Adam Grant sabe tanto sobre redes de contato que literalmente escreveu um livro sobre isso, Dar E Receber – Uma Abordagem Revolucionária Sobre Sucesso, Generosidade E Influência. (Ele também escreveu Plano B com Sheryl Sandberg, a COO do Facebook.)
Em um artigo sobre o assunto para o LinkedIn, Grant, que também é professor da renomada Wharton Business School, fala sobre networking e porque não é preciso ser muito bom em fazer contatos para estabelecer uma rede que seja de fato útil.
Uma boa rede não exige experts em networking
Em 2005, quando eu estava na pós-graduação em Michigan, um de meus colegas enviou um e-mail repetindo para Malcolm Gladwell. Ele estava vindo para a cidade de Ann Arbor para promover seu livro, Blink. Será que ele teria tempo de se encontrar com um grupo de alunos e professores?
Gladwell generosamente concordou em nos receber para jantar. Tivemos uma discussão fascinante sobre como combater vieses raciais e de gênero e sobre o papel subestimado da sorte e da oportunidade para o sucesso.
Pouco depois, fui para São Francisco para uma conferência e vi aquele cabelo encaracolado inconfundível acima de um assento. Não disse nada – não queria incomodá-lo. Foi o fim de nossa relação.
Até que, oito anos depois, abri o The New York Times e vi uma entrevista com Gladwell em que ele me apontava como um de seus autores favoritos de ciências sociais. Tinha lido um de meus artigos e acabou utilizando-o em seu novo livro.
Antes, eu seria apenas outro leitor pedindo sua atenção. Agora eu era um psicólogo que tinha algo a dizer que o intrigava. E esse foi o início de nossa amizade.
Redes de contato são fundamentais para o sucesso, mas você não precisa ser um conhecedor para construí-las.
Em um editorial para o The New York Times, eu argumentei que muitas pessoas veem networking como um caminho para conquistas, esquecendo que conquistam tornam o network mais fácil.
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Trabalhe duro e os contatos virão
Uma das conexões pivotais no começo da carreira de Mark Zuckerberg foi Sean Parker, que abriu a porta para os primeiros investimentos no Facebook.
Mas Zuckerberg não buscou Parker. Ele recebeu um e-mail repentino de Parker, que tinha visto o thefacebook.com no computador da namorada de seu colega de quarto.
Indiretamente, Zuckerberg começou a construir sua rede de contatos sobre um site feito justamente para criar uma rede de contatos
Quando você cria algo legal, não precisa de carisma ou citar nomes de conhecidos que vocês têm em comum para colocar seu pé na porta. A porta se abre para você.
Patrocinadores, mentores, investidores e colaboradores gravitam na direção de pessoas que demonstram potencial e um portfólio é um sinal mais forte que uma promessa.
Olhe para as provas: se você é um inventor, cada patente aumenta suas chances de conseguir uma nova parceria em 44%.
Se você é um empreendedor, lançar mais produtos que as outras empresas quase triplica suas chances de conseguir fundos iniciais de um investidor importante.
A não ser que tenham trabalhado com você no passado ou te conheçam muito bem, investidores esperam provas de progresso – como usuários que estão usando e retornando aos seus produtos ou clientes que de fato pagam por eles.
Para todas as áreas
Isso é verdade para qualquer trabalho, para banqueiros e quem trabalha na área de saúde, para engenheiros e cientistas. Se você tem uma performance estelar ou é um expert, as pessoas provavelmente vão notá-lo e falar sobre seu trabalho, e a chance de te ajudarem é maior.
Você vai receber propostas de parcerias, convites para jantares e conferências em que coisas interessantes acontecem.
Isso é verdade há muito tempo.
Lembra-se da famosa marcha noturna de Paul Revere para avisar os revolucionários que os britânicos estavam chegando? Foi eficaz porque Revere sabia em que portas bater.
Mas como ele construiu essa rede? Ao se tornar um ótimo ourives, começando como aprendiz aos 13 anos, e as pessoas importantes passaram a visitá-lo em busca de joias e gravuras.
É possível desenvolver uma rede de contatos ao se tornar o tipo de pessoa que nunca faz uma refeição só, que ganha amigos e influencia as pessoas.
Aos introvertidos, animem-se: há outro jeito. Você pode se tornar o tipo de pessoa que investe seu tempo para fazer um trabalho excelente e compartilha seu conhecimento com outros.
É uma lição que sigo aprendendo em minha carreira. Quando escrevi meu primeiro livro, Gladwell foi uma das pessoas que ajudou outros a prestarem atenção em minhas ideias.
Outra foi Ashton Kutcher. Embora nós tenhamos nos encontrados em um grupo quando ele veio dar uma palestra em Wharton, não fizemos uma conexão pessoal. Ele não me conhecia há muito tempo.
No ano seguinte, no entanto, ele tinha lido meu livro, que foi um presente de alguém em quem ele confiava. E foi suficientemente generoso para recomendar este – e o próximo livro – aos seus fãs.
Se você passa mais tempo fazendo network que trabalhando, está fazendo as coisas ao contrário.
Produza algum trabalho que valha a pena primeiro, e então você estará em uma melhor posição para construir sua rede.
Artigo originalmente publicado no LinkedIn.
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