Comportamento é, basicamente, a forma com que os seres reagem a estímulos externos e internos. Em economia comportamental, a premissa se mantém: o termo denomina uma vertente da Economia que analisa a influência de fatores cognitivos, emocionais, culturais, sociais e psicológicos nas decisões econômicas das pessoas.
Alguns sumarizam o conceito como uma junção da Economia com a Psicologia – esse último, em menor escala. Mas, na realidade, ele é resultado da “incorporação”, pela ciência que estuda os fenômenos relacionados aos recursos materiais, de descobertas no campo tanto da Psicologia, como da Neurociência e de outras Ciências Sociais.
A Economia Comportamental se contrapõe à linha tradicional do campo na medida em que sugere que a racionalidade de agentes econômicos (como indivíduos, empresas ou governo, por exemplo) é limitada, e que alguns fatores (como os cognitivos, emocionais, etc., já citados) influenciam fortemente suas decisões.
Do outro lado, na linha tradicional, a Economia se apoia no conceito de “homo economicus”. O “homem econômico” é o sujeito de duas ações, as únicas relevantes para o estudo do comportamento econômico, segundo os tradicionalistas: consumir e produzir. Aqui, os outros aspectos, inclusive morais, culturais e religiosos, por exemplo, são deixados de lado nessa fragmentação.
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Aplicação prática
Na Economia Comportamental, a investigação dos outros aspectos, para além das ações de consumo e produção, visa aumentar o poder explicativo e preditivo dos modelos econômicos. Isso inclui entender como as decisões de mercado são tomadas e os mecanismos que guiam a escolha pública.
Com essas premissas, a Economia Comportamental é utilizada, muitas vezes, para aumentar a efetividade e resultados de projetos estratégicos, campanhas de marketing e até de políticas públicas. Entre as empresas que aplicam a Economia Comportamental em suas ações estão Google, Hyundai, HSBC, Visa e Coca-Cola.
“A área já está incorporada ao mainstream da profissão – trabalhos “comportamentais” aparecem regularmente nas principais revistas científicas da profissão. O rótulo vai cada vez mais fazendo menos sentido – tudo em economia, afinal de contas, é comportamental”, afirma Sérgio Almeida, professor na Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA), da USP, em artigo no jornal da universidade.
Onde estudar Economia Comportamental
Algumas instituições brasileiras oferecem cursos de especialização em Economia Comportamental. É o caso da universidade ESPM, com um MBA, a Fundação Instituto de Administração (FIA), que tem pós-graduação e curso de extensão em Economia Comportamental e a FGV, com um concentrado sobre esse tema, em sua frente de Educação Executiva.
Também é possível encontrar programas de pós-graduação no exterior, em instituições nos Estados Unidos, como a Universidade Cornell e a da Califórnia, na Universidade Middlesex de Londres, no Reino Unido, na Universidade de Gothenburg, na Suécia e na de Zurique, na Suíça.
Ainda no Brasil, a FEA promove, periodicamente, reuniões de um grupo de estudo focado no tema. A iniciativa é aberta ao público.