Insights do South Summit Brasil 2025: inovação, IA e liderança

Anamaíra Spaggiari/Na Prática

O South Summit Brasil 2025 reuniu, mais uma vez, os principais nomes do ecossistema de inovação, tecnologia e empreendedorismo na cidade de Porto Alegre. O evento, que se consolida como um dos maiores encontros do setor na América Latina, foi palco para debates transformadores sobre o presente e o futuro dos negócios — e também uma vitrine poderosa da capacidade empreendedora do país.

Anamaíra Spaggiari, CEO do Na Prática, esteve presente no evento e compartilhou reflexões importantes. Segundo ela:

“O South Summit mostra a potência do ecossistema de empreendedorismo e tecnologia no Brasil: são milhares de investidores, empreendedores, universidades, empresas, governos e jovens se articulando e aplicando as novas tecnologias em novos negócios. Nosso país vai se desenvolver não com a história de um ou outro super-herói, mas com gente de todas as regiões do Brasil, engajada em fazer a diferença.”

Veja outros aprendizados do evento:

Inteligência Artificial: muito além do hype

Um dos temas mais debatidos nesta edição foi o papel da Inteligência Artificial (IA) na transformação dos negócios. A tecnologia se destaca pela sua vantagem ambidestra: ao mesmo tempo que ajuda a gerar mais receita com novos produtos, clientes e mercados, também promove mais eficiência, agilizando processos e reduzindo custos.

Para que a IA seja bem implementada, é fundamental entender onde, como e por que usá-la. Muitas empresas criam squads de inovação e transformação digital, mas nem sempre têm clareza sobre os objetivos ou dores reais a serem resolvidas com IA.

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Além disso, há uma questão humana essencial: muitas pessoas têm medo de serem substituídas. Isso exige gestão de mudança e transparência, especialmente porque a própria natureza dos empregos está mudando. Relatórios discutidos em Davos mostram que muitas funções vão deixar de existir, mas outras tantas vão surgir com as novas tecnologias.

Algumas perguntas importantes que surgiram:

  • Quais dores reais a IA pode resolver neste processo ou para este consumidor?

  • Estamos usando a tecnologia com propósito ou apenas por modismo?

Outro ponto de atenção é que apenas 1% dos dados do mundo estão disponíveis para os sistemas de IA hoje — e muitas pessoas ainda utilizam essas ferramentas sem entender como funcionam. A transparência e a educação digital são fundamentais para que os usuários tenham pensamento crítico sobre o que é verdade ou viés algorítmico.

10 lições de liderança com David Siegel

David Siegel, ex-CEO da Investopedia, compartilhou no evento um framework para decisões de liderança.

1. Compreenda os vieses que afetam suas decisões
Toda escolha carrega armadilhas cognitivas. Entre os principais vieses, Siegel destacou:

  • Viés de recência: dar mais importância ao que aconteceu recentemente;

  • Viés de confirmação: buscar apenas dados que reforcem o que já se acredita;

  • Status quo: resistência ao desconhecido;

  • Falácia do custo afundado: insistir em algo só porque já se investiu muito, mesmo que não faça mais sentido.

2. Evite decisões surpresa – e o impacto negativo delas
Siegel contou que, como CEO da Investopedia, o conselho decidiu vender a empresa sem consultá-lo, justamente porque sabiam que ele discordaria. O que mais incomodou foi a surpresa, não a decisão em si. A pergunta que fica: como tomar decisões que não surpreendam negativamente quem está ao redor?

3. Faça o que é melhor para o negócio — não apenas para você
Decisões centradas apenas em interesses pessoais podem comprometer o coletivo. Bons líderes pensam no impacto mais amplo.

4. Seja honesto e transparente
A confiança nas lideranças passa por clareza e verdade, mesmo em momentos difíceis.

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5. Equilibre o curto e o longo prazo
Resolver o agora sem comprometer o futuro — e vice-versa — é um dos maiores desafios da liderança.

6. Ouça quem discorda de você
Buscar opiniões divergentes evita decisões enviesadas. O contraditório ajuda a enxergar pontos cegos e a construir soluções mais robustas.

7. Tenha coragem para assumir riscos
Be bold. Em tempos de transformação acelerada, é preciso ousar.

8. Seja gentil (e não apenas agradável)
Be kind. Gentileza verdadeira sustenta relações de longo prazo com equipes, parceiros e investidores. Ser “legal” nem sempre é suficiente.

9. Tome decisões com agilidade
Be speedy. Prolongar indecisões pode ser mais arriscado do que tomar decisões erradas. O timing certo é parte da liderança eficaz.

10. Avalie o quanto uma decisão abre ou fecha caminhos
Esse é o princípio da opcionalidade. Pergunte-se:

  • Essa é uma decisão final ou abre novas possibilidades?
  • Quais oportunidades deixam de existir se eu tomar esse caminho? Decisões inteligentes tendem a expandir o leque de opções futuras.

Segundo Anamaíra, esse raciocínio vale para todos:

“Se você é universitário ou está pensando em mudar de trabalho, esse frame também pode ser usado para tomar sua decisão de carreira. Se você é liderança, todas as dezenas de decisões que você toma, das mais importantes às menores, também passam pelos dilemas desses 10 passos”.

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