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Número de jovens que não estudam nem trabalham atinge menor índice da série histórica, aponta IBGE

Foto: Freepik

O número de jovens entre 15 e 29 anos que não estudam nem trabalham caiu para 10,3 milhões em 2023, equivalente a 21,2% da faixa etária e o menor índice desde o início da série histórica, em 2012.

Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na pesquisa Síntese de Indicadores Sociais (SIS), que destacou uma redução significativa desse grupo nos últimos dois anos, em especial entre 2022 e 2023, com uma queda de 4,9% no total de jovens nessa condição.

Entre os fatores que contribuíram para essa redução está o aumento da ocupação de jovens no mercado de trabalho, o que tem revertido os impactos de crises anteriores, como as recessões econômicas de 2016 e 2020 e os efeitos da pandemia de COVID-19.

Esses eventos haviam provocado elevações na taxa de jovens fora de escolas e do mercado, enquanto o retorno gradual à normalidade entre 2021 e 2023 favoreceu sua reinserção.

Perfil e desigualdades persistentes

Apesar da queda geral, a pesquisa revelou desigualdades marcantes no perfil dos jovens que continuam fora da força de trabalho e do sistema educacional. As mulheres de cor ou raça preta ou parda foram o grupo com menor redução nesse período: apenas 1,6% entre 2022 e 2023. Elas agora representam 45,2% do total, a maior participação registrada na série histórica. Em números absolutos, isso equivale a 3,6 milhões de mulheres pretas ou pardas.

Por outro lado, os homens pretos ou pardos registraram uma queda mais expressiva de 9,3% no mesmo período, enquanto as mulheres brancas tiveram a maior redução, de 11,9%.

Atualmente, o número de jovens nessa condição se divide em:

Fora da força de trabalho

Grande parte desses jovens permanece fora da força de trabalho, enfrentando barreiras para ingressar no mercado, como baixa qualificação e falta de acesso a oportunidades. Segundo o IBGE, as mulheres — especialmente as pretas ou pardas — são as mais afetadas, muitas vezes devido a responsabilidades domésticas ou à ausência de políticas públicas efetivas para facilitar sua inclusão.

Avanços e desafios

A redução na taxa geral é considerada um avanço importante, sinalizando melhora no acesso ao emprego e maior estabilidade econômica. Contudo, os dados evidenciam a necessidade de políticas públicas específicas para reduzir as desigualdades de gênero e raça, além de ampliar o acesso à educação e à qualificação profissional.

Para especialistas, o combate às desigualdades e o investimento em capacitação são cruciais para consolidar a tendência de queda e garantir que mais jovens brasileiros tenham acesso ao mercado de trabalho e à educação. A taxa atual ainda representa um grande desafio, já que mais de 10 milhões de jovens continuam sem estudar ou trabalhar, limitando seu potencial de desenvolvimento pessoal e contribuição econômica.

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