Atingir metas é uma parte essencial de qualquer organização. Para que isso ocorra, muitas vezes os líderes precisam fazer cobranças a seus subordinados. Essa tarefa nem é sempre fácil porque, para muitos, as cobranças são sinais de mau desempenho e causa para desmotivação. Especialistas na área compartilham estratégias para cobrar seu time, mantendo a motivação e engajamento da equipe.
Para cobrar seu time, o empresário Flávio Hideo, do grupo 365 valoriza a cultura do erro. “Tentamos cobrar de forma construtiva. Queremos que as pessoas errem porque quando elas estão errando é porque estão fazendo coisas diferentes. E focamos bastante na questão do aprendizado em cima dos erros. A pessoa não é recriminada por errar. Da mesma forma que não tem essa cobrança ríspida, existe um comprometimento muito grande da equipe. É um modelo de negócio que gera responsabilidade nas pessoas pela liberdade que elas tem de tentar coisas novas. Isso faz com que elas abracem mais a causa”, afirma.
Por causa desse sistema, em geral, as metas das onze empresas de Flávio são cumpridas. “Quando não são, a gente trata com conversa e aprendizado tentando entender o que poderia ter sido feito de diferente. Ninguém vai ser demitido por não cumprir uma meta. Com experiências anteriores, eu entendi que cobrar seu time com processos mais burocratizados e regrados não eram a forma que funcionava melhor. Nosso diferencial é a questão do relacionamento, A equipe é muito aberta e proativa”, explica.
Importância da comunicação
Para o sócio-fundador do Hospital das Finanças, Thiago Campos, na hora de cobrar seu time é essencial que a empresa tenha uma forte cultura de feedback. “Estimular o feedback é um processo importante, mas é preciso fazê-lo de forma amigável. É papel do líder reconhecer erros e elogiar o colaborador antes de pedir algum retorno ou fazer alguma crítica. Então criar um aporte para aproximar mais os profissionais acaba facilitando o relacionamento”, analisa.
Ele ainda ressalta que a organização precisa deixar claro quais são seus objetivos e o que é esperado dos profissionais, antes de cobrar seu time. “Envolver todos nas decisões estratégicas auxilia bastante, quebrando um pouco da hierarquia tradicional das empresas e deixando o profissional com mais autonomia para buscar resultados. Indicadores e metas são fundamentais para qualquer empresa, também para ajudar os profissionais a se desenvolverem e atingir os resultados esperados, e isso precisa ser acompanhado de perto. É preciso que seja um processo de troca mútua”, indica.
Em caso de baixa performance, os líderes precisam também averiguar o que se passa com o colaborador fora do ambiente de trabalho, opina Thiago. “Às vezes alguma questão pessoal pode acabar atrapalhando o desempenho no dia a dia e impacta no faturamento da empresa. Então, é preciso investir no treinamento e no relacionamento com os colaboradores. Na hora de cobrar seu time é preciso ter empatia, boa comunicação interpessoal e controlar o meio e o ambiente em que irá se comunicar”, pondera.
Leia também: Como a falta de habilidades de liderança nos profissionais prejudica uma organização?
A psicóloga especialista em recursos humanos Ana Darla Arruda opina que o equipe precisa ver que o líder caminha junto aos objetivos traçados. “Então quando ele pedir alguma coisa ou cobrar seu time, eles vão entender que aquilo realmente é algo necessário. Você trazer engajamento, juntar a equipe para tomar decisões em conjunto e ter um bom relacionamento com todos para estar ciente do que acontece, e onde é necessário fazer ajustes, é essencial. E os profissionais precisam entender o tamanho de suas responsabilidades”, aponta.
Ana indica que muitas pessoas em posição de liderança deixam de acompanhar os processos da empresa, medida que segundo ela deve vir antes de cobrar seu time. “O líder precisa saber de quem ele pode pedir que irá atuar melhor, para quem ele pode delegar e tudo isso se constrói com comunicação e relacionamento interpessoal. Os profissionais também devem saber do que são capazes. E se algo der errado no caminho com alguém específico, é preciso analisar os vários aspectos que estão influenciando essa pessoa”.