Quatro atletas brasileiros – Marta, Maurren Maggi, Daniel Dias e Kaká – que aceitaram o convite para ser influenciadores do LinkedIn dão uma boa ideia de um lado pouco conhecido de suas carreiras.
Em momentos em que a atenção se volta para o esporte – o que segue pelos próximos 17 dias na Olimpíada e também em setembro com a Paraolimpíada – o público vê apenas fragmentos (ainda que os mais cruciais) de longas histórias de dedicação, preparo, obstáculos transpostos.
O que está por trás do suor no rosto, no entanto, é o que de mais inspirador há na trajetória destas pessoas. “Quem olha de fora não consegue perceber o quão doloroso é ser um jogador profissional”, escreveu Kaká. Desde 14 de julho, seu texto conta mais de 20 mil visualizações. Confira alguns trechos do que ele e os outros três craques do esporte contaram na seção de esportes da plataforma Pulse do LinkedIn:
1. Kaká
Último brasileiro a conquistar o título de melhor jogador de futebol do mundo, ele começa seu texto falando sobre um momento em que sua promissora carreira ficou por um triz, após fraturar a 6ª vértebra quando tinha só 18 anos. “Eu não sabia na época, mas estava prestes a aprender uma das maiores lições da vida”, escreveu.
Dos quatro influencers é único a não ter conquistado medalha olímpica. Atual jogador do Orlando City, Kaká dá a ideia do quanto a carreira de jogador de futebol profissional é exigente. “Precisamos nos afastar da família, nos privar da nossa liberdade, dos nossos finais de semana, da nossa liberdade”, contou.
A lição que o jogador cita no começo do texto só parece ter ficado clara com os (muitos) altos e (alguns) baixos da sua vida de atleta. “Não existem derrotas definitivas na nossa carreira. Cada tombo é uma grande lição a ser tomada”, disse. Leia o texto completo aqui.
2. Maurren Maggi
A última competição oficial da carreira de Maurren Maggi no salto em distância foi em fevereiro deste ano. “O primeiro sentimento é de um pequeno desespero. Natural, claro: de uma hora para outra, sem muito aviso prévio, a sofrida e regrada rotina que levamos desde muito cedo é interrompida”, contou.
Mas o sinal, escreveu, já vinha sendo dado pelo seu corpo. Um lado ruim da carreira de atleta é a sua brevidade: após o auge aos 32 anos e com o ouro na Olimpíada de 2008 em Pequim, a aposentadoria aos 39 anos.
“Felicidade, orgulho, sentimento de superação, tristeza… São muitas as emoções que cercam a carreira de um atleta”, escreveu. A vergonha pela suspensão ao ser pega no antidoping também marcou emocionalmente a sua carreira, ainda que a culpa não tenha sido sua, defendeu-se no texto.
Por isso a gestão adequada da emoção é posta por ela em pé de igualdade com o desempenho físico. Chegar ao topo, escreveu, só é possível a partir da combinação da excelente performance física e melhor preparo emocional. Leia o texto completo aqui.
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3. Marta
Dificuldades e obstáculos não foram poucos na vida da maior jogadora de futebol de todos os tempos. Mas ela soube driblá-los porque foi persistente, ou como preferiu se autoqualificar: teimosa. “Não fosse eu teimosa, minha carreira não teria nem começo”, escreveu.
O esforço que fez para conquistar tantos prêmios e o melhor currículo possível para uma jogadora de futebol passa longe da vida de sonhos que muitos acham que ela tem agora, disse.
“As dificuldades foram tremendas. No nosso país, o ‘País do Futebol’, veja você, a minha modalidade ainda é vista como amadora”, disse. Em meio aos obstáculos, o que importou foi sua persistência em prestar atenção aos caminhos que se abriam em vez das barreiras.
“Penso que é assim quem devemos gerir nossa carreira profissional: com foco nas portas que se abrem; com atenção especial ao futuro que se desenha, tentando sempre antecipar as divididas; mas com a memória sempre ligada nas nossas raízes, para que a vida não nos deixe esquecer quem realmente somos”, escreveu. Leia o texto completo aqui.
4. Daniel Dias
Dez medalhas de ouro no currículo, e 15 no total somando-se conquistas nas Paraolimpíada de Pequim em 2008 e Londres em 2002. E muitos disseram que ele começou a nadar tarde, quando tinha 14 anos. “Para mim, tarde seria nunca. Além disso, sempre fiz as coisas no meu relógio”, escreveu.
Para ele, o mais importante do que as medalhas, os prêmios e os seis recordes mundiais alcançados na natação foi a primeira prótese. “Foi ali que comecei a gostar de esporte. Foi quando comecei a sentir vontade de praticar esportes. E a vontade é quase tudo que precisamos”, disse.
Para Daniel Dias, além da vontade, não faltaram nem fé nem determinação. Tudo, disse, é uma questão de escolha. “ Eu escolhi ser feliz”, disse. Leia o texto completo aqui.
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Este artigo foi originalmente publicado em Exame.com