De um lado, o imediatismo, querer “tudo para ontem”, viver o momento, aproveitar as “coisas boas” da vida sem pensar no amanhã. Do outro, a procura por propósito, a paciência de esperar o tempo e sentir-se pleno com o dia a dia. É sobre o que explica este outro lado, que falaremos aqui: o conceito de felicidade eudaimônica, uma expressão da Antiguidade que ainda ajuda a encontrar sentido (e prazer) em trabalhar. Entenda a seguir. 

Origens do conceito de felicidade eudaimônica

Acredita-se que as raízes do termo estejam nos gregos, mais especificamente na diferença que fizeram entre os dois tipos de bem-estar: o hedonista e o eudaimônico. A distinção foi proposta por Aristóteles, no século 4 a. C. 

A primeira expressão deriva da palavra grega “hedone”, sinônimo de “prazer”. Tem relação, portanto, com aumentar sensações prazerosas. A realização dos desejos ligados ao sexo está associada ao hedonismo. Já o bem-estar eudaimônico pressupõe que as boas experiências requerem tempo – e que é preciso cultivar valores e virtudes. Estudiosos do tema estabelecem uma relação entre felicidade eudaimônico e prazer de trabalhar. 

Relação entre felicidade eudaimônica, memória e propósito

De acordo com uma matéria da revista Superinteressante, a eudaimonia é “um estado de espírito baseado em viver bem a vida, seguindo critérios éticos e morais e buscando evoluir como indivíduo”. Para Aristóteles, a felicidade residia neste bem-viver. Ainda segundo a reportagem (intitulada “A química da felicidade”), quando alguém pergunta a si mesmo se é feliz, está pensando, sem perceber, na eudaimonia.

Mas, quando você pergunta a si mesmo se é feliz, na verdade está pensando na eudaimonia, também encarada como um saldo das experiências e emoções vividas (ou seja, a memória). 

Quando associada ao contexto profissional, a felicidade eudaimônica ganha importância diante da busca pelo bem-estar ao desempenhar determinada função.  A pandemia de Covid-19 gerou uma série de questionamentos sobre o sentido do trabalho. A busca por propósito se acentuou após a crise sanitária e, numa perspectiva de longo prazo, quando se considera algo maior e menos imediato, tal busca tem relação com a eudaimonia. 

Benefícios das felicidade eudaimônica no trabalho

Para além do contexto profissional, a eudaimonia tem associação com plenitude, sucesso (num sentido menos materialista e mais subjetivo, do que significa ser bem-sucedido para cada um). Tem a ver até mesmo com a descoberta de um sentido para viver. E, alinhado a tudo isso, quando o conceito é então aplicado ao trabalho, podemos pensar na construção de uma carreira mais sólida como um dos benefícios da felicidade eudaimônica. Isso porque as pessoas que colocam propósito acima de tudo tendem a ser menos imediatistas e ter mais resiliência para galgar passos aos poucos ao longo da jornada profissional. 

Uma reportagemmatéria da BBC mostrou que a eudaimonia pode explicar por que muitas pessoas continuam trabalhando, mesmo quando não precisam. Nestes casos, uma razão seria a sensação de bem-estar produzida pela conclusão de uma tarefa extenuante, e o prazer em sentir-se útil, de não ficar ocioso. 

É claro que não podemos romantizar a questão toda. Ninguém precisa se sacrificar e abreviar outras atividades que também trazem bem-estar, para se colocar totalmente a serviço de uma empresa ou causa. Até porque, isso pode gerar prejuízos na saúde mental, entre os quais está a Síndrome de Burnout. Mas, uma vez encontrado o equilíbrio entre o esforço e o autocuidado, é possível fazer da eudaimonia uma ferramenta para uma vida com mais sentido. 

Os melhores conteúdos para impulsionar seu desenvolvimento pessoal e na carreira.

Junte-se a mais de 1 milhão de jovens!
Casdastro realizado, fique ligado para os conteúdos exclusivos!
Seu cadastro não foi realizado, tente novamente!

O que você achou desse post? Deixe um comentário ou marque seu amigo: