Nos últimos 20 anos, o mercado de trabalho passou por mudanças significativas impulsionadas por transformações econômicas e, principalmente, tecnológicas. A consolidação do real, o fortalecimento das políticas de controle da inflação e a intensificação da globalização fizeram com que empresas brasileiras adotassem uma postura cada vez mais estratégica e competitiva. Essas transformações impactaram diretamente a relevância de diversas funções no universo das finanças corporativas.
Dentro das empresas, áreas como controladoria, planejamento financeiro, análise de custos e avaliação da rentabilidade se destacaram como essenciais para a sustentabilidade e o crescimento do negócio.
Tendências em finanças corporativas
Ao mesmo tempo, a automação de processos e o uso de inteligência artificial têm reduzido a necessidade de funções mais operacionais, como as relacionadas ao contas a pagar e contas a receber. Muitos desses processos agora são gerenciados por softwares integrados e sistemas ERP.
De forma geral, os últimos anos têm sido promissores para quem busca atuar na área de finanças. Segundo o Guia Salarial 2025 da Robert Half, a demanda por profissionais qualificados em finanças continua em alta no Brasil. O levantamento, feito com milhares de executivos em diversos setores, mostra que o país segue como um dos mercados mais aquecidos da América Latina para posições estratégicas na área financeira.
De acordo com o estudo, 72% das empresas pretendem contratar para cargos de finanças neste ano. Os principais fatores são: expansão dos negócios (em 67% dos casos), digitalização de processos (para 54%) e a necessidade de reforçar o compliance e a governança corporativa (em 49%).
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O trabalho no setor de finanças
Com o mercado aquecido, cresce também a disputa pelos melhores talentos — e, com ela, os salários. Segundo a mesma pesquisa, 68% dos CFOs no Brasil afirmam ter dificuldade em contratar profissionais qualificados para a área, em comparação com a média global de 36%.
A retenção de talentos também é uma preocupação relevante: 47% dos CFOs brasileiros relatam desafios para manter seus profissionais de finanças, contra 29% em outros países. Os perfis mais buscados são aqueles com formação em engenharia financeira, análise de investimentos, controladoria, finanças corporativas ou planejamento estratégico.
Nesse cenário, embora o mercado esteja receptivo a profissionais de diversas formações, algumas competências são indispensáveis. É essencial ter visão de longo prazo, capacidade de análise preditiva, habilidade para lidar com dados e familiaridade com ferramentas tecnológicas e softwares de gestão. Além disso, conhecer bem o cenário econômico nacional, os produtos financeiros e o sistema tributário brasileiro é um diferencial competitivo importante.
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