Quem nunca ouviu falar em empreender dentro da empresa? Conhecido, em inglês, como “intrapreneurship”, é um dos aspectos valorizados pelas companhias hoje em dia. Isso porque com a velocidade com que surgem as inovações atualmente, o “empreendedorismo interno” ajuda a garantir que a organização não fique para trás. Seja em questão de produtos, serviços ou até processos – tudo para torná-la mais resistente e adaptada aos novos tempos.
Nesse contexto, intrapreneurship é, basicamente, agir como um empreendedor, mesmo sem ser o dono da companhia. Ou seja: construir um empreendimento – um negócio, serviço, solução. Há casos em que a empreitada pode dar tão certo que se torna um nova setor, departamento ou até uma outra empresa.
No entanto, diferente de empreender, ao empreender dentro da empresa o profissional lida com os recursos existentes. Não só isso, ele tem de lidar com estruturas e processos que já fazem parte da rotina – e não só com uma tela em branco, como no caso das startups.
Ainda que parte da responsabilidade em fomentar um ambiente inovador e empreendedor seja das organizações, os colaboradores são peça-chave para um verdadeiro contexto de intrapreneurship. Assim, não só colaboram para o crescimento da companhia, como trilham um caminho de destaque como alguém que inova.
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Para dicas sobre como é empreender dentro da empresas como um jovem profissional, o Na Prática conversou com dois recrutas da Stone. Karen Correa, que hoje atua no time de gente, começou na equipe antifraude. “Era quase uma startup dentro da Stone. Então eu podia crescer junto, aprender do zero e construir”, conta.
E Pedro Rocha, que escolheu a área de marca para trabalhar, de início. “Foi uma oportunidade de empreender, de fato, de criar novos recursos, ferramentas, soluções que pudessem ajudar a Stone e os clientes”, afirma ele, que logo se mudou para o comercial, setor em que trabalha com tecnologia.
#1 Perceba se há espaço no processo seletivo
Estruturas mais rígidas e hierarquizadas podem acabar engessando um pouco a inovação em todas as camadas, mas isso também não é algo decisivo. No escopo dos processos mais próximos, o profissional pode achar espaço para melhorá-los, por exemplo.
Porém, se seu intuito é entrar em uma companhia em que exista incentivo claro para empreender internamente, Karen e Pedro contam que perceberam isso durante a seleção Recruta Stone, na qual passaram.
Nas entrevistas, por exemplo, o foco eram saber o que o jovem fez, quem é “e não os carimbos que teve ao longo da vida”, explica Karen. Os candidatos tinham noção de que poderiam trabalhar em qualquer área da companhia do setor de pagamentos. “Sempre houve um leque de oportunidades, desde o processo”.
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A autonomia dada para os profissionais também é ponto primordial quando se trata de empreender dentro da empresa. E algo que deve ficar claro quando o recrutador descrever as atividades para o candidato. Se tiver dúvida, pergunte sobre a independência que teria na posição para tomar decisões e influenciar nos processos.
#2 Identifique seu potencial empreendedor
Karen destaca que a “veia empreendedora” é caracterizada por gostar de novos desafios, de construir e de não ter problema algum em gerir muitas responsabilidades.
Se você vê em si essas características, procure entender em que contexto elas se mostram com mais clareza – ou em que condições você consegue colocar todo o potencial à prova.
De outro lado, se percebe que é um tanto conservador quando se trata das atividades profissionais e quer desenvolver sua habilidade de intrapreneurship, comece pensando em pequenas melhorias para os processos que você utiliza. Parta daí, para refletir sobre inovações maiores. O que sua empresa precisa (e que só você percebeu)?
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#3 Desenvolva uma visão geral (e a capacidade de absorver responsabilidade!)
A autonomia é importante porque ela permite que o profissional crie sensibilidade “para perceber o que a empresa precisa”, destaca Pedro. Então, partindo da descoberta, “fazer disso sua nova missão”.
Para isso, é preciso ter abertura para aceitar a responsabilidade de um desafio que você mesmo criou. “Correr atrás e fazer o que puder para aquilo acontecer”, completa o Recruta.
Aqui, o ideal é desenvolver uma visão ampla mais sofisticada do que o cotidiano pede. Além de ver, em detalhe, as suas funções – e onde há gaps, por exemplo – o empreendedor enxerga em relação ao propósito da companhia. Assim, abre o leque de possibilidades e se guia pelo objetivo em comum que divide com os outros colaboradores da organização.
#4 Proponha ideias
“Não é porque uma coisa sempre foi feita da mesma forma, que você não pode mudar, que você não pode fazer do zero”, afirma Karen.
Em contato próximo com o time comercial, quando ainda era de outro setor, Pedro conta que percebeu outras necessidades. Com elas em mente, passou a pensar em ideias específicas e a sugerir para o time. “Aqui, vemos problemas como oportunidade: de criar, de fazer algo diferente – é muito bom porque você se sente instigado a fazer coisas novas e trazer resultados diferentes”, acrescenta Karen.
Mesmo que a sua organização tenha menos aberturas “óbvias” para inovações, pense em iniciativas que poderiam ser acrescidas – ou substituir outras existentes, mas menos eficientes.
#5 Não tenha medo da recepção
Contanto que suas ideias sejam bem pensadas, não tem problema em apresentá-la para seus colegas ou chefes. Pelo contrário, segundo Pedro:
“Quando você consegue entender o mundo ao seu redor e encontrar soluções, possivelmente muita gente vai estar aberta ao que você tem a dizer. E você vai encontrar oportunidades de seguir nesse caminho.”
Portanto, perca o medo de trazer assuntos novos à mesa. Claro – sempre no contexto adequado. A capacidade de enxergar problemas e propor soluções é bem valorizada pelo mercado, então mesmo que seu projeto não emplaque, você vai se destacar como alguém capaz de empreender internamente.