Já é conhecido que ainda hoje as mulheres recebem pagamento inferior ao de homens em posições de responsabilidade similar, porém esse cenário vem mudando ao longo dos últimos anos. Ao que tudo indica, as mulheres vieram para ficar e para crescer.
Sinalizando essa mudança, está o bom exemplo da região metropolitana de São Paulo, que no ano passado reduziu a diferença salarial de 23% para 18,9%, como aponta estudo internacional recém-publicado pela PwC sobre mulheres da geração Y.
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Levantamentos realizados anualmente pelo IBGE a partir de 2004 mostram que a disparidade vem gradualmente diminuindo desde então. Ainda assim, as mulheres ganham em média 73% dos homens no Brasil. No mundo ocidental, a média é 70%.
Entre as mulheres mais jovens e mais educadas, o cenário parece avançar em ritmo mais acelerado. É o que mostra a pesquisa Female Millenial: A new era of talent (em tradução livre, Mulheres da geração Y: Uma nova era de talento), realizada pela PwC com 8.756 mulheres em 75 países, sendo o Brasil um dos três com maior número de entrevistadas.
O estudo ouviu mulheres nascidas entre 1980 e 1995 e traçou um panorama animador da situação profissional desse público. Elas foram classificadas em três diferentes momentos de carreira, de acordo com os anos de experiência:
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INICIANTE
Quem são: De zero a três anos de experiência
Perfil profissional: A maioria ocupa posições de analista/iniciante, 14% já tiveram uma experiência no exterior e 0,1% são presidentes de empresas.
Perfil pessoal: Predominantemente solteiras, 11% são mães, 43% ganham o mesmo que o parceiro e 18% são a principal fonte de renda da casa.
O que mais buscam em um empregador: Oportunidades de crescimento
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EM DESENVOLVIMENTO
Quem são: De quatro a oito anos de experiência
Perfil profissional: Em posições de analista a gerentes, 21% já tiveram uma experiência no exterior e 0,38% são presidentes de empresas.
Perfil pessoal: Predominantemente vivendo com parceiro ou casadas, 24% são mães, 43% ganham o mesmo que o parceiro e 24% são a principal fonte de renda da casa.
O que mais buscam em um empregador: Salários competitivos e incentivo financeiro
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CARREIRA SÓLIDA
Quem são: Acima de nove anos de experiência
Perfil profissional: Em posições de gerência a alta gestão, 27% já tiveram uma experiência no exterior e 1,7% são presidentes de empresas.
Perfil pessoal: Predominantemente casadas, 49% são mães, 42% ganham o mesmo que o parceiro, 31% são a principal fonte de renda da casa.
O que mais buscam em um empregador: Oportunidades de crescimento
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Cada um desses perfis indica um diferente estilo de vida e de dinâmica profissional, mas uma coisa é unânime: estão todas em busca de oportunidade de crescimento e boa remuneração.
As mulheres ouvidas na pesquisa integram a parcela mais educada da população, têm altíssimo nível de participação na força produtiva e são mais confiantes e ambiciosas que a média dos trabalhadores de ambos os gêneros.
Conseguir atrair e reter essas profissionais será um ponto crucial para os negócios serem bem sucedidos. Ao que parece, o mundo do trabalho vai ter que se adaptar mais rápido do que vem fazendo nos últimos anos.
Renata Moraes é empreendedora e fundadora da Impulso Beta, uma plataforma que busca impulsionar carreiras de mulheres. Antes de empreender, trabalhou na Revista Veja, no Grupo Máquina e na Fundação Estudar. Colunista do Na Prática, formou-se em Jornalismo pela Universidade de São Paulo e é aluna de MBA no Instituto Superior de Pesquisa (Insper-SP).