Passar em processos seletivos de big techs é o sonho de muitos jovens que estudam com tecnologia. Para isso, há quem comece a programar desde cedo, na adolescência, por exemplo, e há quem se desafie bastante para aprender na vida adulta. Mas o que ninguém diz, no fim, é que essas habilidades, importantes para a prática, são apenas a ponta do Iceberg para ser aprovado.
Exemplo disso é o jovem brasileiro Itamar Filho, que enviou candidaturas para mais de 300 empresas e ouviu uma série de respostas negativas antes de ser aprovado nos processos seletivos das big techs Google e Meta. Ao contrário dos seus colegas, ele só começou a aprender programação aos 18 anos, durante a graduação. Hoje, ele é bolsista FellowTech, da Fundação Estudar.
“Eu tive muitas dificuldades [para aprender a programar]”, lembrou ele em entrevista ao Na Prática nesta semana. “Não foi algo trivial e demorei bastante para engrenar, mas foi a partir dessa dedicação que eu consegui oportunidades incríveis que tem me mudado como pessoa e como profissional.”
Aprovação após feedbacks negativos
Após receber negativas dos processos seletivos que tentou participar, Itamar resolveu dar um passo atrás e olhar para o que deveria melhorar.
“Eu tinha um sonho de estudar e trabalhar fora e aquilo não chegou a me desanimar porque eu vi que tinha gente que já tinha feito isso. Era possível. Continuei aplicando, mas dessa vez troquei uma ideia com o pessoal que já tinha chegado onde eu queria chegar e pude entender o que eu estava fazendo errado.”
Após os feedbacks dos colegas, Itamar melhorou sua aplicação e conseguiu uma entrevista para um estágio no Google dos Estados Unidos. Com frio na barriga, já que aquela era sua primeira entrevista de emprego da vida, ele encarou uma primeira etapa voltada para programação.
“Geralmente, não é preciso fazer um código funcional durante a entrevista”, contou ele. “Só preciso criar um pseudo-código, e explicar o problema e falar um pouco de análise de tempo e complexidade.”
Apesar de algumas dificuldades técnicas, Itamar avançou de etapa e conseguiu chegar às entrevistas comportamentais. Lá, seu perfil e sua aderência à cultura do Google foi avaliada. “Estudei muito e estava muito nervoso, mas consegui passar nas três entrevistas e aquilo me deu muita confiança.”
Após passar no processo seletivo do Google dos Estados Unidos, Itamar conseguiu compreender o caminho necessário para ser selecionado por gigantes de tecnologia. Tempos depois, com base no que havia aprendido, ele passou em mais dois estágios, do Google de Belo Horizonte e da Meta de Londres.
No fim, são processos bem parecidos, e o nível de dificuldade varia pouco. É mais uma questão de treinar, repetir e ter os assuntos em dia. Se você domina bem algoritmos e estruturas de dados, vai ser uma questão de tempo até você conseguir atingir uma boa performance.”