Indústrias de base: os pilares da economia

Estacas de aço para sustentação

Quando os portugueses desembarcaram no Brasil, há mais de 500 anos, eles procuravam, sobretudo, ouro. E encontraram, além desse metal, muitas outras preciosidades, como diamantes, turmalinas paraíba e outras pedras, que enriqueceram mineiros e governo por bastante tempo. Hoje, não só das pepitas gira nossa indústria de extração mineral.

Mineração
O Brasil é um dos maiores produtores de minério de ferro do mundo. Só a Vale, uma das maiores no mercado global, produziu 85 toneladas nos quatro últimos meses do ano. Nossas reservas de nióbio, um metal raro, fundamental para a indústria de alta tecnologia, somam mais de 95% de toda a produção mundial.

Apesar disso, as empresas dessa indústria passam por dificuldades para atrair a atenção de investidores. Para Luciana Pires, diretora de impostos do Centro de Energia e Recursos Naturais da EY, “o cenário atual, de indefinições jurídicas no setor, assusta os investidores estrangeiros”. Segundo Luciana, há também uma escassez de mão de obra qualificada para a indústria, que pode ser agravar nos próximos anos, já que, estima-se, sejam criados 150.000 postos de trabalho no setor até 2015.

Para contornar esse tipo de problema, empresas como Vale, Sama (mineradora de amianto), Anglo American (de níquel) e Samarco (de minério de ferro) investem em treinamentos internos. Os profissionais mais requisitados em campo são engenheiros civis e de minas e geólogos, que estudam os minérios e trabalham como apoio às operações de extração. Para o escritório, a maior dificuldade é encontrar profissionais de vendas familiarizados com o negócio.

Siderurgia
Não só de extrativismo vive a indústria de base. Há também as siderúrgicas, por exemplo, que são dedicadas ao tratamento de aços e ferros fundidos. O Brasil é um dos dez maiores produtores de aço do mundo, com 29 usinas, administradas por 11 grupos empresariais. Entre eles, estão Gerdau, ArcelorMittal Brasil, CSN, ThyssenKrupp CSA, Usiminas e Votorantim.

De acordo com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, as siderúrgicas vão investir 28 bilhões de reais entre 2013 e 2016. No setor, a maior parte das oportunidades de emprego ficam em Minas Gerais, o líder na produção de aço do país, mas há empregos em várias regiões.

O programa de trainee da Gerdau, por exemplo, contrata todo ano cerca de 60 jovens, de qualquer área, para trabalhar em sete estados. A Votorantim, na sua unidade de cimentos, que também faz parte da indústria de base, possui o programa Produzindo Futuros, também voltado a jovens recém formados.

Papel e celulose
Um outro setor faz parte dessa indústria – e usa programas de trainee como forma de recrutar profissionais – é o de papel e celulose, alguns dos produtos mais consumidos pela humanidade. Eles estão nos livros, nos jornais, nas revistas, no guardanapo, nos documentos, nas notas de dinheiro, nas cartas, nas embalagens de produtos, no embrulho de um presente, nos convites de casamento e até no nosso banheiro!

Segundo a Indústria Brasileira de Árvores – entidade que representa 62 empresas e emprega cerca de 5 milhões de pessoas direta ou indiretamente –, os projetos de investimento das empresas chegam a 53 milhões de reais até 2020. Entre as maiores do setor estão Suzano, Klabin, Fibria, International Paper e Cenibra.

Por ser um setor que investe em sustentabilidade, as empresas competem por engenheiros ambientais e florestais, focados em redução de custos e impactos ambientais. Do outro lado da indústria, quem tem formação em tecnologia da informação, finanças e administração pode encontrar boas oportunidades.

Esta reportagem faz parte da seção Explore, que reúne uma série de conteúdos exclusivos sobre carreira em negócios. Nela, explicamos como funciona, como é na prática e como entrar em diversas indústrias e funções. Nosso objetivo é te dar algumas coordenadas para você ter uma ideia mais real do que vai encontrar no dia a dia de trabalho em diferentes setores e áreas de atuação.

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