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Jovens trainees de sete empresas contam como se destacar nos processos seletivos

Jovem mulher grifa textos ao ar livre

Eles venceram uma disputa acirrada. Com dedicação, preparação e fôlego para encarar os processos seletivos para trainee, sete jovens de diferentes formações acadêmicas contam como fizeram para se destacar em meio a milhares de candidatos e fisgar os recrutadores de grandes empresas.

Trabalhando hoje nas companhias que sempre sonharam, eles revelam quais foram as principais dificuldades enfrentadas – que, diga-se de passagem, não são poucas – e também dão dicas valiosas para quem vai encarar os processos seletivos nesse ano. Confira a seguir o que eles disseram:

 

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1.Totvs

Taís Silva Oliveira, formada em Economia, passou pelo processo seletivo de trainee na Totvs em 2011 e depois foi trabalhar na área de fusões e aquisições da empresa.

Como se preparou: Ela buscou informações sobre a empresa, que é do ramo de TI. “Quanto mais informação você tem, mais seguro você vai para as dinâmicas do processo seletivo. Tentar controlar o nervosismo também foi importante”.

O que é mais difícil: Ela aponta a fase de painel como a mais difícil. “Temos que preparar um case sobre um tema específico . No ano em que fiz o tema era ‘os desafios da integração em um processo de fusão e aquisição’. Era um tema muito abrangente, o que, por um lado, foi bom porque tinha liberdade mas, não deram um roteiro para gente. Tínhamos que decidir qual a linha de raciocínio lógico a seguir.”

A dica para os candidatos: Estudar a cultura da empresa é essencial, na opinião dela. “Isso porque acabamos nos se inscrevendo em um monte de processos e não temos tempo de pesquisar sobre todas as empresas. A minha dica é pesquisar a fundo e ver com qual empresa você se identifica, porque quando faz isso você tem mais foco.”

 

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2. Whirlpool

Edil Amorim, formado em administração de empresas, participou do processo seleitvo para trainee na Whirlpool em 2012 e hoje, está em fase de integração.

Como se preparou: Estudou a realidade companhia e seus valores e o funcionamento do processo seletivo. “Pesquisei em sites e portais, li matérias sobre inovação e sobre o crescimento da empresa.”

O que é mais difícil: Controlar a ansiedade e manter a calma, segundo ele. Além do próprio processo, a dificuldade está em se destacar, diz.”Na dinâmica são 15 pessoas participando e você tem que mostrar qualidade e o que vai agregar de valor à companhia. É difícil falar com conteúdo e se destacar.”

A dica para os candidatos: A primeira dica é priorizar processos, diz Edil. “Você recebe uma enxurrada de oportunidades e deve concentrar esforços naquilo com o qual você se identifica. A segunda dica que eu dou, foi um conselho que recebi de um trainee do ano anterior ao meu e que me ajudou muito: é deixar de lado a carga pesada que é ser avaliado e lidar com naturalidade, como se fosse um dia normal de trabalho. Durante a etapa de Painel, por exemplo, eram 10 candidatos avaliados por 12 executivos, o que é muita pressão para quem está em início de carreira.”.

3. Unilever

Fernanda Negreiros, formada em administração de empresas, passou pela seleção de trainees da Unilever, em 2011 e está hoje trabalhando na área de recursos humanos.

Como se preparou: Fernanda identificou seu próprio objetivo profissional e seus valores para saber em qual seria a melhor empresa para ela. “Não adianta fingir ser quem você não é. Também é preciso pensar nos seus pontos fortes e ter em mente pontos de desenvolvimento e o que está sendo feito para desenvolvê-los. Conhecer a empresa é fundamental para saber colocar os pontos que agreguem valore se destacar durante a etapa de discussões”.

O que é mais difícil: Para Fernanda, a primeira etapa presencial (assessment) foi a mais puxada.“ A gente recebe um case robusto e bastante profundo em termos de discussões e é uma etapa que dura o dia inteiro e o candidato tem que estar preparado para mostrar o seu potencial e dar o seu melhor.”

A dica para os candidatos: “Além de saber seus pontos fortes e conhecer a empresa, é importante participar. Você tem que mostrar o seu potencial, que é verificado através dos comportamentos, na maneira como você age durante as entrevistas, como toma decisões e se é proativo.Para a fase das entrevistas geralmente há perguntas sobre situações difíceis que você gerenciou, então é bom ter mente e lembrar-se de exemplos vivenciados no passado.”

Leia também: O que fazer e não fazer nos processos seletivos para trainee.

4. Nestlé

Marcelo Salcas Pepe, formado em administração de empresas, participou do processo seletivo de trainee da Nestlé em 2011. Está hoje alocado na parte de vendas e trade marketing da empresa.

Como se preparou: o ponto de partida foi conhecer a empresa, lendo matérias para entender o momento em que ela se encontrava. “É importante estar atualizado. Parece básico, mas muitos não fazem”. Como os processos seletivos exigem pré-tarefas, geralmente apresentações com tempo limitado, Marcelo treinou antes. “É fundamental treinar a apresentação para falar com tranquilidade e segurança, ser objetivo e não ultrapassar o tempo determinado”, diz. Após cada etapa ele fazia uma autoanálise do seu desempenho. “Esse exercício resulta em crescimento pessoal e ajuda a encarar os próximos desafios”, explica.

O que é mais difícil: Controlar a ansiedade. “A cada etapa, o nível de dificuldade fica maior e você se envolve cada vez mais com o processo. A vontade de entrar na empresa aumenta e as expectativas também. Consequentemente você fica mais ansioso até receber a resposta. Se positiva, inicia-se um novo “ciclo de ansiedade”. Atualizava o meu e-mail diversas vezes ao dia e não tirava o celular da mão esperando uma resposta.”

A dica para os candidatos: “Minha dica é se preparar para todas as etapas, pois um candidato mais preparado transmite confiança. Nas dinâmicas e painéis, é importante saber ouvir e ao falar seja direto e objetivo. Muitos candidatos querem falar muito e, pelo nervosismo, são repetitivos. Nas entrevistas, valorize seus diferenciais e experiências profissionais. Para concluir, tenha foco e determinação. Você tem que colocar na cabeça que só depende de você. Se realmente quiser, você vai conseguir.”.

5. GE

Pedro Vitor de Melo Alves, formado em relações públicas, passou pelo seleção de trainee da GE em 2011 e hoje atua na área de comunicação corporativa.

Como se preparou: A preparação veio desde a faculdade porque já tinha objetivo de ser trainee.”Busquei diversificar meus conhecimentos e passar por diferentes funções na minha área de atuação, tais como eventos, relacionamento com a imprensa e governo, comunicação com empregados e mídias digitais”.

O que é mais difícil: Para ele, foi identificar rapidamente valores e o perfil que a companhia buscava para perceber se estava alinhado com seu objetivo de carreira. “Outro ponto importante é controlar a ansiedade para aguardar as respostas de cada uma das etapas da seleção”, destaca.

A dica para os candidatos: “O mais importante é escolher uma empresa que o candidato goste e se identifique com os valores, encontre sinergia com seus valores pessoais para trilhar uma carreira de sucesso. Além disso, o trabalho como trainee exige ampla dedicação, assim é aconselhável que o candidato tenha certeza de escolher a área de atuação pela qual realmente é apaixonado.”.

6. Bosch

Marcos Nam é engenheiro mecânico, e foi aprovado no processo seletivo da Bosch para trainees em 2012. Atualmente está na área responsável por aplicar melhorias aos processos fabris (Bosch Products System.)

Como se preparou: Ele divide em três fases a sua preparação. A primeira aconteceu ainda na faculdade, com atividades extracurriculares e estudo de línguas.“Na etapas finais de seleção percebi que todos tinham intercâmbio, tinham inglês avançado e uma terceira ou quarta língua”, diz. A segunda fase do preparo para ser trainee foi estudar a empresa, conhecer valores. A terceira fase foi adquirir experiência. “Eu me inscrevi em 40 processos e fui adquirindo experiência o que me ajudou a criar tranquilidade.”

O que é mais difícil: Para ele foi a etapa de painel de negócios com os gestores.”Os candidatos tinham perfil parecido com o meu e a dificuldade foi conseguir me destacar, expor minhas opiniões, sem passar por cima de ninguém. Os gestores e a equipe de RH analisam cada detalhe, já que as qualidades dos candidatos são muito similares.”

A dica para os candidatos: “Minha dica é se preparar durante a faculdade, aprender inglês e também novas línguas. Aprendi alemão que é a língua matriz da Bosch. Também é preciso paciência e energia porque você tem que estar muito bem disposto. Uma das coisas que eu percebi com os trainees dos anos anteriores na Bosch é que todos têm brilho nos olhos e falam do trabalho com vontade, como se a empresa fosse a ‘casa’ da vida”, diz.

Leia também: O que dez trainees queriam ter descoberto antes dos programas

7. Natura

Carolina Ferrarezi da Fonseca é formada em Ciências Biológicas, e passou pelo processo seletivo da Natura em 2011. Hoje, trabalha na área de desenvolvimento de produtos na parte de perfumaria.

Como se preparou: Pesquisou a empresa e seus valores para ver se ela se encaixaria no seu plano de carreira. Na fase online de fóruns e discussão de temas, Carolina estudava bastante os assuntos propostos. Na fase de painel pesquisou bastante antes de fazer a sua apresentação.

O que é mais difícil: Para ela é a fase de painel. “Candidatos têm perfis parecidos. Fica mais difícil de se destacar na etapa avançada e há uma ansiedade maior em ser aprovado. É tudo mais elaborado, tema presença de diretores e a gente se sente mais pressionado.”

A dica para os candidatos: “Algo importante e que é difícil é estabelecer um equilíbrio entre falar demais e ficar calado. Tem que dosar porque eu via muita gente que passava por cima dos outros e via gente que ficava quieto o tempo todo e não expunha suas opiniões. É importante formar grupos e ter interação com os colegas porque eles trazem pontos de vista interessantes”, diz.

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Este artigo foi originalmente publicado em Exame.com 

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