
Redação Na Prática
Publicado em 27 de novembro de 2025 às 10:32h.
A história da inovação raramente é contada apenas pelo prisma masculino: mulheres inventoras ajudaram a desenhar o mundo moderno com soluções que vão desde a segurança pública até materiais que salvam vidas.
Abaixo você encontra 10 invenções criadas por mulheres — explicadas com foco no impacto, contexto e referências históricas (incluindo brasileiras):
A atriz e inventora Hedy Lamarr, em parceria com o compositor George Antheil, patenteou em 1942 o “Secret Communication System”, um método de transmissão por saltos de frequência pensado para torpedos guiados — ideia que décadas depois se tornaria precursora de tecnologias como Wi-Fi, Bluetooth e GPS.
Lamarr não foi a única a propor saltos de frequência, mas sua patente é reconhecida como um marco que antecipou diversas aplicações em comunicação sem fio, mesmo que a adoção prática só tenha ocorrido muitos anos mais tarde.
Grace Hopper liderou o desenvolvimento do primeiro compilador funcional (A-0, em 1952) e foi peça central no grupo que criou o COBOL, uma das linguagens de programação de alto nível pioneiras da computação.
Embora o COBOL tenha sido resultado de um esforço coletivo, o trabalho anterior de Hopper com o FLOW-MATIC— a primeira linguagem orientada por comandos em inglês — serviu de base e inspiração para a linguagem.
Hopper também desenvolveu ferramentas de padronização e validação de compiladores para a Marinha dos EUA, consolidando o impacto de suas contribuições para a democratização e padronização da programação.
A química Stephanie Kwolek descobriu a fibra para-aramida que daria origem ao Kevlar em 1965, com a patente sendo concedida nos anos 1970, ao trabalhar na DuPont.
O Kevlar é um material leve e extremamente resistente, utilizado em coletes à prova de bala, cabos, pneus, equipamentos esportivos e centenas de outras aplicações.
Devido à sua alta resistência, a invenção salvou vidas e transformou setores, especialmente o de segurança pública, automotivo e aeroespacial.
No Brasil, a arquiteta e designer Chu Ming Silveira projetou, em 1971, o famoso “orelhão” — uma cabine acústica de proteção para telefones públicos, cujo design funcional e marcante virou ícone do design urbano nacional e referência internacional.
O projeto mesclava eficácia acústica, proteção e identidade visual, facilitando a comunicação pública e influenciando o paisagismo das cidades.
Em 1959, a dentista Therezinha Beatriz Zorowich patenteou o escorredor de arroz, um utensílio prático que evita o entupimento da pia ao lavar arroz.
Seu uso se popularizou rapidamente nas cozinhas brasileiras, tornando-se símbolo da criatividade prática nacional e um exemplo de inovação local indispensável por gerações.
A cientista Erna Schneider Hoover criou e patenteou, em 1971, um sistema computadorizado para controlar filas e tráfego em centrais telefônicas, evitando sobrecargas.
Esse sistema, ao monitorar e priorizar dinamicamente as ligações, aumentou muito a eficiência das centrais e abriu caminho para os modernos call centers que existem hoje.
Mary Anderson patenteou, em 1903, um dispositivo para limpar automaticamente o para-brisa de veículos — precursor direto do limpador moderno.
A ideia melhorou significativamente a visibilidade e a segurança no trânsito, tornando-se, com o tempo, equipamento obrigatório nos automóveis.
Josephine Garis Cochrane inventou e patenteou, em 1886, a primeira máquina de lavar louça comercial viável, usando jatos de água e cestos metálicos para proteger a louça.
O sucesso foi inicialmente entre hotéis e restaurantes, até se popularizar em residências e marcar o início da automação doméstica contemporânea.
Em 1899, Letitia Mumford Geer patenteou uma seringa operável com apenas uma mão, facilitando o trabalho de médicos e enfermeiros e permitindo aplicações modernas em ambientes hospitalares e emergenciais.
A ergonomia do design influenciou gerações de instrumentos médicos subsequentes.
Anna Connelly patenteou, em 1887, um sistema de escadas e plataformas externas de metal acopladas a edifícios, criando o famoso “fire escape” que foi amplamente adotado em cidades como Nova York.
Sua invenção se tornou padrão fundamental de segurança urbana, salvando inúmeras vidas ao longo das décadas.