, explica Ricardo. “Essa área deve gerar muita receita e vai estar sempre tentando aproximar clubes e torcedores, e isso, na minha opinião, é algo que o marketing tem como obrigação.”

A esse respeito, Ricardo diz que o processo que Ronaldo “Fenômeno” está conduzindo no Cruzeiro deve deixar um legado para os times de futebol brasileiros. Isso porque, na visão dele, o ex-jogador campeão do mundo e agora empresário está criando um playbook sobre como gerenciar clubes-empresa.

Por essa razão, ele explica que realiza o trabalho de conselheiro consultivo de marketing e inovação no clube gratuitamente. E isso acontece porque, para Ricardo, esse é um mercado no qual ele acredita e que pode impactar positivamente a vida dos brasileiros, dos clubes e dos torcedores de modo geral.

“Todos os conselheiros consultivos fazem o trabalho pro-bono. Principalmente no Brasil, talvez não haja nada mais apaixonante do que o futebol. Se você gosta de marketing e gosta de esporte, você está no lugar certo e na hora certa. O Cruzeiro, por exemplo, tem dez milhões de torcedores. Imagine cuidar de um produto que dez milhões de pessoas amam.”

Assista à entrevista na íntegra e se inscreva no canal para assistir ao próximo episódio:

Os melhores conteúdos para impulsionar seu desenvolvimento pessoal e na carreira.

Junte-se a mais de 1 milhão de jovens!

O que você achou desse post? Deixe um comentário ou marque seu amigo:

MAIS DO AUTOR

Os melhores conteúdos para impulsionar seu desenvolvimento pessoal e na carreira.

Junte-se a mais de 1 milhão de jovens!