O crescimento no número de startups no Brasil proporciona maior número de vagas disponíveis para quem quer se aventurar nessa área. Não é raro ver na timeline do Facebook algum amigo compartilhando links de processos seletivos, ou até mesmo surgirem oportunidades no acompanhamento de determinada empresa no LinkedIn.
Se você está em busca de um emprego em uma startup ou empresa de tecnologia, outra boa opção é participar da Ene Empreendedorismo e Tecnologia, conferência de carreiras gratuita organizada pelo Na Prática e Fundação Estudar – as inscrições estão abertas e podem ser realizadas por aqui.
Seja qual for o caso, duas perguntas que muitos se fazem são: quem são os jovens que as startups estão procurando e como posso me destacar nesses processos seletivos?
Se para as empresas convencionais as respostas para essas questões já estão mais sólidas e no imaginário dos empregados, no cenário das startups elas são mais difíceis de serem formuladas. Isso porque trata-se de um modelo de negócio recente no país, com diversas variáveis envolvidas.
Durante o Imersão Empreendedorismo realizado em Belo Horizonte, alguns empreendedores que fundaram suas startups de sucesso deram pistas para os jovens que pretendem uma colocação nessas empresas. “Vejo talentos que conseguem ter cabeça aberta para coisas novas e empreender sozinhos. Outro dia contratei um cara para a Samba e não sabia o que ele iria fazer inicialmente, mas gostei tanto do perfil dele que não podia deixar ele ir para outra empresa. Não quero ninguém expert em uma só área, fazemos coisas disruptivas. Prefiro alguém que saiba aprender e se adaptar àqueles mega especialistas que não conseguem acompanhar as evoluções”, revela Gustavo Caetano, da SambaTech (empresa que oferece soluções na área de vídeos pela internet).
Já Ofli Campos, um dos sócios-fundadores da Méliuz (empresa pioneira de cashback em compras virtuais), gosta de histórias de vida diferentes, que podem não parecer relevantes em um primeiro olhar. “Ter um time em sintonia é fundamental para se chegar aos resultados. Se o time é bom, fica mais fácil mudar os rumos e até desenvolver novos produtos. Procuramos histórias diferentes e até bizarras na hora de contratar. Queremos pessoas com vontade de mudar o mundo, que sonham alto e não têm medo de arriscar”, afirma.
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Dicas para os processos seletivos Para tentar entender melhor a dinâmica de contratações de uma startup, conversamos com um dos responsáveis por recrutar os talentos na Méliuz. O diretor de operações Lucas Marques, ex-trainee da Ambev, nos ajudou com algumas dicas importantes para quem almeja uma vaga em uma startup. “Os processos seletivos nas startups são muito diferentes, elas procuram colocar sua cultura até nisso. Portanto, é importante pesquisar as etapas da startup que você pretende entrar”, aconselha.
1. Frequente eventos de empreendedorismo: Antes mesmo de se candidatar a uma vaga em uma startup, participe de eventos e demonstre interesse pelo assunto. Além de aprender muito, logo você poderá conhecer as pessoas que vão te entrevistar posteriormente. “Isso mostra vontade e curiosidade do candidato. É como alguém que quer começar a namorar e vai para a balada antes para dar o primeiro passo”, brinca Lucas Marques.
2. Demonstre conhecimento sobre a empresa e os serviços: Se você pretende trabalhar em uma startup, deve saber sua área de atuação e quais são os serviços e produtos oferecidos. “Se a startup tiver um aplicativo ou um site, o candidato deve tentar usar o produto e entender bem como ele funciona”, ressalta Lucas Marques.
3. Saiba que experiências pessoais contam muito: Talvez contam tanto quanto cursos renomados e diplomas. São muitos os autodidatas nas startups, que executam muito bem. “Na Meliuz sempre pedimos para o candidato contar sua história, conquistas, sonhos e fracassos. No caso da startup não pedir, ao invés de colocar no currículo, eu enviaria uma carta de apresentação junto com o CV”, recomenda o especialista.
4. Tome cuidado com o tema remuneração: As startups procuram funcionários que se identifiquem com a cultura da empresa e que irão trabalhar com prazer. Portanto, o assunto remuneração deve ser trabalhado com muito cuidado em uma entrevista, de preferência no final da conversa. “No caso da Meliuz, costumamos falar disso depois da aprovação do candidato. Um candidato que tem como prioridade remuneração, não deveria ter como prioridade startups (risos)”, avalia Marques.
5. Entenda as habilidades valorizadas: elas variam muito de acordo com a cultura e o cargo almejado (oferecido) em uma startup. Não são raros os casos de alguém que preenche os requisitos técnicos para o cargo, mas é reprovado por não se adequar à cultura da empresa. “Um candidato pode dizer que é ‘sangue no olho’, mas é preciso que ele descreva episódios em sua vida que demonstrem isso. De forma geral, acho que as startups buscam iniciativa, sangue no olho e entusiasmo em seus futuros funcionários”, conclui.
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