Fora da escola e faculdade, as apresentações de slide ganham outro significado. No mundo dos negócios, por exemplo, podem ser decisivas na hora de conseguir investimento. É o caso do pitch deck, nome que se dá à essas apresentações. Não por acaso, já que acompanha o pitch feito pelos empreendedores.
O pitch deck pode ser utilizado em rodadas de investimento – com conteúdo “compactado” para ser mais curto. Mas há outras aplicações, como material para inscrição em programas de aceleração de startups.
Muitas empresas hoje conhecidas conseguiram levantar milhões a partir do pitch deck. Facebook, Airbnb, Uber e Youtube são algumas delas.
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De forma geral, essas apresentações são simples e concisas, e trazem informações relevantes para se conseguir um aporte financeiro, como as diretrizes do negócio e o alcance objetivado.
Porém, é importante ter em mente que o pitch deck não vende a ideia sozinho. A capacidade de storytelling do empreendedor que apresente é crucial para o sucesso na hora de prender a atenção e conquistar um investidor.
Como fazer um pitch deck
Guy Kawasaki é um dos maiores especialistas mundiais de Tecnologia e Marketing. Além de um venture capitalist de sucesso no Vale do Silício, é conselheiro da Apple e autor de diversos best-sellers. Segundo o especialista, na hora de montar um pitch deck, o empreendedor deve levar em conta a regra 10/20/30.
Basicamente, a apresentação não deve ter mais do que dez slides, no máximo 20 minutos de duração e incluir uma fonte de texto de tamanho mínimo 30. Sua definição de boas práticas não é determinante e, de fato, há muitos pitch decks (como o do Airbnb) que contam com mais de dez slides. A maioria, no entanto, destaca que o ideal é não passar de 20 slides.
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Quanto à duração, embora os 20 minutos apontados por Guy possibilitem contar a história e os principais pontos de forma mais completa, dependendo do tipo de contexto, é preciso encurtar. Segundo uma pesquisa do DocSend, investidores gastam três minutos e 44 segundos em cada pitch deck. Então, crie uma apresentação com tamanho adequado para cada situação.
Em resumo, Alejandro Cremades, empreendedor e autor de “The Art of Startup Fundraising”, destaca que há três características em comum entre os pitch decks que dão certo:
- Ser claro e simples
- Ser convincente
- Mostrar caminhos de ação fáceis
O que é preciso ter
É fácil encontrar exemplo de pitch deck para se inspirar. Inclusive, de empresas famosas – disponibilizamos alguns abaixo. A maioria aborda alguns pontos em comum.
- Problema: dados e fatos sobre a questão que o produto ou serviço buscam solucionar
- Solução: a ou as propostas de valor que o empreendimento tem. Ou, como ele vai “atacar” o/os problema/as
- Mercado: informações sobre o tamanho do mercado – como foi, qual a projeção para o futuro, por exemplo
- Produto: descrição do produto em si, e da sua forma de funcionamento
- Modelo de negócio: a estratégia (ou conjunto de estratégias) que regem o empreendimento
- Competição: um panorama dos concorrentes existentes e como a empresa se destaca entre eles
- Equipe: descrição de membros-chave do time e suas realizações
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O seu pitch deck pode ou não conter essas seções exatas, não há uma regra. Na hora de montar, pense no que é importante apresentar para contar a história do seu negócio. Quais são os dados e informações que vão convencer o investidor?
Exemplos de pitch deck
Airbnb
Buzzfeed
Youtube
Foursquare
Canvas