Nível de competitividade mundial do Brasil cresce, segundo ranking

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Redação, do Na Prática

Publicado em 16 de dezembro de 2019 às 09:00h.

Anualmente, o Fórum Econômico Mundial (WEF) divulga o Relatório Global de Competitividade, realizado desde 1979. Por meio de dados estatísticos e pesquisas de opinião, a organização analisa mais de cem indicadores para definir o nível de produtividade de um país e, consequentemente, sua prosperidade. A competitividade mundial do Brasil avançou uma posição, fazendo com que a nação ocupasse a 71ª posição, dentre 141 países participantes. 

Índices brasileiros

A escola de negócios Fundação Dom Cabral é a responsável pela coleta de dados em território brasileiro. Para a classificação da competitividade mundial são analisados quatro itens: ambiente favorável, capital humano, mercado e ecossistema inovador. A notícia do avanço do Brasil no ranking é positiva, uma vez que o pais tenta lentamente recuperar sua competitividade. Em 2016, os brasileiros registraram seu pior desempenho. 
Apesar do Brasil ter avançado uma posição em termos de competitividade mundial, isso não significa que o país melhorou em todas as frentes. No item de ambiente favorável, o Brasil piorou em 17 de 46 itens, mas melhorou em 15. Alguns dos setores que demonstraram queda foram instituições, segurança, capital social e transparência. No quesito capital humano, o Brasil piorou em termos de saúde e força de trabalho.

Avanços e contratempos

No bloco que avalia o potencial de mercado, o Brasil regrediu no mercado de bens, competição doméstica e abertura comercial, mas avançou no mercado de trabalho, estabilidade e flexibilidade. No indicador de ecossistema inovador, o Brasil teve grandes avanços no dinamismo empresarial (avançando 41 posições) e requisitos administrativos, o que colaborou com o crescimento do seu nível de competitividade mundial.

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De acordo com comentários dos pesquisadores no relatório, o Brasil deve balancear melhor a integração tecnológica com o investimento em capital humano e fortalecer as habilidades da força de trabalho brasileira para minimizar os riscos de repercussões sociais negativas, se quiser melhorar seu índice de competitividade mundial.

Informações gerais

Dentro da América Latina, o Chile ocupa a liderança na 33ª colocação. Mesmo perdendo posições nesta edição, México e Uruguai seguem no top 3, correspondendo aos 46ª e 54ª colocados, respectivamente. O Brasil e a Colômbia foram os únicos países latinos que não caíram de colocação na competitividade mundial. O maior retrocesso foi da Venezuela, que passou a ocupar a 133ª colocação, caindo seis posições. 

A nível mundial, Singapura conquistou a primeira posição, ultrapassando os Estados Unidos, que ficou em segundo lugar. Hong Kong, Holanda e Suíça completam as cinco primeiras colocações, respectivamente. Japão, Alemanha, Suécia, Reino Unido e Dinamarca fecham os dez países com mais competitividade mundial.  As primeiras posições são ocupadas majoritariamente por países da Europa e da América do Norte.

Crescência asiática

Contudo, o histórico da pesquisa demonstra uma tendência no crescimento da competitividade dos países asiáticos. Cinco de dez países orientais avançaram posições nesta edição. Contudo, a estagnação da China na 28ª posição veio como uma surpresa, apesar da nação se destacar em quesitos de tecnologia e capacidade de inovação. 

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Pesquisador responsável pelo levantamento e Coordenador do Núcleo de Inovação e Empreendedorismo da Fundação Dom Cabral, Carlos Arruda analisa que existe uma preocupação dos países em se tornarem mais produtivos a nível mundial, principalmente depois dos efeitos negativos causados pela crise de 2008. Contudo, em questões sociais e ambientais os países, em geral, têm demonstrado retrocessos em indicadores como nível de empregabilidade e igualdade social, que comprometem a competitividade mundial. 

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