Qual a relação do nosso país com a Bélgica? Para muitos essa pergunta pode ser um pouco difícil de ser respondida, mas para nós da Brasil Júnior ela vem sem dificuldade à cabeça. Todos os anos, quatro universitários brasileiros – e empresários juniores – são enviados à Bruxelas com o objetivo de serem embaixadores do Movimento Empresa Júnior Global (MEJ). Cada dupla deles passa um semestre morando na sede da JADE, a Confederação Europeia de Empresas Juniores.
Entre muitos desafios, que vão desde o choque cultural até o trabalho no dia a dia com pessoas do mundo todo, a organização ajuda a potencializar esse tipo de iniciativa ao redor do globo, integrar os principais agentes do países que possuem esse modelo de organização e a fomentar o surgimento de novas empresas juniores (EJs).
Em agosto, foi a vez de Ana Clara Iglesias e Marcos Salles. Alunos de Administração e Engenharia de Produção das universidades federais do Rio de Janeiro (UFRJ) e de Santa Catarina (UFSC), respectivamente, deixaram amigos e famílias para trás para viver a experiência de suas vidas pelos próximos seis meses.
“Eu sempre gostei muito de viajar, mas acho que nenhuma experiência que eu tive se compara em termos de propósito com o que eu estou vivendo aqui na Bélgica. Trabalhar em tempo integral como embaixador da Brasil Júnior na JADE, as duas maiores confederações de empresas juniores do mundo, é muito desafiador”, conta Marcos.
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[Marcos e Ana / Acervo pessoal]
A Ana e o Marcos não podiam estar mais animados, mas já sabem que possuem muito trabalho pela frente. Durante o último Global Forum, que aconteceu em julho deste ano durante o encontro mundial de empresas juniores (JEWC), foram definidas metas ambiciosas para toda a rede e a criação de um conselho que inclui os países da Europa, a Tunísia, o Canadá e o Brasil, que desde o último censo realizado em 2015 passou a ser considerado o lugar com mais EJs do mundo, superando o número da soma de todas presentes no território europeu. A última edição do evento havia acontecido em 2014, em Genebra.
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Desafio global Os planos de levar o modelo de empresas juniores para mais localidades segue a todo vapor, sendo cada confederação responsável por atuar em uma frente. A Brasil Júnior tem trabalhando na expansão na América do Sul e países como a Argentina e o México já vem apresentando resultados bastante interessantes. Na rotina do dia a dia dos dois, há contato com pessoas de diversas nacionalidades e de grandes organizações do mundo todo, como o World Bank.
Douglas Souza, que agora é trainee na Ambev, viveu a oportunidade de ser embaixador da Brasil Júnior em 2014 e garante que a experiência fez tudo valer a pena. Entre as coisas que viveu lá ele cita o JEWC em Genebra, o primeiro Global Forum e a possibilidade de entrar em contato com grandes organizações e até com o parlamento europeu.
Todo esse trabalho é motivado pelo nosso entendimento da importância do desenvolvimento do empreendedorismo universitário como um grande gerador de oportunidades para jovens do mundo todo, impactando os ecossistemas empreendedores de diversos países e capacitando as gerações que vão assumir as grandes funções em um futuro muito próximo – como chefes de Estado, CEOs de grandes corporações, empreendedores sociais e docentes, entre outras. Os desafios para as próximas décadas são enormes, mas nós nos mantemos confiantes. É possível construir um mundo cada vez melhor.
“O tempo passa muito rápido, é impressionante. Já tem quase dois meses que a gente está aqui e parece que chegamos ontem. Quando isso acontece, é sinal de que as coisas estão valendo a pena”, finaliza Ana.
Pedro Rio Verde, colunista do Na Prática, é estudante de Engenharia na Universidade Federal da Bahia e presidente da Brasil Júnior (Confederação Brasileira de Empresa Juniores), organização que tem por objetivo potenciali