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Pablo Andery: ‘A gente tem nossa maior potência quando somos nós mesmos’

Natural de Poços de Caldas (MG) e formado em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI), Pablo Andery se tornou facilitador do Na Prática em 2016. Hoje, mora em São Paulo e atua como consultor na área de gestão e estratégia, mas continua dedicando parte de sua rotina conduzir conduz os cursos.

A motivação para seguir nesse papel vem de uma vivência pessoal: antes de se tornar facilitador, ele mesmo foi aluno dos cursos. O impacto que recebeu nesse período, segundo ele, é o que hoje busca devolver para outros jovens que também estão em fase de descobertas e decisões de carreira.

Na série “Na Prática, quem ensina?”, ele compartilha bastidores dessa atuação como facilitador. Para Pablo, a experiência não se resume a transmitir conhecimento, mas também a aprender com a diversidade de perfis e trajetórias que encontra em sala. “O nível de interesse e as perguntas mostram o quanto há potencial entre os participantes”, afirma.

Conheça o facilitador Pablo Andery

Na prática, como é facilitar cursos para essa geração de jovens?

Eu tenho a impressão de que, no fundo, não é tão diferente assim de facilitar cursos para uma geração de jovens anteriores.

Eu acho que sim, tem uma diferença na forma de pensar e de agir em muitos aspectos, mas pensando no público do Na Prática, que é um público que, por estar ali, já tem um interesse prévio e uma cabeça parecida, seja da minha geração ou da geração que veio logo depois de mim.

Claro que a forma de crescer, o fato de não terem visto a vida sem celular desde pequenos, por exemplo, acho que muda um pouco a visão de mundo, mas não muda tanto a minha experiência como facilitador. No final do dia, acho que é tão gratificante e transformador quanto era facilitar para a geração anterior.

Continua sendo ótimo contribuir com jovens que estão interessados em aprender e se desenvolver e estão correndo atrás de meios para isso.

Acho que o Na Prática é um grande catalisador, um potencializador de jovens que já têm um potencial e um interesse, e ajuda essa galera a colocar as coisas em prática. É ótimo ser parte disso.

O que te motiva a facilitar?

Os cursos, na época da Fundação Estudar, que já faziam parte do pilar do Na Prática, me ajudaram muito, principalmente o de autoconhecimento, mas também fiz o de liderança e o de carreira. Me ajudaram tanto que o que me motiva a facilitar é poder devolver isso para outras pessoas que estão buscando referências e ajuda para tomar suas decisões, igual eu estava buscando.

Conte sobre sobre sua trajetória profissional

Vim morar em São Paulo no finalzinho de 2017, ainda nem tinha me formado na verdade. Eu abracei quase que a primeira oportunidade que apareceu, porque eu queria muito vir para São Paulo e começar a trabalhar logo. Minha primeira experiência foi na área comercial, fui ser vendedor de rota na Heinz, vendendo ketchup e maionese para supermercados, e fiquei um ano ali.

Depois, fui para a Fundação Estudar, na área de B2B, por quase um ano e meio. Saí para tocar uma área B2B na Móbili, e fiquei um ano lá também. Com a pandemia, o projeto que eu estava tocando deixou de fazer sentido, e fui realocado para outro projeto que não tinha tanto sentido para mim.

Então, eu saí, tirei um tempo para pensar qual seria o próximo passo, o que faria sentido, e decidi que seria consultoria. Foquei super em entrar em consultoria, fiquei estudando um bom tempo e me inscrevendo em todos os processos, esse intervalo durou uns 8 ou 9 meses.

Entrei em consultoria em 2021, e estou aqui até hoje, na mesma empresa, na Integration, há 4 anos. Gosto bastante. Consultoria de gestão e estratégia, especificamente, me permite viver uma rotina dinâmica, além de aprender muito sobre diversos setores e metodologias.

Pude desenvolver um olhar de negócio mais estratégico, que era o que eu queria e não tinha tido chance na área comercial.

Quais foram os 3 aprendizados profissionais que você repassaria adiante?

O primeiro que eu diria é: comece. Olhando para a minha trajetória, às vezes repenso as decisões, como ter começado na área comercial, algo que nunca quis.

Mas hoje, ter sido da área comercial me dá uma perspectiva de negócio e estratégia que é muito difícil de ter sem vivenciar. O fato de eu ter tomado a decisão de simplesmente começar e entrar num lugar e aprender já foi super importante.

Não dá para ficar pensando demais no “o que será que faz sentido para mim” e não partir para a prática.

O segundo aprendizado é: entregas que te deram muito trabalho são valorizadas quando você mostra o tanto de trabalho que ela deu.

Não adianta fazer um trabalho homérico se não ficar claro para as pessoas da sua equipe ou para o seu cliente o que te levou até aquele ponto.

É importante reconhecer que deu trabalho e as pessoas ao redor precisam entender isso também; não adianta mostrar só o resultado sem mostrar a construção toda, porque elas valorizam mais o que você fez quando entendem que foi um passo a passo longo.

O terceiro aprendizado, eu diria: seja você. Muitas vezes, a gente fica receoso de ser autêntico no ambiente corporativo, por achar que ele demanda um posicionamento diferente do nosso “normal”. A gente tem nossa maior potência quando somos nós mesmos.

Como começou sua relação com o Na Prática?

Minha relação com o Na Prática começou na época da Fundação Estudar, por volta de 2015. Conheci a Fundação pelos cursos, o de autoconhecimento o primeiro que fiz. Era um curso presencial em São Paulo, e voltei muito impactado e transformado.

A partir dali, sabia que queria beber mais da fonte e continuei participando de cursos. Não muito tempo depois, virei voluntário da Fundação Estudar, e agora estou no Na Prática.

O que você já aprendeu em contato com essas turmas de jovens?

Aprendi que tem muito potencial dentro das salas. Vejo isso pelo nível das perguntas e o interesse genuíno dos jovens, mesmo aqueles no início da jornada de carreira. Além disso, acompanho o crescimento de muitos deles no LinkedIn e Instagram, em quatro ou cinco anos, alguns já se tornaram gerentes ou diretores. É muito legal ver o crescimento de quem buscou se desenvolver anos atrás.

Facilitando, aprendo de tudo, como a ser um facilitador melhor, a entender a diversidade de perfis e anseios individuais. Também aprendo sobre a a importância do contexto. Cada pessoa está em um momento e vem de um lugar e origem distintos. As trajetórias são muito diversas, não dá para falar que todos querem a mesma coisa, que estão no mesmo momento. Ver essa diversidade de trajetórias nos cursos do Na Prática é muito rico.

E o que você aprendeu como facilitador que te ajuda a ser um consultor melhor?

Aprendi que as pessoas têm seus anseios pelo momento em que estão, pela vivência que tiveram, por onde cresceram. Facilitar me lembra de olhar para o outro e tentar me colocar no lugar para pensar no momento e no desafio que aquela pessoa tem.

Em um dia, apresento uma etapa completa do projeto para a diretoria, no outro, converso com o coordenador de uma área específica para levantar dados e construir uma análise. Tanto o coordenador quanto os diretores têm seus anseios, e ter isso no radar me ajuda a saber como abordar. Consigo navegar melhor pelas diferentes áreas e senioridades do cliente, garantindo uma tratativa melhor.

O que você aplica no seu dia a dia como profissional a partir do conteúdo formações que facilita?

O mais prático é que me torno um facilitador melhor no meu trabalho por ser voluntário no Na Prática. Como estou em consultoria, lido o tempo todo com clientes que esperam que eu e minha equipe entreguemos algo que ajude a melhorar resultados.

Então, saber como facilitar momentos de discussão e como lidar no “um a um” com as pessoas (o que acontece muito nos cursos, quando alguém pede ajuda no intervalo) é crucial. Aprender a entender de onde vem a dor da pessoa para direcionar, sem apenas dar pitaco na vida do outro, é algo que aplico diretamente no negócio.

No meu ambiente de trabalho, preciso embasar minhas recomendações com informação, dados e estrutura. E, de certa forma, os momentos do Na Prática com esses jovens são assim também, então, com certeza, consigo trazer esse aprendizado de facilitação para o meu dia a dia de trabalho.

Qual é sua grande ambição como profissional?

Eu me considero uma pessoa muito ambiciosa, mas minha ambição é por degraus. No momento, minha ambição é me tornar consultor na minha empresa. Assim, além de ser responsável pelos entregáveis e pela parte técnica do projeto, eu passo a ter uma responsabilidade pela formação dos analistas.

Isso é algo que sempre gostei de fazer, já fiz em contexto de empresa júnior, mas profissionalmente ainda não estive em um cargo em que isso é parte do escopo. Quero muito estar nesse lugar de poder ajudar os outros a crescerem e se desenvolverem também no ambiente profissional.

Qual é, na sua visão, o papel das formações que você facilita na vida dos jovens?

Primeiro, dar perspectiva para os jovens que estão participando. Perspectiva de duas formas: uma, eles entenderem o que é possível, e, duas, entender que algumas coisas não são o monstro de sete cabeças que eles estão imaginando.

Então, é dar perspectiva tanto para mostrar que pode ser mais simples do que parece, quanto para mostrar que pode ser maior do que eles imaginam, em termos de potencial e ambição.

O outro papel é dar ferramentas para esses jovens poderem se desenvolver. Isso pode ser no nível pessoal ou profissional. O primeiro curso que fiz, de autoconhecimento, foi no pessoal, e me deu uma perspectiva que me mudou como pessoa, como ser humano, como ser vivo neste plano que estamos.

Você sente alguma identificação com os participantes dos cursos?

Me vejo na situação em que eles estão, porque já estive nesse lugar também. Eu já fui o jovem interessado, buscando entender o que tem disponível no mercado, quais são os desafios e como as coisas funcionam de verdade. Me conecto diretamente com o momento deles porque já vivi esse momento de descoberta.

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