O que as empresas de tecnologia buscam nos profissionais

empresas de tecnologia buscam nos profissionais

Com passagem em diversas empresas de tecnologia e mídia, o membro da Rede de Líderes da Fundação Estudar Paulo Lemgruber tem boas noções do perfil busca por essas organizações, tão desejadas pelos jovens.

Antes de ser vice-presidente de International Business Affairs da Audible, uma companhia da Amazon especializada na distribuição de audioprodutos (setor no qual é líder mundial), passou pela Sony Pictures, AOL e Comcast. Além disso, se aventurou no mundo do empreendedorismo, com duas startups que fundou: Latino.com e Bookish.  

Os anos de experiência trouxeram diretrizes claras do que procura – e do que o mercado procura – nos candidatos. Confira suas dicas!

Características que as empresas de tecnologia buscam nos profissionais

Principais características do perfil

A Amazon orienta suas ações (até de contratação) com base em 14 princípios de liderança, que podem ser conferidos em sua página de carreiras. Deles, o vice-presidente da Audible pontua três como os mais importantes para conseguir uma vaga.

  • Obsessão pelo cliente:

“[Líderes] trabalham com determinação para conquistar e manter a confiança do cliente”, diz o site da Amazon.

  • Estar pronto para agir:

“Nós valorizamos a tomada de risco calculada.”

  • Entregar resultados

“Líderes focam nos fatores-chave para o seu negócio e os entregam com qualidade adequada e em tempo hábil.”

“Acho que qualquer empresa de tecnologia está procurando pessoas que tenham essas características”, destaca Paulo. Ele acrescenta uma outra característica vantajosa – e que também é protagonista de um dos princípios da Amazon – a curiosidade por conhecimento, relacionado ao trabalho ou não. 

Segundo ele, quem está interessado na área de tecnologia deve fazer um esforço para saber as últimas tendências e conhecer os principais players.

Para tanto, ele recomenda assinar newsletters especializadas, como a do site Recode Daily, do Media Redefined, Winners & Losers, do site Gartner L2, do Ben-Evans e a do Andreessen Horowitz.

Qual a importância das social skills?

As competências sociais, ou social skills, são bastante valorizadas pelo setor. Isso porque o trabalho em equipe é frequente em tecnologia. E, inclusive, um dos princípios de liderança da Amazon se baseia nessa necessidade. Na Audible, por sua vez, Paulo afirma que ela é “imprescindível”.

Principalmente, para que o profissional consiga desenvolver relacionamentos para chegar ao objetivo de desenvolver um projeto ou chegar a um resultado. No processo de seleção, não só avaliam isso, como se o candidato tem fit cultural com a companhia. 

Será que é valorizada a ponto de, se preciso, ser preferível contratar alguém que as tenha, do que alguém que tenha as competências técnicas bem desenvolvidas?

“Depende muito do nível em que a pessoa está. No nível sênior, tendemos a ter uma expectativa de que a pessoa tem uma experiência técnica”, explica o vice-presidente. Para os menos experientes, como recém-formados, a empresa se abre mais à possibilidade de treinar depois da contratação.

Leia também: Você se adequaria a uma startup?

 

Generalistas X especialistas

No mercado de tecnologia, há espaço para os generalistas e especialistas. Para o vice-presidente, esse ponto varia de acordo com a vaga pretendida pelo profissional.

Quando a pessoa tem pouca experiência e busca se posicionar em uma área não-técnica, ter uma visão maior, capacidade de pensar grande e um background mais generalista pode trazer vantagens. No entanto, para os cargos técnicos, a especialização é mais frequentemente exigida. 

Seu time na Audible, por exemplo, conta até com médico e mestre em Antropologia. “Para nós é super importante ter uma grande diversidade na equipe”, diz ele. “Essas pessoas não tem necessariamente uma especialização, mas têm habilidade de pensar grande.”

Diploma não é mais requisito?

Algumas empresas grandes e referência no setor de tecnologia, como Google e IBM, não exigem diploma. Em vez disso, baseiam sua seleção em habilidades. Segundo Paulo, a escolha de não ter esse critério entre os requisitos tem finalidades práticas também.

Em alguns lugares em que há escassez de profissionais, como os Estados Unidos, não exigir graduação é uma forma de ampliar o leque de possíveis candidatos. Dessa forma, nada garante que será assim no futuro, alerta ele.

Porém, ele não descarta o ensino superior como uma vantagem forte na hora de conseguir emprego. “Se não conseguirmos contratar uma pessoa que tem diploma, há uma flexibilidade, mas não é o ideal”, afirma. 

 

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