Mesmo no mundo das compras online, localização ainda importa (e muito!)

Capa da matéria Mesmo no mundo das compras online, localização ainda importa (e muito!)

Redação, do Na Prática

Publicado em 7 de novembro de 2016 às 17:49h.

Um dos grandes gargalos para o crescimento da economia brasileira é sua infraestrutura pouco desenvolvida. Para David Bell, no entanto, esse defeito pode acabar sendo útil para empreendedores brasileiros na economia digital.

Professor da Wharton School, na Universidade da Pennsylvania e uma das melhores escolas de negócios do mundo, ele é referência quando se trata de e-commerce e marketing digital. Seus cursos online, como “Digital Marketing, Social Media and E-Commerce for Your Business”, chegam a ter centenas de milhares de inscritos.

Em São Paulo para a HSM Expo, evento voltado para executivos, ele contou que o Brasil e outros mercados em desenvolvimento, como Índia e China, vão chegar na frente de países desenvolvidos em número de transações online. 

Leia também: Como os profissionais de marketing digital podem se reinventar?

Por que? Serão as economias “mobile first”, em que o cliente aproveita que a infraestrutura online é melhor que a offline para fazer suas compras. O objetivo de Bell – que acaba de lançar seu novo livro, Localização (ainda) é tudo, em português – em sua palestra era justamente ensinar o que uma empresa de sucesso precisa fazer para vencer nesse ambiente.

“O dispositivo móvel é a plataforma para a disrupção”, disse. “Ele engaja constantemente, tem uma interface de usuário simples, é uma máquina inteligente que sabe sua localização, seu contexto e seu conteúdo, manda e recebe pagamentos. Vai mudar todos os negócios, de lavanderias à educação.”

Como fazer sua startup crescer

A chave para crescer de maneira sustentável está em pesquisar continuamente a localização de seu negócio e do consumidor. “A localização do seu cliente ainda importa muito”, disse. “Significa saber suas características, suas preferências e suas opções.” Isso, por sua vez, pode se traduzir em um negócio mais certeiro e rentável.

Para lembrar de tudo que compõe a localização, Bell criou o acróstico GRAVITY: geografia, resistência, adjacência, vizinhança, isolamento e topografia (o “y” serve apenas para completar a palavra, confessou). A mais importante é a adjacência, que trata de como espalhar a demanda em um território.

“Em cada uma das empresas que examinei, a demanda sempre cresce de maneira previsível”, explicou Bell, demonstrando com mapas que ela se espalha a partir de aglomerados pré-existentes. Ou seja, não surge espontanea ou aleatoriamente. “As razões para isso são a homofilia – as pessoas gostam das mesmas coisas – e o contágio, já que vizinhos conversam ou observam comportamentos entre si.”

Leia também: 8 ferramentas para ser um líder melhor

Por conta dessa interação, aconselhou, é importante que o empreendedor preste atenção à experiência do usuário em termos de interação com a marca. Preocupação com embalagens, por exemplo, também devem fazer parte da estratégia: afinal, elas vão parar em fotos em redes sociais ou chamam a atenção na rua. “Isso também é conteúdo”, disse.

Uma presença offline também é estratégica. Bell citou os planos da Amazon de abrir uma centena de lojas físicas e os showrooms da Tesla, em que é possível ver e tocar um carro elétrico – mas não comprá-lo. “Os clientes ainda querem tocar produtos e experimentar o serviço de uma marca: como você usa o espaço físico é muito importante”, contou.

“Na economia digital, a habilidade de ter uma relação interpessoal nunca foi mais importante”, falou, ecoando o colunista Thomas Friedman, que esteve no evento mais cedo. “É preciso criar o conteúdo certo, a plataforma certa e encorajar seus clientes a criarem uma comunidade. É algo muito poderoso para um negócio.”

Baixe o ebook: 9 grandes dúvidas sobre começar a empreender

Leia também

Faça parte da nossa comunidade de protagonistas