Iniciar uma carreira no mundo dos negócios sociais é o objetivo de muitos jovens e estudantes universitários. Empreender, criando o próprio negócio, é uma das formas mais impactantes – mas também mais arriscadas – de participar desse ecossistema. Para ajudar quem está disposto a aceitar esse desafio, o portal DRAFT conversou com Carol de Andrade, diretora executiva da Social Good Brasil, uma organização sem fins lucrativos que inspira, conecta e apoia indivíduos e organizações para que tenham aspectos inovadores na solução de problemas sociais.
Mestre em Tecnologia e Gestão da Inovação pela University of Sussex, na Inglaterra, ela é especializou-se em empreendedorismo pela FGV (Fundação Getúlio Vargas, em SP) e pela Babson College, nos EUA, e já trabalhou também como diretora da Artemisia e vice-presidente da Aiesec. A seguir, veja a sua dica aos jovens empreendedores:
1. Apaixonar-se pelo problema
Você deve conhecer profundamente seu problema antes de propor uma solução. Quem tem um negócio de impacto social deve focar em melhorar a vida das pessoas e não em fazer sucesso com um produto. “Estude. Entenda o problema e apaixone-se por ele”.
2. Encarnar o público-alvo
Entenda bem as pessoas que se beneficiarão com sua solução. Existem duas ferramentas que podem ser úteis nessa missão: a elaboração de um mapa de empatia, que elenca os sentimentos, dores, ações e objetivos de quem será atingido por seu trabalho, e a criação de personas, um personagem que seja um retrato do seu público-alvo e que ajude o empreendedor a ver o que se passa na cabeça de outras pessoas.
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3. Criar um modelo de negócio viável
Apesar de ter o lucro em segundo plano, um negócio de impacto social continua sendo um empreendimento. Portanto, a empresa deve se sustentar sozinha. Não há problema em contar com ajudas externas como o crowdfunding, por exemplo. “É importante pensar em modelos de negócios com fontes de receitas mais amplas. O que importa é que a receita seja recorrente”.
4. Validar suas hipóteses
A empatia é importante para que o empreendedor se coloque no lugar do seu público-alvo. Mas esse exercício de empatia vai apenas formular hipóteses do comportamento e da preferência de quem desfrutará de sua solução. O próximo passo é validá-las. Para isso, converse com seu público. Vá para a rua. “Não fique planejando tudo de dentro do escritório. Construa uma solução junto com seus usuários e não para eles. Esta é a melhor forma de validar seu projeto”.
5. Não ter medo de errar e mudar
Na validação do negócio, você perceberá que o exercício de empatia é eficaz, mas que pode haver erros. Nessa hora, não tenha medo de mudar seu projeto e criar algo diferente. Lembre-se: o objetivo de um negócio de impacto social é solucionar um problema e não desenvolver uma solução. Aliás, mesmo após lançar seu protótipo, correções poderão ser feitas e isso é normal. “A fase inicial de uma startup é puro aprendizado. Não tenha medo de mudar, tente outros caminhos”.
Se pararmos para analisar, vamos perceber que um negócio sempre impacta pessoas. Você já analisou como sua empresa atua em relação aos seus fornecedores, clientes, funcionários ou até mesmo a comunidade que ela esta localizada? Mesmo que você não seja um empreendedor social, vale a pena verificar e rever continuamente os pontos de melhorias nesse cenário. Concorda?
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Este artigo foi originalmente publicado em DRAFT