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Bain & Company na prática: como funciona a consultoria estratégica

Bola da consultoria Bain World Cup
Bain

“Desde o primeiro dia eu sabia que meu lugar era na Bain, porque encontrei aqui algo muito raro hoje em dia: uma empresa que me desafia constantemente”, responde o consultor Vitor D’Agnoluzzo sobre qual seria a melhor parte de seu trabalho.

Fundada em 1973, a americana Bain & Company é a mais jovem entre as Big Three, grupo que reúne as três maiores consultorias estratégicas do mundo. Ao longo de mais de quatro décadas de existência, a empresa cresceu em um ritmo intenso em relação aos seus pares, o que lhe rendeu números bastante próximos de suas principais concorrentes: Boston Consulting Group (BCG) e McKinsey & Company. Hoje, a Bain está presente em 33 países e tem aproximadamente 5.700 funcionários.

Como é trabalhar na Bain

Como as outras consultorias da área, a empresa ajuda CEOs a tomarem grandes decisões, seja em relação a própria estratégia das empresas, como também em assuntos de operações, fusões ou aquisições. Se o cliente quiser manter os consultores ao longo da implementação, a Bain também ajuda a transformar suas recomendações em ações. O foco, para um consultor Bain, deve estar sempre no resultado que o cliente vai conseguir. “Resultados e não só relatórios”, diz um de seus lemas. A empresa, inclusive, costuma aceitar parte do pagamento de projetos através de uma participação nos resultados de suas iniciativas no cliente.

Na América do Sul, a Bain possui escritórios em São Paulo, Rio de Janeiro, Buenos Aires e Santiago, atendendo clientes de toda a região. Essas quatro representações costumam ser tratadas como um único escritório, administrado da filial paulista. Dessa forma, viagens pelo subcontinente são bastante frequentes.

Leia também: Como entrar na consultoria Bain & Company

Espírito Colaborativo

“A bainie never let another bainie fail”, diz outro dos lemas que definem a forte cultura da consultoria. Em português, seria algo como “um bainie (como os funcionários da empresa se referem uns aos outros) nunca deixa outro bainie na mão”. “A Bain é um ambiente muito colaborativo e tudo que nós fazemos é 100% equipe”, explica André Chaves, principal no escritório de São Paulo. “Costumo ligar para pedir auxílio dos escritórios de outros países, e as pessoas realmente tem esse hábito de parar o que estão fazendo para te ajudar, mesmo que isso não represente nenhum benefício direto para elas”, completa.

Rafael Martines, case team leader na Bain e funcionário da empresa desde 2008, concorda: “Para a gente é muito importante alguém que saiba criar laços, que consiga trabalhar muito bem em grupo”. Grande parte de suas amizades foram feitas no escritório, e ele atribui isso a uma combinação de cultura empresarial e investimento nas relações interpessoais.

“Temos muitos eventos de integração, encontros anuais em resorts, além de situações mais pontuais, como partidas de kart, paintball, degustação de vinho, aula de culinária, happy hour entre times”, conta Rafael. No escritório do Rio, os esportes também incluem rodadas noturnas de vôlei na praia. O ponto alto desse calendário é a Bain World Cup, em que funcionários de diversas partes do mundo disputam entre si uma partida de futebol.

Leia também: Entenda as etapas para se tornar sócio da consultoria Bain & Company

O trabalho (intenso) dos consultores 

Certa dose de descontração, no entanto, não deve ser confundida com pouco trabalho. “É uma carreira muito fast track, baseada em meritocracia, e só quem se esforça vê os resultados”, diz Felipe Coelho, consultor da Bain. No ranking 2014 do site americano Glassdoor, que avalia reviews de funcionários sobre as empresas em que trabalham, a Bain aparece em primeiro lugar quando o assunto é crescimento na carreira. Porém, assim como em outras consultorias estratégicas, a lógica de promoção é mais agressiva do que na indústria.

Na Bain, as equipes em cada projeto costumam ser pequenas, com uma média de quatro a cinco pessoas. “Nossa carga horária é um pouco mais alta do que em uma indústria normal, mas também não chega no nível dos grandes bancos, por exemplo”, relativiza o consultor Gabriel Purkyt. Para ele, só se dá bem em consultorias quem é ambicioso e está disposto a trabalhar bastante. “Você também tem que colocar na balança o tipo de trabalho, o salário, o apoio que a empresa dá para sua formação, e daí decidir se vale a pena”, conclui.

“É uma indústria de trabalho intenso, já que devemos entregar em apenas alguns meses uma análise que a própria empresa não conseguiu fazer em anos”, explica Daniela Carbinato, também consultora. Por outro lado, André Chaves chama a atenção para a preocupação da própria consultoria em garantir um work life balance – ou seja, um equilíbrio entre vida pessoal e profissional – para seus funcionários. “Se o projeto estiver muito exigente, podemos renegociar os prazos com o cliente ou colocar mais uma pessoa na equipe”, ele explica, garantindo ainda que a média história de trabalho no escritório paulista nunca passou de 60h por semana.

No final das contas, é esse próprio dia a dia desafiador o responsável pelo brilho no olho de quem ama trabalhar na consultoria. “Eu lido o tempo todo com novos desafios, e tenho a oportunidade de trabalhar com gente nova, em temas e indústrias diferentes”, explica Vitor D’Agnoluzzo, fazendo referência à grande variedade de projetos da consultoria.

Ainda assim, se você descobrir que o trabalho na consultoria não é seu sonho, a experiência possibilita um aprendizado valorizado em qualquer indústria. “Muitas pessoas saíram daqui para empreender”, conta Rafael Martines, garantindo que a maioria tem se dado muito bem.

Assista ao bate-papo do Na Prática com Stefano Bridelli, cofundador da Bain em São Paulo 

Esta reportagem faz parte da seção Explore, que reúne uma série de conteúdos exclusivos sobre carreira em negócios. Nela, explicamos como funciona, como é na prática e como entrar em diversas indústrias e funções. Nosso objetivo é te dar algumas coordenadas para você ter uma ideia mais real do que vai encontrar no dia a dia de trabalho em diferentes setores e áreas de atuação.

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