Possuir no currículo o nome de alguma consultoria estratégica internacional é tido como uma espécie de cartão de visitas, reconhecido por qualquer outro setor. Esse prestígio está, em grande parte, relacionado ao rigoroso processo seletivo, aos altos salários e aos clientes importantes que costumam atender.
Contudo, esses não devem ser os únicos fatores considerados pelos jovens que sonham em trabalhar numa empresa do grupo apelidado de big three, que reúne as maiores consultorias estratégicas do mundo: McKinsey & Company, Bain & Company e Boston Consulting Group (BCG) – todas elas com escritório no Brasil.
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“Mais importante do que buscar prestígio é entender a rotina de trabalho dos consultores estratégicos e o que você vai fazer durante as horas que passa no escritório”, destaca o professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Marcelo Binder.
O que faz um consultor estratégico? De maneira geral, o trabalho do consultor estratégico é ajudar o alto escalão das empresas a determinar direções para o negócio. “Qual deve ser nossa visão nos próximos anos?” ou “Deveríamos entrar no mercado asiático?” são algumas das perguntas por trás de projetos de uma consultoria estratégica.
Enquanto outras consultorias são focadas em operações ou processos específicos, as estratégicas mostram de forma mais ampla para onde o cliente deve olhar. Segundo consultores do setor, um diferencial das consultorias estratégicas é a expertise de oferecer pontos de vista de longo prazo.
Por essa razão, esse consultor costuma ficar em contato direto com o CEO ou presidente da companhia que contrata seu serviço e tem na mão problemas complexos e de alto ou altíssimo risco.
Se isso representa uma excelente oportunidade de aprendizado, também envolve uma dose grande de pressão. Dependendo do erro ou acerto do diagnóstico, o destino da empresa cliente, em casos extremos, pode ser até a falência. Sendo assim, algumas habilidades valem mais do que outras para trabalhar com esse tipo de projetos.
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Qual é o perfil do profissional da área? “Só se dá bem em estratégia quem tem um raciocínio lógico fantástico, ótima capacidade analítica e versatilidade para lidar com problemas de diversos tipos”, explica Marcelo Binder. Também é preciso gostar de ficar fora da sua zona de conforto e antever desafios que ainda não aconteceram.
Para ele, o trabalho nas grandes consultorias de tecnologia, gestão, processos ou mesmo auditorias permite trabalhar com projetos mais parecidos entre si e tem uma carga horária mais previsível, o que não acontece na área estratégica, mais generalista. É comum, por exemplo, ter que trabalhar mais de 70 horas na semana durante os momentos críticos dos projetos.
No final, a consultoria estratégica entregará para o cliente um relatório detalhado sobre determinado problema e uma recomendação do que deve ser feito. Em outras palavras, estratégia é um plano. E toda empresa precisa de um plano antes de implementar qualquer mudança.
Como costumam cobrar preços altos pelo que fazem, as consultorias estratégicas normalmente não participam da implementação de suas recomendações nos clientes. Em outras palavras, seu trabalho envolve menos hands on do que o de outras consultorias – embora essa distância tenha diminuído: há estratégicas que têm projetos mão na massa, e outras que vêm investindo em seus próprios departamentos de estratégia.
O professor Marcelo Binder participou do Carreira Na Prática Consultoria, programa de preparação e decisão de carreira promovido pelo Na Prática. Quer conhecer melhor as oportunidades de carreira nos diversos tipos de consultoria, de inovação à estratégia? Saiba mais aqui.